quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

AS ASAS DO TEMPO

A chuva cai insistentemente há vários dias.
Pela janela observo os pingos transparentes
Ótimo momento para refletir
E deixo o pensamento voar subir até o telhado e depois escorrer pelo o chão
Como uma gota solitária.
Sinto as asas da emoção que há muito lutam dentro de minha alma pela libertação
Onde estive nos últimos anos?
O que fiz de minha vida para agora sentir essa opressão e vazio no peito?
Nada! Essa é a dolorosa resposta que grita em mim
Não amei, não fiu amada, apenas vivi em função de sonhos
Alguns, hoje se tornaram reais, mas e meu coração?
Esse coitado ficou tão carente e sozinho quanto eu.
Não cultivei a sabedoria de amar
E agora já não sei se posso e como faze-lo...
Tudo que posso imaginar é se um dia o amor vai acontecer para mim.
Tempo, esse malvado e sem graça me marcou
E está encharcando minha vida de ilusões como a chuva que está caindo na terra.
O tempo cruel não me deu tempo para mais nada que não fosse sobreviver
Um dia após o outro
Sem nunca refletir sobre a importância do amor.
Como posso recuperar o tempo perdido?
Deixo meus sentimentos livres como as gotas que caem no vidro da janela.
Mas para onde irão, sem destino e orientação?
Chego a conclusão que
Ou luto e conquisto o que perdi em uma vida inteira
Ou ficarei sempre aguardando uma chance que pode nunca vir
De preencher esse vazio em meu coração
Que cresce a cada dia.
Se não amei o que nasci para amar como posso ser feliz?
Tempo, me dê asas para voar e encontrar a resposta certa.

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