terça-feira, 30 de abril de 2013

FUI NO SHOW DO PADRE REGINALDO MANZOTTI


fOI ONTEM 29 DE ABRIL NO bAIRRO BOM RETIRO EM IPATINGA





















sexta-feira, 19 de abril de 2013

Nova redação em novo endereço



A instalação completa da redação do Jornal Vale do Aço aconteceu na manhã desta sexta-feira (19). Saimos em definitivo da Rua Diamantina 320 e estamos agora na Rua Itajubá 62 no mesmo prédio da Rádio Vanguarda. Ai está a minha mesa.


terça-feira, 16 de abril de 2013

Meu gato


Este é meu gato o MULEKE, ganhei na última sexta, ninguém queria o coitado, e achei ele lindinho, tem 4 meses. Agora ele tem um monte de brinquedinhos e é bonzinho e muito brincalhão. E apesar dessa cor preto e branco no fundo ele é cruzeirense.Apesar do pouco tempo de adotado amo de coração o meu MULEKE.



















PROJETO "PAZ NAS RUAS"

16/04/2013 00:18 - terça-feira, 16 de abril de 2013. 
Abordagem encontra mais de 400 moradores de rua 
Mais de 180 foram encaminhados para a sua terra de origem, mas muitos são nômades. Os dependentes químicos são em torno de 80% do total e alguns chegam a arrecadar entre R$ 100 a R$ 150/dia. 

Janete Araújo 

CHAMOU A ATENÇÃO da equipe que faz a abordagem social o fato de que a maior aglomeração da população de rua fica no Centro da cidade
IPATINGA - O Promotor  de Direitos Humanos da 6ª promotoria de Ipatinga, Bruno César Jardini, tomou a iniciativa de criar o “Projeto Paz nas Ruas”. Ele conta que por meio dele envolveu várias entidades do município visando minimizar um problema que já vem há algum tempo incomodando e trazendo sérios transtornos para a população da cidade, espalhando-se por vários bairros, que é a multiplicação dos moradores de rua. A partir daí começou então o trabalho da abordagem social, que vem diagnosticando a realidade dos moradores de rua no município e está praticamente terminado. Mais de 400 moradores foram encontrados e o número é ainda mais elevado, já que há aqueles que oferecem mais dificuldade para cadastramento, dada a sua característica de nômades.

Janete Araújo 

Segundo o promotor, a abordagem foi iniciada no início de fevereiro, e a demora em sua conclusão, que é prevista para o final deste mês, se deve ao fato de muitos moradores se mudarem frequentemente de local nos seus pernoites. Por isso, no momento a tentativa é abordar aqueles que já se sabe existir mas não constam da estatística, diz o promotor. 
“O processo é realizado por representantes dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública (Conseps), Projeto Videiras, Ministério Público (MP), Ordem dos Advogados (OAB), médicos, assistentes sociais da prefeitura e estagiários. Quando necessário, a Polícia Militar também é solicitada. Esses são os membros do Projeto Paz nas Ruas”, detalha Bruno Jardini. 
“Visamos com o projeto dar um tratamento adequado para estas pessoas, pois só a higienização que é utilizada em algumas cidades não funciona. Então a ideia seria conceder o tratamento químico para aqueles que necessitam, internando-os em casas de recuperação, dando assistência aos que precisam. Temos ainda o objetivo de reabrir o abrigo de permanência breve, fechado desde o final do ano passado”, destaca ainda o promotor, referindo-se às instalações que eram oferecidas num imóvel ao lado da Delegacia Regional. 
Bruno Jardini ainda observa que o município deve criar um Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua (Central POP), com programas para a retomada do convívio social e familiar, emissão de documentos, centro de convivência, cursos profissionalizantes e acompanhamento psicossocial visando à ressocialização dessas pessoas em situação de rua.

Janete Araújo 

Bruno César Jardini, promotor de Direitos Humanos de Ipatinga: “Visamos com o projeto dar um tratamento adequado para estas pessoas, pois só a higienização que é utilizada em algumas cidades não funciona”
Diagnóstico
Já foram diagnosticados mais de 400 moradores de rua em Ipatinga. Desses, mais de 180 foram encaminhados para a sua terra de origem. Curiosamente, os dependentes químicos, usuários de drogas e álcool são em torno de 80% do total. Muitos são moradores da cidade e têm família, mas por residirem há tempo demais nas ruas pode ser difícil a sua reintegração social e familiar. Outro dado que chamou a atenção da equipe que faz a abordagem social é que a maior aglomeração da população de rua fica no Centro da cidade, principalmente nas ruas Sorocaba, Raposos, Sabará, Araguari, Uberlândia, Ouro Preto e nas praças José Júlio da Costa e da Bíblia. Em segundo lugar eles gostam de se aglomerar na BR-381 e perto no Ginásio do 7 de Outubro, nas proximidades do Parque Ipanema.
O grande problema é que esses locais servem de passagem para as pessoas que residem nos bairros Jardim Panorama, Parque Caravelas, bairro Caravelas e Veneza 2. No bairro Novo Cruzeiro, por exemplo, há uma fábrica de roupas e cerca de 80 funcionários transitam por essas imediações, sendo que a presença dos moradores de rua causa transtornos e incomoda a população.


Fórum Intersetorial debaterá a questão no dia 16 de maio

Também ficou claro durante a abordagem do Projeto “Paz nas Ruas” que a maioria dos moradores de rua são homens e que todos preferem permanecer nas ruas pela facilidade em obter comida e dinheiro. Alguns deles chegam a arrecadar entre R$ 100 a R$150/dia.
“Após o diagnóstico, a PM vai receber uma ficha de todos os dados que foram apurados para possível averiguação de pendências criminais entre as pessoas que foram abordadas pela equipe da Abordagem Social”, explica o promotor de Direitos Humanos.
Para finalizar todo o trabalho desenvolvido até agora, está marcado para o dia 16 de maio (uma quinta-feira) o 1º Fórum Intersetorial sobre Políticas Públicas para População em Situação de Rua. O evento acontecerá de 18h30 às 21h30, na Câmara de Vereadores de Ipatinga, com o tema “O Fenômeno População de rua”, e terá como  palestrante Gladston Figueiredo, da Pastoral Nacional do Povo da Rua. O Fórum vai definir as ações que serão realizadas para os casos diagnosticados durante a abordagem. 

Comoção e tristeza no enterro de “Carvalho Loko”

DE Janete Araújo
Laudo do IML mostra que fotógrafo levou dois tiros calibre 38, de bala ponta oca semijaquetada. Um dos tiros atingiu a cabeça, perfurando a parte atrás da orelha direita em direção ao lado esquerdo. O segundo atingiu a axila do lado direito para o esque 

FOTO: LAIRTO MARTINS

NATURAL DE Salto Grande, Carvalho era filho de um motorista da extinta Águia Branca e de uma dona de casa
FABRICIANO – No final da tarde desta segunda-feira, com grande acompanhamento, foi enterrado o fotógrafo freelancer e colaborador do jornal VALE DO AÇO na área policial, Walgney Assis Carvalho, 43 anos, conhecido também como “Carvalho Loko”. O velório e o sepultamento aconteceram no Cemitério Municipal Senhor do Bonfim, localizado no bairro Giovannini. Carvalho foi executado com dois tiros, por volta das 22h30 de domingo (14), em um pesque-pague no bairro São Vicente onde ia com frequência. Familiares, vizinhos, muitos amigos e colegas, num misto de apreensão e tristeza, estiveram prestando as últimas homenagens na capela-velório do cemitério, onde aconteceu uma missa de corpo presente celebrada pelo padre Macedo. Em seguida acompanharam o cortejo, que aconteceu às 17h.

Janete Araújo

O MOTORISTA aposentado José Geraldo Brandão lembra que o fotógrafo foi seu companheiro como trocador de ônibus
O jornal VALE DO AÇO já estava de luto há 38 dias pelo bárbaro assassinato de outro funcionário, o repórter policial Rodrigo Neto, executado no bairro Canaã, em Ipatinga, no último dia 8 de março, com o mesmo “modus operandi”.
Até ser morto, Walgney Carvalho estava no pesque-pague no bairro São Vicente, local onde ia com frequência. Ele tinha chegado havia uns 30 minutos, na noite de domingo. Pediu uma porção e sentou-se próximo ao poço de peixes, quando um homem o surpreendeu por trás e atingiu-o a tiros. Ele morreu no local. O assassino teria estacionado uma moto fora do pesque-pague, dado a volta por um terreno baldio a pé. Depois do crime, caminhou cerca de 50 metros a pé até subir novamente no veículo e fugir. Levantamentos preliminares da polícia indicam que o executor esteve no local pelo menos três vezes durante o dia, observando o ambiente e procurando pela vítima.
Além de policiais militares, que registraram a ocorrência, delegados da Polícia Civil também estiveram no local, entre eles o chefe da equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Emerson Morais, que cuida das investigações do caso do repórter Rodrigo Neto. No primeiro instante o delegado de Coronel Fabriciano Amaury Albuquerque ficou como responsável por cuidar das investigações do caso da execução de Carvalho.

FOTO: LAIRTO MARTINS

A prefeita de Coronel Fabriciano, Rosângela Mendes, anunciou que pretende se reunir com todos os delegados
O perito José Batista Ribeiro, que teve acesso ao laudo do Instituto Médico Legal - IML, esclareceu que Walgney Carvalho levou dois tiros calibre 38, de bala ponta oca semijaquetada, com alto poder de destruição, normalmente usada por quem entende do assunto. Um dos tiros atingiu a cabeça perfurando a parte atrás da orelha direita em direção ao lado esquerdo. Já o segundo tiro teria atingido a axila do lado direito para o esquerdo, chegando a fraturar o osso do braço, chamado de terço superior. Carvalho teve ainda uma lesão na testa devido à queda após receber os tiros.

Parceria com a perícia
José Batista Ribeiro, que é perito há 16 anos, conta que conheceu Carvalho quando ele fazia fotos de eventos, mas várias vezes chegava até ele com informações de crimes que haviam ocorrido. Muitas vezes nem tínhamos conhecimento desses fatos. “Ele nos ligava ou contatava. Quando íamos apurar ficávamos sabendo que 99% desses casos eram verídicos. Isso foi há muitos anos e percebemos que ele tinha um equipamento fotográfico melhor que o nosso e às vezes trazia as fotos sem mesmo que pedíssemos. Assim nasceu a parceria. Ele nos cedia as fotos voluntariamente e muitas vezes nós passávamos para ele fotos às quais ele não tinha acesso. Os delegados davam o aval. E ele usava o material no jornal. Tudo feito voluntariamente, ele nunca pediu pagamento pelo que fazia para a perícia”, salienta José Batista.

Janete Araújo

O perito José Batista diz que Carvalho muitas vezes chegava na frente da equipe técnica aos fatos acontecidos
Histórico
Nascido em 11/12//1969, Carvalho, que morava no bairro Caladinho de Cima com sua mãe viúva, a dona de casa Josefina Branca de Assis, era divorciado de uma cabo da PM. Ele deixa uma filha de 13 anos. Ele era natural de Salto Grande, localidade pertencente ao município de Braúnas, de onde foi trazido por seus pais ainda criança junto com sua única irmã, Walguilene Assis Carvalho para morar em Coronel Fabriciano. O pai Geraldo Carvalho (já falecido) era motorista da extinta Águia Branca dentro da área da Usiminas.
Aposentado da Acesita por invalidez, há vários anos Walgney Carvalho era conhecido por ser ousado diante dos cenários de crimes violentos, por dormir pouco e acompanhar ‘in loco’ o registro de acidentes, homicídios e chacinas, 24 horas por dia.
Segundo o vizinho Nilton Alves, aposentado da Univale que estava no velório, Carvalho era muito popular no bairro Caladinho de Cima. “Ele gostava de conversar com as pessoas, era muito comunicativo e popular. Sempre se enturmava. Por isso acho que esse crime não pode ficar impune como o assassinato do Rodrigo Neto”, observa Nilton.

Reunião com delegados
Durante o velório, o motorista aposentado José Geraldo Brandão Fonseca, 55 anos, morador do Iguaçu, em Ipatinga, relembra que entre 1984 e 1985 ele e Walgney Carvalho formaram uma dupla. José Geraldo como motorista e Carvalho como cobrador , fazendo a  linha Coronel Fabriciano-Braúnas. “Ele era muito trabalhador e esforçado, apesar da pouca idade. Na época me lembro que ele almoçava lá em casa e eu jantava na casa dele, pois eu morava em Braúnas e ele no Caladinho de Cima”, recorda.  “Há 15 anos – ele acrescenta - sofri um acidente e ele é que foi fotografar. Depois ele deixou esse trabalho para se empregar na Acesita”, recorda.

A prefeita de Coronel Fabriciano, Rosângela Mendes (PT), também esteve no velório e comunicou à imprensa que nesta terça-feira (16), às 10h, ela terá uma reunião com os delegados para discutir a possibilidade de virem à região o secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo de Carvalho Ferraz e também a Ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, pedindo providências sobre este caso e também para o assassinato de Rodrigo Neto:  “Nada foi feito, nada foi falado e isso cria uma angústia. Será que vai ter mais um?”, questiona a prefeita, que prossegue: “Cadê o nosso direito de falar, a liberdade da imprensa de trabalhar? Por isso, convoquei hoje (15) todos os delegados para esta reunião, para fazermos alguma coisa para proteger a nossa  imprensa para que possa continuar dizendo a verdade”, afirma Rosângela. 


16/04/2013 00:03 - terça-feira, 16 de abril de 2013. 
Jornal Vale do Aço vivencia 2ª execução em 37 dias



Arquivo

Carvalho durante confraternização entre funcionários do JVA em 2008
A redação do jornal VALE DO AÇO foi procurada nesta segunda-feira por jornalistas de veículos de todo o país e entidades internacionais de defesa da liberdade de imprensa. Após a segunda morte em menos de 40 dias, o profissional que substituía Rodrigo Neto decidiu abandonar o posto.

Nota encaminhada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lamenta que um segundo profissional tenha sido morto na região antes de as autoridades solucionarem o primeiro caso. Walgney é o terceiro jornalista assassinado no Brasil em 2013 – de acordo com o Comitê de Proteção aos Jornalistas, foram quatro mortes em todo o ano de 2012. A impunidade serve de estímulo a ações como essas, em que o executor tem por objetivo calar o jornalismo executando um jornalista.

“A Abraji condena o homicídio de Walgney Carvalho, que parece se inserir na lógica de queima de arquivo de outras ocorrências da região. É importante que autoridades de todas as esferas se unam para elucidar as duas mortes com rapidez. Garantir a segurança e a integridade de jornalistas é passo fundamental para a garantia da liberdade de expressão no Brasil, onde pelo menos três jornalistas foram mortos em 2013”, reforça a diretoria da entidade.

O Governador Anastasia também se manifestou diante do ocorrido: “Transmito aos familiares, amigos e colegas de trabalho do repórter fotográfico Walgney Assis Carvalho, do jornal Vale do Aço, a minha solidariedade e do povo mineiro neste momento de extrema dor (...) Determinei à Polícia Civil de Minas Gerais uma apuração rigorosa deste assassinato, bem como maior celeridade nas investigações do crime que vitimou no mês passado o jornalista Rodrigo Neto, repórter do mesmo jornal. (...) Os cidadãos de Minas Gerais podem ter a certeza de que não vamos tolerar que essas ações criminosas prosperem e nem que a liberdade de imprensa seja ameaçada em nosso Estado”.

TERRA SEM LEI

Arquivo

Durval Ângelo relatou que três dias após a execução do jornalista Rodrigo Neto ele teria recebido telefonema anônimo denunciando que o fotógrafo Carvalho conhecia os autores do crime, então estaria marcado para morrer
Já Durval Ângelo, afirmou: “A Justiça Penal de Ipatinga é conivente com os policiais envolvidos nos crimes que o jornalista Rodrigo Neto denunciado. Juízes do Vale do Aço não concederam nenhuma prisão preventiva a policiais acusados de envolvimento com o crime organizado. Existem juízes que têm medo dos policiais, outros são escoltados pelos próprios policiais denunciados", acusou.

O deputado lembrou o caso dos irmãos Caboclo, que foram condenados a 19 anos de prisão, mas continuam soltos. Segundo ele, os dois irmãos ofereceram R$ 100 mil pela morte do próprio deputado e R$ 60 mil pelo assassinato do delegado que apurava os crimes de que eram acusados, referindo-se ao ex-delegado Francisco Pereira Lemos, hoje ouvidor da Câmara Municipal de Coronel Fabriciano, da qual foi presidente em duas ocasiões na última legislatura. “O Judiciário fica em um olimpo inatingível, enquanto isso, temos policiais envolvidos em crimes bárbaros como o da moto verde”, completa Durval, disparando: “Hoje o Vale do Aço é o império da bandidagem e da criminalidade, e não da lei. Nós podemos ter mais mortes no Vale do Aço!”, alertou.

PREFEITURA

A Prefeitura de Coronel Fabriciano, por intermédio da prefeita Rosângela Mendes, manifestou pesar e prestou sua solidariedade. “A Administração Municipal também divide com a imprensa regional a indignação pelo assassinato de mais um profissional da categoria, menos de 40 dias após a morte do jornalista Rodrigo Neto. Que Deus dê a todos conforto neste momento de dor. Estaremos empenhados em cobrar das autoridades competentes que se mobilizem na investigação do crime, a fim de que a Justiça seja feita”, disse a prefeita. 


16/04/2013 00:02 - terça-feira, 16 de abril de 2013. 
A IMPRENSA NA MIRA
Polícia recomenda que jornalistas tenham muito cuidado com a segurança pessoal 

F

EM FUNÇÃO DO crime deste domingo, o subsecretário de Defesa Social, Daniel de Oliveira Malard, veio ao Vale do Aço, juntamente com o delegado chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil de Minas Gerais (DHPP), Wagner Pinto
IPATINGA – Atendendo determinação expressa do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, o subsecretário de Defesa Social, Daniel de Oliveira Malard, veio ao Vale do Aço nesta segunda-feira (15) acompanhar as investigações do assassinato do jornalista Rodrigo Neto, ocorrido no dia 8 de março, e do fotógrafo Walgney Carvalho, na noite do último domingo (14). Ambos prestavam serviços ao jornal VALE DO AÇO, na editoria policial, sendo que o último na condição de freelancer.

“Aqui no Vale do Aço, estamos diante de uma situação peculiar, de difícil explicação. As corregedorias da Polícia Civil e da Polícia Militar estão em Ipatinga, já que existe a suspeita de envolvimento de policiais nos crimes”, admitiu Malard, durante entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda, na sede do 12º Departamento Regional de Polícia Civil, no bairro Iguaçu, com a presença de um batalhão de repórteres.

JORNALISTAS EM PÂNICO

Questionado por jornalistas quanto ao clima de terror instalado entre os profissionais (Veja nota do Comitê Rodrigo Neto), Daniel aconselhou cuidados com a segurança pessoal, tais como são praxe em outras profissões de risco, citando juízes e policiais. Ele foi lembrado, nesse momento, de que jornalistas não dispõem de porte de armas para sua defesa, diferentemente do que ocorre com as outras categorias profissionais mencionadas. “Também peço a todos que mantenham a calma e, diante de alguma situação atípica na qual se sinta ameaçado, comuniquem imediatamente à polícia toda e qualquer circunstância suspeita com o máximo de detalhes possível”, acrescentou o subsecretário.

Ainda durante a coletiva, alguns jornalistas que atuam na região ponderaram o fato que, “tendo em vista as suspeitas de envolvimento de policiais nos crimes, não seria boa ideia recorrer à polícia diante de ameaças”. Dois profissionais da imprensa local ainda em atividade relataram ter recebido ameaças de morte.

MARCADO PARA MORRER



Conforme uma colega de imprensa do jornal O TEMPO, de Belo Horizonte, o presidente da comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Durval Ângelo (PT), relatou que três dias após a execução do jornalista Rodrigo Neto ele teria recebido telefonema anônimo denunciando que o fotógrafo Carvalho conhecia os autores do crime, então estaria marcado para morrer. Segundo o parlamentar, a informação foi levada a conhecimento da Polícia Civil, o que não foi confirmado por Malard.
Profissionais da imprensa local questionaram a suposta existência de uma lista de jornalistas da região que seriam os próximos a sofrerem atentados contra a vida. Daniel também alegou desconhecer a existência de tal lista. O jornalista Aguiar Jr., da TV Leste – afiliada Rede Record na região -, relatou que uma equipe de reportagem foi seguida por motociclista na manhã desta segunda-feira (15). O fato teria sido apresentado à Polícia Civil, que não acolheu a denúncia, orientando que a Polícia Militar fosse acionada.


Investigações sem data para conclusão

O delegado chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil de Minas Gerais (DHPP), Wagner Pinto, também esteve em Ipatinga nesta segunda-feira, e avaliou que as investigações possam não ser concluídas dentro do prazo de 60 dias anunciado anteriormente pela própria polícia, já que a apuração de crimes teria dinâmica própria, o que tornaria impossível demarcar prazos. 
A assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) encaminhou nota à imprensa, na qual afirma estar centralizando no DHPP a apuração da morte do fotógrafo Walgney Assis, do jornalista Rodrigo Neto e de todos os 14 inquéritos de homicídios ocorridos em períodos passados, no Vale do Aço, e que possivelmente guardam relação de autoria ou motivação. “Ou seja, a intenção é solucionar não só os casos recentes, mas não deixar em aberto nenhum outro caso que possa ter relação”, diz o documento.
Além de Wagner Pinto, a equipe é integrada por outros quatro delegados, dez investigadores e três escrivães que estão em Ipatinga desde a última semana realizando investigações e tomando outras providências, em conjunto com o Ministério Público local. “Houve grandes avanços nas investigações daqueles inquéritos, inclusive no caso do jornalista Rodrigo Neto”, pontua o delegado.

6/04/2013 00:12 - terça-feira, 16 de abril de 2013. 
CARTA À POPULAÇÃO



A execução do repórter-fotográfico Walgney Assis Carvalho, conhecido como Carvalho, freelancer do jornal "Vale do Aço”, instalou o terror entre os jornalistas do Vale do Aço. Diante do cenário de impunidade e da falta de segurança, os profissionais de imprensa estão perplexos e temerosos sobre quem pode ser a próxima vítima, já que desde o assassinato de Rodrigo Neto nenhuma medida foi tomada para responsabilizar e prender os culpados, o que torna todos, indistintamente, alvos fixos na alça de mira dos assassinos.

A situação torna-se ainda mais crítica se analisada sob o ponto de vista do cerceamento da liberdade de expressão, impondo o silêncio à bala, porque é um atentado explícito ao Estado Democrático de Direito, sem que as autoridades esbocem qualquer reação para impedir tamanha violação. Historicamente, sob o domínio do medo, os povos assistiram silenciosos a aurora dos regimes totalitários, o surgimento das ditaduras, o extermínio de povos inteiros. Claro, antes silenciaram os jornalistas. No Vale do Aço, estamos tendo um exemplo de como isso acontece. Trata-se de uma zona conflagrada, tanto quanto enclaves em guerra civil. Mata-se um, nada acontece, não há punição, o tempo passa – e nem precisa ser muito tempo –, mata-se outro, e por aí vamos, de tragédia em tragédia até a tragédia final. Todos assistindo passivamente, impotentes, fracos diante dos criminosos. Ninguém está seguro.

O Estado que nos cobra compulsoriamente os impostos do nascimento à morte não serve sequer para nos dar a segurança necessária para trabalhar na construção da sociedade livre e democrática que precisamos ter. Ao contrário, em muitos casos, treina e arma os assassinos que continuam à solta, sob a sua tutela.

Agora, o que se discute não é mais o motivo dos assassinatos. É até quando eles vão continuar impunes. É quem vai garantir a segurança dos jornalistas que precisam trabalhar para manter a sociedade informada.
Se o Estado não perdeu o controle da situação no Vale do Aço, onde os assassinatos de jornalistas e cidadãos comuns ocorrem quase diariamente e permanecem na impunidade, que as autoridades digam e demonstrem na prática quem está no controle da situação.

Nós, jornalistas e comunicadores, aterrorizados, psicologicamente arrasados com a situação e temerosos em ter que continuar a escrever os fatos com sangue de nossos pares, exigimos respostas, proteção e segurança. 

COMITÊ RODRIGO NETO

quarta-feira, 10 de abril de 2013

MP da região enumera casos que pode se prejudicados

Os promotores do Vale do Aço se manifestaram contrários a aprovação da PEC de impunidade


IPATINGA - Na tarde desta terça-feira (09), os promotores e procuradores de justiça de toda região se reuniram no salão do júri do Fórum de Ipatinga em um Ato Público contra a Proposta de Emenda Constitucional - PEC 37, também conhecida como a “PEC da Impunidade”, que retira do Ministério Público a prerrogativa de investigação de muitos casos.

A atividade faz parte da campanha nacional “Brasil Contra a Impunidade”, que prevê ações nos Estados até a próxima sexta-feira (12), para evitar a aprovação da PEC 37 que tramita no Congresso Nacional. Além disso, o ato serviu para encerrar a coleta de assinaturas do abaixo-assinado que vinha ocorrendo desde o início do mês passado e que será entregue ao presidente da Câmara dos Deputados em uma grande manifestação em Brasília no próximo dia 24. 

A principal mudança que a PEC 37 faz é tirar de órgãos como o Ministério Público, a Receita Federal e o Tribunal de Contas o poder de realizar investigações. Com isso, a competência para investigar crimes seria atribuída exclusivamente às polícias Federal e Civil. 

Além dos promotores, o salão do Júri contou com grande participação de advogados e público em geral.
Em Minas Gerais o MP tem mais três mil investigações em curso, nas mais diversas áreas.
O promotor Walter Freitas, da Promotoria  de Crimes do Meio Ambiente e da Ordem Urbanística, diz que a investigação de crimes de ordem eleitoral, de lesão ao patrimônio público, sonegação fiscal e contra o meio ambiente são realizados pela repartição. Muitos inquéritos e processos existentes hoje são instaurados com base nessas investigações que não serão mais possíveis se a PEC for aprovada. “Minha pasta, por exemplo, tem hoje mais de mil investigações em curso”, observa.

O promotor Bruno Cesar Jardini, da Promotoria de Execução Penal, que também faz o Controle Externo das Atividades Policiais Civil e Militar, diz que tem mais de 100 investigações em curso. Já Fábio Finotti, promotor de Crimes contra o Patrimônio Público, diz que investiga poucos crimes, mas cita um caso relevante na cidade: o que diz respeito à Estação Qualifica, no Centro de Ipatinga, que permanece fechada e não cumpre as funções para as quais foi construída na época.
Já a promotora Criminal e de Controle Externo das Atividades Policiais de Timóteo, Luz Maria Romanelli, teme que centenas de processos fiquem sem solução.

O procurador Adolfo Jacob, do Ministério Público do Trabalho (MPT), também presente ao ato, afirma que crimes chamados de “colarinho branco” não poderão ser investigados e suas provas levadas ao conhecimento do Ministério Público Federal e órgãos competentes para tomarem as medidas devidas para evitar a impunidade. “O direito do MP investigar é previsto na Constituição de 1988, exatamente para acabar com crimes como este. A nós caberá apenas acompanhar as investigações que a polícia fizer, sem interferir. Não poderemos buscar provas como às vezes fazemos. Isso não pode acontecer, pois a sociedade ficará prejudicada. Esse é o nosso medo”, explica. 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Nem a chuva atrapalhou a manifestação "Rodrigo Neto - Justiça"







Manifestação marca os 30 dias da execução do jornalista Rodrigo Neto

Uma manifestação realizada na tarde desta segunda-feira (08), no centro de Ipatinga, marcou os 30 dias da execução do jornalista Rodrigo Neto de Faria. Depois de uma concentração na Praça 1º de Maio, diversas pessoas saíram numa caminhada até a 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ipatinga.

Articulado pelo Comitê Rodrigo Neto, o movimento reuniu profissionais da imprensa, colegas de trabalho, amigos e familiares do jornalista, que trabalhava na Rádio Vanguarda AM e Jornal Vale do Aço. Também bacharel em Direito, Rodrigo abordava em suas matérias crimes não solucionados pela polícia.

Alvo de ameaças de morte denunciadas ao Ministério Público e à polícia, o jornalista foi morto a tiros por volta das 0h30 do dia 8 de março, numa das mais movimentadas avenidas da cidade. Ele havia acabado de sair de uma barraquinha de churrascos e entrava no seu carro quando foi atingido com um tiro na cabeça, outro no peito e um terceiro nas costas.

Natural de Caratinga, Rodrigo Neto era casado e tinha um filho de seis anos de idade. No programa Plantão Policial, na Rádio Vanguarda, Rodrigo apresentava aos sábados um quadro intitulado ‘O que o tempo não apagou’. Entre os diversos casos abordados, execuções praticadas por um suposto grupo de extermínio formado por policiais.

O Comitê Rodrigo Neto foi formado por profissionais da imprensa do Vale do Aço com o objetivo de cobrar das autoridades a identificação e prisão dos autores do assassinato do jornalista. Semanalmente, o movimento edita matérias que faziam parte da agenda de notícias de Rodrigo Neto. O material tem sido publicado em conjunto pela imprensa regional e já está na quinta reportagem.

Com o slogan ‘Rodrigo Neto – Sua voz não vai se calar – Chega de impunidade!’, o movimento saiu às ruas do centro de Ipatinga nesta segunda-feira e chamou a atenção da população. Depois de percorrer a avenida 28 de Abril, onde está localizado os principais estabelecimentos comerciais da cidade, os manifestantes subiram a avenida João Valentim Pascoal até a 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil.

“A manifestação cumpriu seu papel de lembrar um mês sem respostas sobre a autoria do crime. Contamos ainda com a presença de mães de vítimas de crimes que caíram no esquecimento e também aguardam resposta. Essa cobrança pela impunidade é muito importante, ela lembra algo que era muito natural no Rodrigo, que era clamar por justiça”, avaliou uma das coordenadoras do Comitê Rodrigo Neto.

Nesta quinta-feira, membros do Comitê estarão em Belo Horizonte para entregar à ministra Maria do Rosário Nunes, da Secretaria de Direitos Humanos do governo federal, um relatório sobre os diversos casos denunciados por Rodrigo Neto. Há cerca de 15 dias, a ministra esteve em Ipatinga, juntamente com o deputado estadual Durval Ângelo (da Comissão de Direitos Humanos da ALMG) e deputado federal Nilmário Miranda, para participar de uma audiência pública sobre a execução do jornalista.

Manifestação incentiva que outros crimes não caiam no esquecimento

IPATINGA- Durante a manifestação conta a impunidade  pelos  mais de 30 dias da execução do jornalista Rodrigo Neto , o representante regional do Sindicato dos  Jornalista Paulo Sérgio de Oliveira diz que a entidade vem procurando  junto as autoridades competentes uma resposta mais rápidas para o assassinato do repórter policial e e também vem apoiando todas as atividades realizadas pelo Comitê Rodrigo Neto e pela imprensa regional que cobra uma solução. “O grande medo é que imprensa regional seja ameaçada cada vez que fizer uma denúncia qualquer. Já ficamos sabendo que alguns órgãos estão encontrando dificuldade em cobrir notícias policiais. É um conjunto de crimes que acontece na  região que estão ficando sem solução e isso é preocupando”, salienta
O promotor de Justiça Walter Freitas acredita que a manifestação foi importante para marcar a posição da sociedade contra os crimes que ocorreram e que não foram resolvidos. “Fatos como essa não podem cair no esquecimento, não sobre com relação ao Rodrigo Neto, mas com relação ao todos os outros que precisam ser devidamente esclarecidos”, observa. Sobre os casos de crimes que sem solução que Rodrigo Neto cobrava para que não ficassem impune e que a imprensa vem investigando, fato que vem sendo criticando por alguns setores,o Walter Freitas diz que é de extrema relevância para que não caiam no esquecimento da população e de quem estão á frente das investigações, por se tratarem de casos importantes.
Para o Professor de História  Sávio Tarso esse crime é simbólico . Se fizermos as autoridades investigarem chegarem aos culpados e as provas e levar o caso a julgamento. Poderemos pensar que a impunidade  estará nos deixando”, afirma.
Segundo o presidente da Câmara de Vereadores de Coronel Fabriciano Marcos da Luz a execução de Rodrigo neto  atenta conta a sociedade, por isso não se pode deixar que  a voz dele seja calada. As investigação andar muito devagar e  tudo que se puder ser feito para não deixar esse crime cair no esquecimento é válido”, diz o parlamentar. 
Savio Tarso professor História















Paulo sergio representante sindicato jornalistas

Pomotor de Justiça Walter Freitas

Marcos da Luz presidente da Câmara de vereadores de Cel. Fabriciano

Mesmo chovendo na hora da concentração na praça primeiro de maio no centro de Ipatinga a  turma não desanimou