quinta-feira, 31 de janeiro de 2008



O BALÉ DAS LÍNGUAS



Os olhares se encontram não há necessidade de palavras
dentro de cada olhar, um diálogo mudo acontece
As cabeças se aproximam, as respirações ficam ofegantes
O corpo já não obedece, os rostos se colam
as bocas se abrem levemente, lábios se tocam enquanto as línguas ansiosas se procuram.
E se acham!


Uma dança inicia
quando essas línguas se envolvem, se contorcem
as salivas se misturam
e começa a exploração entre as bocas
os dentes se encostando, sem morder
enquanto a língua vai e vem num frênesi
uma busca sem fim.


A procura é pelo sabor do doce e do sal, do agridoce que vai trazer
um leve estremecer de prazer
o gosto humano do carinho
acompanha mãos que sobem e descem pelas extremidades
seguindo o rítmo dessa dança muda das línguas.


É como um balé num salão quente, úmido e aconchegante
onde só cabem dois
e no despertar dos sentidos
o tempo perde a importância
o mundo desaparece
pois não há pressa
na hora do beijo!








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