quarta-feira, 20 de março de 2013

Quero me casar e ter romance em minha vida





Cansei de ficar só depois de passar tantos anos sozinha sem ter com quem dividir problemas, alegrias, tristezas, sonhos, planos ou apenas conversar calmamente enquanto a vida corre tranquila.
Gosto de tranquilidade, nada como chegar em casa e sentir que estou segura, que a correria do dia-a-dia, que as mazelas que vi, que as maldades que presenciei ficaram para trás. Mesmo sabendo que no dia seguinte isso novamente se repetirá, pois essa é a rotina da minha profissão, eu gosto de ter sossego quando estou casa. Curto rotina, isso me tranquiliza e acalma da agitação e ansiedade que fazem da minha semana, um tumulto só.
Por isso ter com quem dividir pequenas coisas, como ver meu gato brincando, ler um livro ou ver um bom filme juntos, seria para mim algo bem perto da felicidade.
Ter com quem partilhar, para não sufocar. Ter uma comidinha pronta em um daqueles dias difíceis que parecerem que longos e intermináveis é um carinho que não tem preço e que vejo que alguns casais compartilham e que sonho para mim.
Mas quem quer uma por esposa, uma companheira que tem horários meio loucos? Que nunca poderá prevê o que acontecerá daqui há uma hora, pois depende do caso que está apurando. Que não pode planejar a média e longa data nada, pois tudo é uma incógnita?
Quem precisa de alguém que de tão agitada e estressada, às vezes, chega em casa e não quer ver ou falar com ninguém e por isso deixa de ir a compromissos, pois poderá ficar de mau humor se a reunião social demorar mais que deveria? É duro de aguentar?
Imagina deitar na cama e relembrar, recordar e não dormir....  
Mas amo a minha profissão, estou nela há 17 anos, não pelo reconhecimento, nem por dinheiro (que preciso muito para pagar minhas contas e despesas), mas porque gosto. É prazeroso saber que onde há injustiça, eu posso fazer algo, um gesto pequeno e talvez até insignificante que talvez mude a realidade e traga o equilíbrio de volta.
Mas existe a frustração de às vezes vermos nossos esforços se tornar inúteis.
Assim vou levando a vida....
E ainda solteira por opção por medo de abrir o coração entregar meus sentimentos, e vivendo somente para o trabalho. Mas o tempo está passando e este vazio incomoda.
Ah! Tem uma coisa que ainda não confessei, mas que também é um dos motivos dessa minha solteirice. Aparência, a minha. Medo de não agradar, de algum tempo após a pessoa me conhecer ela não mais sentir como antes. Medo da traição, ser traída deve ser uma dor horrível. Tive amigas que me traíram, e fica dentro da gente a pior das desconfianças. Imagina ser traída dentro de um relacionamento?
Filhos, eu nunca tive, mas penso que se um companheiro já os tivesse seria interessante.
É assim mesmo a vida...... Um tempo de espera, mas que um dia chega ao fim e a gente alcança o que deseja. E espero não me decepcionar com o meu desejo de consumo.
Que ele seja paciente comigo e me ensine a ver o mundo do jeito como ele o enxerga, mas que também veja o meu com a minha visão de mundo.
Se não gostar de falar muito, tudo bem, eu falo por nós dois. Só não pode gritar e ser violento comigo, pois eu quero um homem de verdade e não um covarde em minha vida. Que me aceite como sou e  me ensine a amar suas nuances.
Que ria das bobagens que digo e faço.
Que nossos dias terminem como o dia num por do sol que vai se esvaindo, enquanto as estrelas nascem para saudar a lua.
Enfim..... Só quero alguém que me faça feliz.    


 


terça-feira, 19 de março de 2013

PF pode ajudar nas investigações do assassinato de Rodrigo Neto




AUDIÊNCIA PÚBLICA CONTRA A IMPUNIDADE




Segundo Ministra dos Direitos Humanos “Queremos apurar não apenas o crime que vitimou o jornalista Rodrigo Neto. Mas também os crimes que ele levantou, que ele estava  investigando e levou a público. Aquilo pelo qual tentaram cala-lo”




IPATINGA –  Na tarde desta terça-feira (19), aconteceu uma audiência pública no  auditório do12º Departamento de Polícia Civil no Bairro Iguaçu para tratar das investigações do assassinato do repórter policial, Rodrigo Neto de Faria, 38, executado no começo da madrugada do dia 08 deste mês ( há 13 dias), com 13 dias, no bairro Canaã. A audiência começou por volta das 14h e foi presidida pelo deputado Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, contando com a presença de várias lideranças políticos, judiciárias, delegados e repórteres que aguardavam ansiosos a presença da  ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Maria do Rosário Nunes (PT).
Também participaram do encontro, membros do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), representantes do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, da Ordem dos Advogados do Brasil e o Conselho Nacional de Direitos Humanos.

O Delegado Emerson Morais, titular da Delegacia de Homicídios de Belo Horizonte, que vem investigando a morte de Rodrigo Neto, juntamente com mais três investigadores, que pela primeira vez falou em público sobre o caso explicando que foi designado pelo chefe de polícia de Minas Gerais Cylton Brandão no mesmo dia que o jornalista foi vitimado, que ele classificou como hediondo e bárbaro. “Tínhamos a missão de obter provas objetivas e subjetivas, para um futuro decreto condenatório. Já temos algumas linhas investigativas que estão em fase embrionárias e prematuras. Para que em um prazo razoável  de investigação seja dado uma resposta a contento para a sociedade. É uma investigação complexa, cheia de nuances e que corre sem atropelos. Então a investigação não pode ter embaraços, atropelos ou contratempos”, adianta o delegado que diz que as diligências ocorrem diuturnamente .
Durante a audiência Durval Ângelo cobrou resposta para crimes antigos ocorrido na região que até hoje estão sem solução e que eram investigados por Rodrigo Neto como a Chacina de Belo Oriente, crimes do Sindicato do crime da região que matavam pessoas que iam para os Estados Unidos e ficavam como fiadores das famílias,  os crimes recentes ocorridos em Santana do Paraíso, do grupo de extermínio que usava a moto verde, há cinco anos atrás fato que levou a decapitação de um jovem cujo a cabeça foi jogada da varanda da casa do Capitão, hoje major do PM Leôncio Botelho e tantos outros crimes que ainda ficaram sem solução.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB nacional, Marcus Vinícius Furtado Coêlho diz que ainda neste mês o Conselho Federal da OAB  estará com o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo para pedir que seja estudada a possibilidade de ingresso da Polícia Federal nas investigações no assassinato de Rodrigo Neto: “e também vamos pedir ao ministro a abertura de processos administrativos para exclusão dos policiais envolvidos em extermínio neste estado”, declarou.


A Ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário  acredita que  estão sendo observados todos os trâmites no curso da investigação  mas salienta que não deixará de acompanhar o inquérito -“Como autoridades federais de um conselho de direitos humanos e a Polícia Federal poderá estar apoiando com suas iniciativas. Acolhemos também as reivindicações apresentadas pelo deputado Durval Ângelo. Queremos apurar não apenas o crime que vitimou o jornalista Rodrigo Neto. Mas também os crimes que ele levantou, levou a público e que ele estava  investigando. Aquilo pelo qual tentaram cala-lo”, declarou a Ministra que pediu aos profissionais de imprensa presentes ao evento que se por acaso sofrerem ameaças que denunciem previamente às autoridades e seus empregadores, os veículos onde trabalham.
“Sabíamos que ele havia denunciado às autoridades que estava sendo ameaço, por isso essas situações precisam ficar devidamente  registrados”, afirma Maria do Rosário, dizendo que assim as medidas necessárias serão tomadas.






Delegado responsável pelas apurações do caso Emerson Morais


presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB nacional, Marcus Vinícius Furtado Coêlho 




A AUDIÊNCIA reuniu autoridades civis e militares locais, do estado e do país





segunda-feira, 18 de março de 2013

Ministra estará do 12º DPC cobrando providências sobre a morte de Rodrigo Neto



CASO JORNALISTA RODRIGO NETO





Deputado Durval Ângelo, ministra Maria do Rosário  e outras autoridades visitam Departamento de Polícia Civil de Ipatinga  obter informações e solicitar agilidade e rigor nas investigações que apuram o assassinato do repórter policial

Janete Araújo 
REPÓRTER 
DA REDAÇÃO -  Nesta terça-feira (19), completam,12 dias que o repórter policial Rodrigo Neto de Faria, 38 anos foi  abordado em um churrasquinho, por dois motoqueiros encapuzados, ainda não identificados que o executaram barbaramente com três tiros fatais, no bairro Canaã, quando ele já se preparava para ir para casa.
Visando acompanhar o andamento das investigações para solucionar o crime, ocorrido no começo da madrugada do último dia 8 de março, a ministra Maria do Rosário (PT), da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), estará em Ipatinga, nesta terça-feira (19), às 14h no 12º Departamento de Polícia Civil (DPC) que fica na rua Maraque, 95 no Bairro Iguaçú.
A visita acontece através de um requerimento do deputado Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia legislativa, que também estará na comitiva que vai acompanhar Maria do Rosário. A comitiva tem também  a finalidade de obter informações e solicitar agilidade e rigor nas investigações que apuram o assassinato do jornalista, Rodrigo Neto.
A expectativa é de que ela desembarque no aeroporto da Usiminas por volta das 13.
A ministra Maria do Rosário, traz consigo ainda os membros do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), representantes do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, da Ordem dos Advogados do Brasil e o Conselho Nacional de Direitos Humanos.

Um atentado contra a democracia

Maria do Rosário se encontrará com o delegado José Walter Mota Mattos, do 12º Departamento de Polícia Civil de Ipatinga.
A ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, publicou em seu perfil no Twitter que a morte do jornalista “tem características de execução, um crime contra a vida e um atentado contra a liberdade de direitos humanos”.  Em outra ocasião chegou a afirmar que  iria se encontrar com a cúpula da Polícia Civil. “Da qual pedirei esclarecimentos e cobrará celeridade na solução do caso”, salientou.
Segundo a ministra Maria do Rosário, trata-se de um atentado contra a democracia. "O crime contra o jornalista Rodrigo Neto possui características de execução. Foi um atentado contra a vida, os Direitos Humanos e a liberdade de expressão", afirmou.
No âmbito do ministério foi instalado um grupo de trabalho que irá analisar denúncias e propor ações e diretrizes para buscar impedir que casos como esse se repitam impunemente.
Durval Ângelo diz que assim que foi comunicado sobre a morte do jornalista, o deputado enviou ofício ao governador, Antônio Anastásia, ao secretário de defesa social do Estado, Rômulo Ferraz, ao chefe da Policia Civil e a corregedoria da Polícia Militar, solicitando providências e apuração rigorosa sobre o caso. “O jornalista, que foi assassinado porque denunciava chacinas e assassinatos, supostamente envolvendo policiais. Rodrigo Neto já havia comparecido à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia para denunciar o envolvimento de policiais nos crimes que ficaram conhecidos como Chacina Belo Oriente e o grupo de extermínio Moto Verde”, comentou.
Rodrigo Neto,  tinha acabado de fazer um lanche em uma tenda na Avenida Selim José de Salles e se encaminhava para o seu veículo, quando dois homens, em uma motocicleta, atacaram o jornalista, acertando-o com três tiros. Ele trabalhava na Rádio Vanguarda e no jornal VALE DO AÇO atuando na editoria policial.

Repercussão
A morte do jornalista tem repercutido na imprensa nacional e internacional. Embora ainda não tenham sido apurados os motivos, os indícios até o momento apontam para uma tentativa de “calar” Rodrigo Neto, que atuava como repórter investigativo. Caso confirmada esta linha, o crime, além de ser tratado como um atentado à vida, passa a ser também um atentado à liberdade de expressão e à imprensa, último alento da sociedade, quando as ações dos três poderes construídos falham.
O inquérito está a cargo do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), de Belo Horizonte, que não se pronuncia sobre o caso, que é tratado como sigiloso.




sexta-feira, 15 de março de 2013

Missa de sétimo dia de Rodrigo Neto é marcada pela comoção



 ASSSASSINATO DE REPÓRTER




Bispo encoraja jornalistas, citando palavras de Jesus: “Ninguém tem maior amor que aquele que dá a vida pelo seu irmão”


Janete Araújo
REPÓRTER


IPATINGA - Na noite desta quinta-feira (14), familiares, amigos, políticos e representantes de diversos órgãos da imprensa regional marcaram presença na missa de sétimo dia  do Jornalista policial Rodrigo Neto executado com três tiros na madrugada do último dia 08 no bairro Canaã.  A celebração, realizada na Igreja  católica do bairro Veneza I, que ficou lotada e foi presidida pelo Bispo Emérito da diocese de Itabira-Coronel Fabriciano Dom Lélis Lara, e também pelo padre Chico Guerra. E foi marcada pela comoção, tristeza e muito choro de todos os presentes. Muitos vestiam uma camisa preta feita especialmente para a ocasião que pedia que o crime não ficassem impune e outros ainda usavam broches com o rosto de Rodrigo. A viúva Beatriz de Oliveira Faria, a ‘Bia’ do repórter foi o tempo todo amparada por amigos, pois estava muito emocionada e chorava muito assim como o irmão do radialista, Emerson Rodrigues Faria, cabo da PM.
Em sua homilia, emocionada, e cheia de reflexões para a  família e os profissionais de imprensa que estavam ali prestando aquela homenagem,  Dom Lara deu o seu recado com vigor. Chamou a atenção dos políticos presentes  conclamando a eles a fazerem algo para que o crime não ficasse impune. Destacou  ainda que se tratou de uma morte horrível, mas que o povo não pode se esquecer, já que é uma história que já ocorreu em outras regiões e que se repete agora no Vale do Aço:  “Um fato lamentável que abalou todo o nosso Vale do Aço, que teve repercussão em todo o país e até no exterior. Porque esse nosso amigo que foi eliminado, o Rodrigo Neto denunciava as coisas erradas, as maldades e os crimes então tinha gente interessado em eliminar esse homem pois ele estava atrapalhando a maldade”, destacou o sacerdote para em seguida prosseguir que isso foi feito por pessoas que não tem temor a Deus: “Pessoas que se esqueceram que Nosso Senhor Jesus Cristo veio ao mundo para nos ensinar o caminho do amor e do bem. E o número de pessoas que não acreditam em nada está aumentando”, salienta  o Bispo Emérito que o mal vem se alastrando, mas que não podemos nos desanimar, deixar o cansaço e o medo tomar conta de nós vencer e deixar o mal vencer. “O maior mal é o cansaço dos bons, porque os maus não se cansam. Se o cansaço vier é um buraco, um vazio que se abre para o mau se instalar e agir. E esse vazio precisa ser ocupado pelas pessoas boas”, frisou. “Diante de um fato triste como esse agora, há aqueles que pensar até em desanimar – ah vou sair, largar essa profissão, ou posso acabar morto. Mas essa não é hora de deixar a voz se calar. Jesus falou que ninguém tem maior que aquele que dá a vida pelo seu irmão. E o Rodrigo deu a vida trabalhando em favor de seu irmão e outros mais que seguem a mesma missa dele todos os dias como ele”, observou Dom Lara,que acrescenta que é preciso renovar a coragem  e a fé  e unir forçar para enfrentar e vencer o mal: “Pois quem fez isso com o Rodrigo não é um discípulo de Jesus, ele não segue a nada”, concluiu.  
A família pede justiça
Ao fim da cerimônia, o irmão de Rodrigo, Emerson Rodrigues Faria, agradeceu a presença de todos. Ele também o irmão sendo uma pessoa bem humorada de alma jovem e com capacidade de fazer amigos. Ao fim de sua fala, Emerson pediu “que ninguém se calasse porque o Rodrigo não se calaria”.
A viúva Beatriz de Oliveira Faria, a ‘Bia’, disse que tem esperança que a justiça seja feita e que o caso seja solucionado o mais depressa possível: “É o único consolo que resta para a família agora e de que ele não lutou em vão. Porque nada vai trazer ele de volta ou apagar a dor que ficou.Sabemos que as investigações estão acontecendo e confio que uma resposta vai chegar e espero que seja breve”, afirma.




Dom Lara: “Isso (o crime) foi feito por pessoas que não têm temor a Deus”


A igreja estava lotada e, durante a celebração, muitos acabaram indo aos prantos

quarta-feira, 13 de março de 2013

Lugar inusitado para arquitetos da natureza que fixarem moradia

















Três famílias de João-de- Barro ou forneiros acabaram construindo uma espécie de condomínio, com três casinhas, sendo que duas foram edificadas uma em cima da outra, como se fosse um prédio, bem em um posto da Cemig na Avenida Tancredo de Almeida Neves no bairro Caladinho, as pequenas moradias são dignas dos melhores arquitetos. O local escolhido fica em frente à área destinada ao que seria um dia o malfadado Shopping 3 Cidades em frente a Centro universitário do Leste de minas Gerais (Unileste-MG). Enquanto a pendência judicial que perdura desde dezembro de 1997,em torno do terreno não se resolve, há mais de dois anos as aves estão se esbaldando com os frutos e pequenos insetos que encontram no matagal que tomou conta da área que está abandonada desde que a ação impetrada por 42 lojistas que se sentiram lesados pelo empreendimento da Investiplan, começou a tramitar justiça.
Quem ganha com isso são os passageiros que enquanto aguardam a chegada do ônibus com destino a Ipatinga, no ponto que fica logo em frente observa a atividade dos pássaros. Tímidos, nem sempre se mostram, mas é possível ouvir seu canto na pequena mata apesar do tráfego intenso de veículos que passam pela avenida.





















Viúva de Rodrigo Neto ainda não sabe o que fazer do futuro

A DOR DA PERDA



Beatriz de Oliveira: “Seja por qual motivo for, o que quer que ele tenha feito a quem quer que seja, não precisavam tirar a vida dele desse jeito”

Janete Araújo
REPÓRTER

IPATINGA – Na tarde desta terça-feira (12), a viúva do repórter policial Rodrigo Neto de Faria, 38 anos, assassinado com três tiros no início da madrugada da última sexta-feira (08), no bairro Canaã, se pronunciou pela primeira vez após o crime. Natural de Coronel Fabriciano, embora tenha ido ainda pequena morar em Caratinga, Lourdes Beatriz de Oliveira Faria, a ‘Bia’, de 33 anos, aceitou receber a reportagem do jornal VALE DO AÇO na residência da família, no bairro Cidade Nobre. Mesmo ainda muito abalada, ela falo durante cerca de 40 minutos. Entre declarações e choros, comentou sobre a morte do marido, sua relação com a família, e admitiu: por enquanto ainda não sabe o que vai fazer de sua vida depois do trágico acontecimento. 

Desde o enterro do jornalista, na manhã do último sábado (09), ‘Bia’ e o filho Arthur, de seis anos, foram para a casa dos familiares em Caratinga. Mas ela e o garoto tiveram que retornar na manhã desta terça. Vieram acompanhados da mãe de ‘Bia’, a dona de casa Maria Rosa, e de seu irmão, José Carlos. Os dois estão fazendo companhia à viúva e o menino em sua casa, alugada exatamente no dia anterior à morte de Rodrigo.
‘Bia’ explicou que está de novo em Ipatinga para resolver alguns quesitos, vários trâmites burocráticos que envolvem o caso, como obter a certidão de óbito, já que o corpo foi sepultado sem o documento; tentar conseguir a carteira de trabalho do repórter; liberar o carro (o Corola em que Rodrigo foi executado junto à porta do motorista, quando se preparava para voltar para a casa, após ficar bebendo e conversando com um amigo numa barraca de churrasquinho), que ainda está sob os cuidados da polícia. O automóvel estaria sendo periciado em busca de pistas, sendo desmontadas várias partes de seu interior. Na tomada de todas estas providências, quem muito tem ajudado é o irmão policial de Rodrigo, Emerson Rodrigues Faria, cabo da PM.

A notícia
Beatriz de Oliveira Faria conta que recebeu a notícia do assassinato pelo 190, no meio da noite, a partir de um telefonema feito por ela. Mas lembra que antes, por volta de 1h20 da madrugada, o ex-coordenador da Defesa Civil de Ipatinga e amigo da família, Noé Pedro, ligou para  ela querendo saber se Rodrigo estava em casa, o que já gerou certa apreensão: “Eu disse que não. Entretanto, pela voz dele, imaginei que algo havia acontecido. E comecei a ficar nervosa e preocupada. Me levantei, me vesti”, relata.
Em seguida, ‘Bia’ conta que foi até à casa de uma vizinha e conversou com ela sobre o assunto. “Meia hora depois – ela continua – liguei para a esposa do Noé, a Cremilda. Percebi, pelo tom de voz dela, que ela sabia de alguma coisa e não queria me dizer. Liguei então para o 190 e perguntei se tinha alguma ocorrência na Selim José de Salles ou proximidades. O policial que me atendeu perguntou quem eu era. Falei que era a esposa do Rodrigo Neto e ele disse que ele tinha sido baleado. Entrei em desespero”, lembra ‘Bia’, que diz ainda que o PM pediu que ela ficasse calma e fornecesse o endereço para que pudesse enviar uma viatura para lhe dar assistência.

O desabafo
A viúva revelou à reportagem do jornal VALE DO AÇO que já prestou depoimento para a Polícia Civil. Contou que não sabia se ele estava sofrendo ameaças: “Ele era contido e reservado. Não falava dos problemas do trabalho em casa, não relatava nada. Dizia sempre que isso era para me preservar, assim eu não sabia nada de sua vida profissional”, explica Beatriz.
“Agora – comenta a mulher – fica o sentimento de revolta pela forma covarde e traiçoeira como ele foi assassinato. Seja por qual motivo for, o quer que ele tenha feito a quem quer que seja, não precisavam tirar a vida dele desse jeito. Foi muito brutal e estavam esperando a hora oportuna para fazer isso”, observa a viúva de Rodrigo Neto.

Um pai e marido dedicado

‘Bia’ lembra que Rodrigo Neto tinha pouco tempo para ficar com ela e com o filho Arthur, situação que já sabia ser mais comum agora, tendo em vista que passou a ter dois empregos, na Rádio Vanguarda e também no jornal VALE DO AÇO. Mas conta que ele gostava de aproveitar bem os raros momentos que tinham juntos: “Ele gostava muito de ficar deitado no sofá da sala junto com o Arthur, assistindo desenho animado. Isso quando os dois não estavam brincando de fazer cócegas um no outro ou apostando corrida pela casa. Eu morria de medo de um deles se machucar”, recorda Beatriz, para em seguida acrescentar: “Nossa vida pessoal era muito reservada. Ele me preservava e dizia para eu não dizer para as pessoas que ele era meu marido. Mas ele era muito carinhoso. Às vezes íamos a alguma pizzaria e ficávamos lá dentro. Quando eu questionava, ele dizia que era para a minha segurança, e ainda ressaltava: - ‘Bia’, é bom evitar”.
A viúva descreve ainda que Rodrigo “era dedicado, mas às vezes chegava calado, parecendo estar nervoso e pedia para eu não fazer perguntas, pois tinha ocorrido umas coisas envolvendo o trabalho. Nunca trouxe problemas para casa. Não dava má resposta, não ficava nervoso nem comigo ou com o Arthur e mantinha o bom humor”, assegura a viúva de Rodrigo Neto.
Embora tenha estado com a família no enterro do pai, o filho único de Rodrigo Neto, que se parece muito com ele, provavelmente ainda não se deu conta da extensão da perda ou do quanto ela pode representar para sua vida. Alegre e sorridente, ele mesmo foi até o portão receber a equipe de reportagem. Dentro de casa, deitado no sofá, assistia desenho animado da Turma da Mônica e mostrava DVD dos Smurfs que seu pai havia comprado. Arthur alegrou-se ainda mais ao receber alguns pirulitos e foi levado pelo tio para jogar bola do lado de fora, enquanto sua mãe falava ao jornal.





Imprensa se une para criação
do “Comitê Rodrigo Neto”

IPATINGA – Dezenas de profissionais de Comunicação que atuam na Região Metropolitana do Vale do Aço se reuniram nesta terça-feira (12), na Câmara Municipal de Ipatinga, para criar o “Comitê Rodrigo Neto” - entidade de classe que se propõe a cobrar celeridade na apuração do crime brutal que vitimou o jornalista na madrugada de sexta-feira (8). Além de não deixar o caso cair no esquecimento, o intuito é pressionar as autoridades também quanto a crimes que foram investigados por Rodrigo Neto em vida, no quadro que ficou conhecido como “O que o tempo não apagou”, na emissora Vanguarda AM. Poucos dias antes de sua morte, Rodrigo também dera início a um novo estágio de apurações no jornal “VALE DO AÇO”.
Aqueles que imaginaram terem calado o Rodrigo Neto vão perceber que, pelo contrário, fizeram nascer dentro de cada um de nós mais um Rodrigo. Pois agora é que, demonstrando unidade, a imprensa vai investigar a fundo, de forma impessoal, mas como classe”, apontou o assessor da Câmara de Ipatinga, Breno Brandão.
Já a repórter policial Gizelle Ferreira, que atua no jornal “Diário Popular”, ressaltou a importância de que a imprensa como um todo esteja engajada na elucidação de episódios em que os jornalistas desta editoria, por acompanharem de perto, acabam ficando mais expostos. “Claro que diante de uma brutalidade como essa, nós ficamos com medo. Não consigo acreditar ainda no que aconteceu, parece não ser real. Mas somos nós, repórteres policiais, que mostramos a cara todos os dias acompanhando o combate à violência. É importante, sim, que sejamos protegidos, estando na linha de frente”, expôs.

INICIATIVAS
Grande parte dos profissionais de Comunicação adotou, desde esta segunda, uma fita preta no pulso que, mais do que sinal de luto, cobra rápida apuração do crime. Uma camiseta está sendo confeccionada para a Missa de 7º Dia, que será celebrada pelo padre Chico Guerra nesta quinta-feira (14), às 19h30, na Igreja Católica do bairro Veneza. Também foi criada uma identidade visual padrão aludindo ao crime, que estampará as capas de jornais, revistas e demais impressos, sites e portais de internet, além de vinhetas para mídia eletrônica: rádio e TV.
O vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, Alessandro Carvalho, acompanhou as discussões e prometeu empenho da entidade. “Vamos levar às autoridades em Belo Horizonte a nossa indignação, além de pautar os principais veículos da capital para que também cobrem a investigação do episódio”, concluiu.

terça-feira, 12 de março de 2013

Delegado de BH assume apuração de assassinato de repórter policial


TODA A IMPRENSA começou a trabalhar nesta segunda-feira com uma pulseira preta, simbolizando a unidade pela elucidação do caso

EXECUÇÃO NO CANAÃ


Janete Araújo
REPÓRTER
Rodrigo Neto enviou e-mails ao Ministério Público em 29 de setembro de 2011 e 7 de fevereiro de 2012, alegando estar recebendo ameaças de morte

IPATINGA - As investigações sobre a morte do repórter policial Rodrigo Neto de Faria, 38 anos, executado com três tiros por dois motoqueiros, na madrugada da última sexta-feira (08), no bairro Canaã, foram assumidas pelo delegado Emerson Morais, titular da Delegacia de Homicídios de Belo Horizonte. O policial chegou à cidade no último sábado (08), chefiando uma equipe formada por três investigadores, também da capital mineira. Nesta segunda-feira (11), toda a imprensa do Vale do Aço começou a trabalhar usando uma pulseira preta, também usada por profissionais de assessorias e mesmo aqueles que no momento não estão engajados em nenhum órgão. Caso não haja uma resposta quanto ao autor do crime, até o próximo final de semana, uma manifestação está sendo organizada para a sua missa de 7º dia, com camisas de protesto elaboradas para a ocasião.

O delegado Ricardo Cesário, que até então estava à frente do caso, já passou para o colega belo-horizontino o inquérito da morte de Rodrigo Neto. Algumas pessoas começaram a ser ouvidas, várias delas profissionais da imprensa. Todo o processo vem correndo em segredo de justiça. O resultado das investigações deverá ser reportado a autoridades na capital.
Na tarde desta segunda-feira (11), a reportagem do jornal VALE DO AÇO tentou contato com a Superintendência Judiciária da Polícia Civil, em BH, mas a repartição não quis se pronunciar sobre o assunto, afirmando apenas que o caso da morte do jornalista foi repassado para a Delegacia de Homicídios de BH e que nenhuma informação será repassada, pois o caso corre em sigilo.

Denúncias de ameaças
Sobre as ameaças de morte que Rodrigo Neto estaria recebendo, o titular da Promotoria de Execução Penal e Controle Externo das Atividades Policial Civil e Militar, Bruno César Medeiros Jardini, confirma a informação.
Conforme ele, isso ocorreu em duas ocasiões, via e-mail. As mensagens foram recebidas por seu antecessor, o promotor César Augusto dos Santos. O primeiro e-mail foi recebido no dia 29 de setembro de 2011 e o outro em 7 de fevereiro de 2012.
Ao receber as denúncias, César Augusto instaurou expediente chamado de “notícia de fato”, para melhor apurar o caso. A situação foi repassada para o então comandante do 14º Batalhão, como também ao Delegado Regional de Polícia Civil, João Xingó. A ambos foi solicitado que apurassem o caso.
O promotor conta que assumiu a pasta em outubro passado, revelando que não houve apuração por parte do MP: “Nem todas as informações sobre o caso posso repassar à imprensa neste momento, já que nesta terça-feira (12) vamos discutir  internamente todo esse material”.

Direitos Humanos
Também nesta segunda, por telefone, o jornal VALE DO AÇO ouviu o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia legislativa, Durval Ângelo (PT), que relatou que conhece o repórter há nove anos. Segundo ele, há quatro ou cinco anos Rodrigo Neto chegou a depor na Corregedoria da Polícia Civil a respeito de ameaças que estaria recebendo: “Foi quando denunciou o sindicato do crime que contratou um pistoleiro para matar o Dr. Lemos e me matar, e ele entrevistou o Adriano Pitbull, o pistoleiro. Na chacina de Belo Oriente, ele também recebeu ameaça. Teve uma audiência pública em Ipatinga com Edson Moreira, chefe de investigação da PC no Estado, e as ameaças ficaram patentes”, afirma o deputado.
Recentemente, diz o parlamentar, o repórter queria escrever um livro com o título polêmico ‘Crimes perfeitos’: “Ele até me comunicou há duas ou três semanas e falamos desse fato. Disse que ia relatar os crimes cometidos pelo motoqueiro da moto verde, as chacinas ocorridas no Vale do Aço e que quando tem policial envolvido não se avança na apuração”, declara Durval Ângelo. “Depois da morte até relatei ao chefe de polícia Cylton Brandão que ele estava escrevendo este livro”.
Durval Ângelo adiantou que pretende estar no 12º Departamento de Polícia Civil na próxima terça-feira (19), às 14h, em companhia da Ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário. A repartição funciona na rua Maraquê, no bairro Iguaçu. A ideia é que também esteja representada a Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG). Outros parlamentares deverão acompanhar a visita. O objetivo é pressionar e cobrar agilidade nas investigações sobre o caso, havendo uma reunião com o delegado que está conduzindo as investigações.



Assassinato de Rodrigo Neto
é citado em evento no México

DA REDAÇÃO - Conforme divulgou nesta segunda-feira (11) o repórter Gabriel Manzano, enviado especial do jornal O Estado de S. Paulo à reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) realizada em Puebla, no México, o caso do assassinato do repórter do jornal VALE DO AÇO, Rodrigo Neto, foi citado neste domingo (10) em Relatório sobre a Liberdade de Imprensa no Brasil.
Segundo a matéria, “a impunidade dos que atacam a liberdade de informar é a personagem central do Relatório”, que foi lido pelo representante Paulo de Tarso Nogueira. Delegados de 21 países participam do evento naquele país. "É motivo de grande preocupação a impunidade nos casos de assassinatos, cujo número cresceu nos últimos anos", adverte o texto.
O Relatório foi apresentado à Comissão de Liberdade de Expressão e Informação da SIP. No curto período compreendido pelo documento, que considera fatos desde 1º de outubro de 2012, são relatados 22 casos - dois assassinatos, nove agressões, cinco casos de censura e seis ameaças. A análise brasileira foi preparada pela Associação Nacional dos Jornais (ANJ).
Em suas 11 páginas, o Relatório informa, além da morte do jornalista Rodrigo Neto, do jornal VALE DO AÇO, de Ipatinga, na última sexta-feira, a do radialista Mafaldo Goes, em Jaguaribe (CE), em 22 de fevereiro. No capítulo das ameaças, um dos episódios de destaque foi o aviso anônimo recebido em 18 de dezembro de 2011 pelo jornalista Mauri König, da Gazeta do Povo, de Curitiba. "Informavam que sua casa seria metralhada por policiais militares", após seguidas denúncias que ele fez sobre abusos praticados pela polícia paranaense. Sua família e o jornal também receberam ameaças.


segunda-feira, 11 de março de 2013


Devemos ser desconfiados como os gatos
Janete Araújo

Vivemos em um momento que não sabemos que é amigos e quem nosso inimigo. Quem poder e quer nos ajudar e quer  saber qual tipo de informação  que somos portadores para usar isso em nosso desfavor. Todo cuidado é pouco.
Devemos fazer como os gatos, que são desconfiados, ariscos e arredios por natureza, confiam em seu sexto sentido. Como eles, precisamos estar sempre atentos a nunca nos descuidar e ser desconfiados.
Estar sempre alertar ao perigo é garantia de manter o mal afastado, e deixar longe de nós a perversidades que nos ronda em motos usando capacetes e luvas, disfarçados em sua covardia. Não podemos nos deixar pegar desprevenidos.
Devemos denunciar todo e qualquer fato suspeito que nos ocorrer para as pessoas de nossa confiança e que possa nos ajudar ou nos servir de testemunha.
Assim ninguém vai falar depois, já tarde demais, que não tinha conhecimento que fomos ameaçados. Tomemos precauções enquanto é tempo, sem nos tornar medrosos ou neuróticos.
E vamos fazer aquilo que nossa profissão pede de nós, cumprir a nossa vocação que é apurar e denunciar sempre as agruras, as corrupções, os fatos errados, até que a justiça seja feita. Afirnal muitos dependem de nós, somos a voz daqueles que não tem vez e voz e não podemos nos calar perante a omissão ou ameaças. Há muitos que precisam de nós para ter seus direitos garantidos e vários crimes somente são punidos  porque estamos observando e cobrando. Calar a nossa voz é voltar ao passado e retrocesso é para os medíocres que temem o desenvolvimento e a modernidade.
O mal não pode vencer o bem e a impunidade muito menos, cabe a nós dar a sociedade dar a sociedade a resposta que ela merece e estar onde seu olhar não alcança. E se tivermos medo não poderemos cumprir essa sagrada missão.

Morte de repórter une todos pelo fim da impunidade


10/03/2013 00:01 - domingo, 10 de março de 2013.
Comandante do 14º Batalhão PM diz que há notícias de que Rodrigo Neto teria sofrido ameaça de morte, mas isso está sendo investigado pela Polícia Civil
Janete Araújo REPÓRTER IPATINGA- Familiares, amigos de toda a imprensa, autoridades e inúmeros populares superlotaram o cemitério Senhora da Paz para acompanhar o sepultamento Na manhã deste sábado (09), uma multidão comovida acompanhou o enterro do repórter policial Rodrigo Neto de Faria, 38 anos, barbaramente assassinado no início da madrugada de sexta-feira. O imenso espaço para estacionamentos no Cemitério Senhora da Paz foi pequeno para o público que afluiu ao local e, já na portaria, minutos antes das 10h, policiais militares desviavam os veículos para áreas externas. Colegas e ex-colegas de trabalho, familiares, amigos da imprensa escrita, falada e televisionada do Vale do Aço, ouvintes que o acompanhavam em seu programa Plantão Policial, da Rádio Vanguarda, autoridades políticas, fizeram questão de dar o último adeus ao destemido jornalista, calado com três tiros à queima-roupa disparados por um garupa de motocicleta. Marcado para as 10h, o cortejo rumo ao túmulo saiu de uma das capelas-velório do cemitério com cerca de 20 minutos de atraso, diante da grande afluência ao caixão. No momento em que a urna era levada ao carro funerário uma salva de palmas foi dada, e o ato se repetiu pelo menos mais duas vezes na caminhada até o local reservado ao jazigo. Ao fundo, uma van da Rádio Vanguarda tocava a música ‘Canção da América’, de Milton Nascimento. Diante do túmulo, onde a família teve que pedir licença para se aproximar do caixão, uma voz iniciou o cântico “Segura nas mãos de Deus”, antigo hino de autoria do pastor Nelson Moreira da Mota hoje incorporado a várias igrejas de diversas religiões. Também um Pai-Nosso foi rezado em uníssono. Muitos populares que estavam presentes comentavam entre si neste instante: “Ele foi um herói. É preciso que se encontre o assassino”. Lemos: “Se for preciso, estou disposto até a voltar a pegar em armas para solucionar esse caso” Agilidade nas investigações O ex-delegado e hoje Ouvidor da Câmara de Vereadores de Coronel Fabriciano, Francisco Pereira Lemos, que esteve presente ao velório e enterro do repórter disse que o assassinato de Rodrigo Neto não pode ficar impune: “Já tive uma conversa com os colegas da polícia civil e da polícia militar e eles me prometeram uma agilidade nas investigações deste crime. E que vão se empenhar ao máximo para chegar aos autores. O Rodrigo era um repórter combativo admirado por muitos, mas que às vezes incomodava alguns segmentos. E isso é um ataque à liberdade de imprensa. Nós vamos cobrar. Se for preciso até voltar a pegar em armas para solucionar esse caso, estou disposto. Agora é hora de unir nossas forças. Unir o que nós sabemos para descobrir quem fez isso o mais rápido possível. Não vamos deixar que esse crime bárbaro fique impune. Não podemos deixar que o mal vença o bem. É hora do poder público cobrar agilidade nos procedimentos”. Várias hipótesesLairto Martins Edvânio Carneiro: “Não é um caso muito simples, pois se fosse já teria alguém preso no local” À paisana, o tenente-coronel Edvânio Carneiro, comandante do 14º Batalhão PM, também compareceu ao enterro, que tinha vários policiais fardados trabalhando. Ele declarou que as investigações estão sob responsabilidade da Polícia Civil: “Temos nos empenhado para verificar e checar algumas denúncias que têm aparecido. A PM está junto com a Polícia Civil para ajudar em tudo que for necessário. Já conversei com o Delegado Regional e nos colocamos à disposição para auxiliar a desvendar esse crime, para termos o autor ou autores presos o mais rápido possível. Vamos estar o tempo todo com atenção especial voltada para solucionar esse caso. Não há uma única linha de investigação. Estamos trabalhando com várias hipóteses sobre as quais no momento não posso dar detalhes. Não é um caso muito simples, pois se fosse já teria alguém preso no local”, observou. Sobre supostas ameaças de morte recebidas por Rodrigo Neto, o tenente-coronel Edvânio admitiu: “Há notícias neste sentido, que estão sendo investigadas pela Polícia Civil”.

 10/03/2013 00:02 - domingo, 10 de março de 2013.
  “Não existe crime perfeito", diz irmão, cabo da PM Os irmãos de Rodrigo Neto, Emerson Rodrigues Faria, cabo da PM, e Lílian Rodrigues Faria, clamam por justiça após o enterro Rodrigo Neto era o filho do meio de uma família de cinco irmãos, constituída de três mulheres e dois homens. A família veio de Caratinga, onde o pai trabalhou numa empresa de ônibus até se aposentar. Há mais de 20 anos eles se estabeleceram em Ipatinga, com residência no bairro Cidade Nobre. Um dos irmãos mais velhos de Rodrigo, Emerson Rodrigues Faria, cabo da PM, falou ao jornal VALE DO AÇO, ao lado da irmã Lílian, a caçula. Eles pediam justiça. “Quem morreu foi uma pessoa que só fez o bem. Só falava a verdade. Não existe crime perfeito, existe crime mal solucionado. Voltar ele não vai, mas a justiça sendo feita vai confortar um pouco a família, que neste momento está inconsolável”, disse Emerson. Indagado se Rodrigo comentou com ele que estava sendo ameaçado, Emerson disse que o repórter era reservado e sempre preservava a família: “Com certeza, se soubéssemos tomaríamos providências. Não deixaríamos chegar a esse ponto”, afirmou. ílian completou: “Não deixem esse crime impune, porque ele não deixaria. A perda foi muito grande para nós”, destacou a irmã. Ao final de sua fala, os irmãos fizeram um apelo: quem souber de qualquer informação que possa ajudar a solucionar o assassinato, que entre em contato com o jornal VALE DO AÇO, Rádio Vanguarda ou pelo Disque-denúncia anônimo 181.