O que
homens e mulheres pensam e esperam de um relacionamento
As opiniões divergem em vários momentos sobre
um relacionamento duradouro que se transforme em namoro e por fim em casamento,
mas ambos correm atrás da mesma coisa, a felicidade ao lado da pessoa amada
REPÓRTER
Janete
Araújo
Circulando pelos dois mundos o masculino e o feminino de
conhecidos meus, sem que soubessem que eu estava fazendo uma matéria para o Dia
dos namorados, eu ouvi vários diálogos sobre o que pensam e esperam os homens
de um relacionamento e o mesmo das mulheres. Decidi resumi os longos diálogos
em que ambas as partes abriam o coração para mostrar seus lados e contar aqui
parte dessas confidências que, talvez possam ajudar aquelas pessoas que nesta
data em especial de 12 de junho, mais que nunca, buscam sua outra metade, o par
perfeito que vai completar sua vida, firmar namoro e quem sabe esse romance
acabe firmando em casamento!
O
relacionamento pela ótica masculina
Um dia
desses eu estava sem fazer nada e fui até o comércio de um amigo meu que fica
no meu bairro, mas chegando lá percebi que ele estava recebendo um fornecedor.
Eu e este amigo meu que aqui chamarei de “Fernandinho” papeamos há anos sempre
sobre os mais diversos assuntos, quando temos um tempinho, trocamos as mais
variadas idéias. Mas cheguei e fiquei quieta em um canto da loja, quando de
repente surgiu entre ele e o fornecedor que vou nomear como sendo “Lucas”, uma
conversa que me interessou sobremaneira, já que sei tão pouco sobre esse
misterioso universo masculino quando nós mulheres não estamos presentes. E o
assunto em voga versava sobre algo ainda mais interessante para as mulheres de
modo geral e por isso eu quis aqui compartilhar: Relacionamento sob a ótica
masculina.
De
antenas ligadas perguntei aos dois se não ficariam constrangidos com a minha
presença e ambos disseram que não. “Mas e se eu acaso fizesse uma matéria sobre
esse assunto”, perguntei. Sabe que seria até bom, assim aquelas chatas se
tocariam quando a gente não quer mais saber delas”, respondeu o Fernandinho.
Então
teve início uma conversa de mais de duas horas que tentarei contar somente as
partes mais importantes.
Para o
Fernandinho, um homem pode esperar um tempão, talvez anos até conquistar uma
determinada mulher e depois de te-la se não foi como imaginou. Nesse caso ele
não faz mais contato seja ligando, mensagem de Facebok, essas coisas são
cortadas. Mas a mulher jamais vai saber que ele não gostou. “Depois fica a
chata ligando e mandando mensagens. Ignoro tudo. Se eu responder pelo menos
uma, ela vai pensar que ainda estou interessado", observa Fernandinho,
solteiro, na casa dos 30 anos.
Lucas,
que se diz casado, mas dá seus “pulinhos de cerca”, e diz estar com 47 anos diz
que após ter filhos criados, só pensa mesmo em “ficar”. Quase nunca tem bis.
Elas acabam se tornando grudentas e cobram coisas, responsabilidades. Para isso
tenho minha esposa. Que nunca vou deixar e jamais vou me expor”, salienta para
acrescentar em seguida que sempre é ele quem deve tomar a iniciativa quando
percebe que a mulher está dando sinais de interesse e mesmo depois a máxima se
mantém. Tem mulher com a qual saio mais de uma vez, mas de forma esporádicas,
para não criar a sensação de que exista um relacionamento sério. Se vejo que vale
a pena uma segunda tentativa faço agrados. Caso contrário corto logo pela raiz.
E depois não adianta de forma discreta ela tentar uma aproximação por meio de
alguma amiga”, comenta. E Fernandinho confirma dizendo que sempre ficará alerta
ao ouvir o nome daquela mulher. "E duas vezes mais se for uma amiga dela e
penso que ai vem armação”, diz.
Fernandinho
diz que uma vez quase chegou a se casar.
"Me apaixonei de verdade, tudo se encaixava. Eu achava que ela era
a mulher certa para mim. Mas então aconteceu uma desilusão muito grande entre
nós. E terminamos tudo. A partir daí passei a ficar mais cínico”, confessa e conta
que namorar sério para ele passou a ser mais difícil. “A gente se conhece
primeiro e vai vendo no que vai dar.Se rolar mesmo química vou levando o
relacionamento até onde der”, explica e lembra que quando a confiança entre os
dois passa a ser muita, a ponto dele considerar que já estão namorando, ele tem
que leva-la para conhecer a família. “Mas até chegar a este ponto posso
dispensa-la a qualquer momento sem explicação”.
E foi
assim que ambos me abriram os olhos para fatos como: homens na faixa dos 30 a
40 anos preferem se relacionar com mulheres mais maduras e bem resolvidas. Já
aqueles chamados “coroas’, com idade acima de 50 anos querem reviver a
juventude, saindo com moças mais jovens. Em nenhum dos casos, quase nunca os
relacionamentos duram muito tempo.
Mas é
claro que há as exceções, quando a paixão é mais forte, o coração bate mais
depressa. E as defesas se desfazem e os dois descobrem que nasceram um para o
outro. São almas gêmeas.
O
relacionamento pela ótica feminina
Conversando
com minhas amigas, ouvindo conversas de salão de beleza, e outros papos que eu
mesma inicie com algumas conhecidas minhas, percebi que com as mulheres ocorre
exatamente o contrário que os homens, quando percebemos que temos em nossa
frente um homem em potencial para manter um relacionamento. De certa forma
parece que meio que perdemos a razão e bom senso nesse momento e passamos a nos
deixar levar pelos sentimentos e o coração. E se estamos carentes, a situação
piora muito.
De
cara, já passamos para ele nosso número de contato e deixamos claro que estamos
totalmente a fim e disponíveis. Mesmo que no primeiro momento nos fazemos de
“difíceis de conquistar”, só para valorizar o nosso “passe”. Mas o medo da
concorrência desleal que está no mercado, faz com que esse jogo não dure muito
tempo. Exceto se realmente já tivermos outro alguém em vista possivelmente mais
interessante, mesmos as compromissadas fazem isso.
Tenho
uma amiga de meus tempos de escola, a Eva, 39 anos, solteira até hoje como eu
que sempre diz que além de concorrermos com as outras mulheres, existem outros
homens que gostam do mesmo que queremos. “São tempo difíceis, é como se
tivéssemos que travar uma batalha para conseguir um bom partido. E depois temos
que prosseguir na luta de mantê-lo”, declara de bom humor. Mas tenho que
concordar com ela, é verdade.
Nessa
batalha usamos como armaduras lingeries lindas e caras, sapatos de salto alto,
nos perfumamos e nos vestimos bem, com roupas provocantes, mas de bom gosto
para nos diferenciarmos da “Piriguetes”, e isso sem contar o salão de beleza
que fica o “olho da cara”, mas ai o cara nem tem a dignidade de nos ligar no
dia seguinte?
Minha
outra amiga, a Glória que tem a minha idade, que sempre trabalhou e se
sustentou, confirma e diz que quando sai com um homem, espera que desse romance
pelo menos um retorno depois. “Antes às vezes eu recebia flores com um cartão.
Mas agora se eu o encontro na rua no dia seguinte, ele com ar constrangido diz
um ‘oi’ acanhado. Tem alguns que ligam uns três meses depois e falam que nunca
me esqueceram”, conta Glória e acrescenta: "Mas se ele não me esqueceu por
que nunca respondeu as minhas ligações e mensagens que mandei. Por que ele só
voltou a lembrar de mim agora? E mesmo assim acabo cedendo”, questiona e
acrescenta é muito cansativo e angustiante para a mulher esse ritual todo até
se chegar ao companheiro ideal que faça o romance durar. “Talvez
eles tenham medo de nós porque estamos em um mundo moderno onde as mulheres são
independentes e tomam a iniciativa. Isso pode deixá-los com medo de nós
assumirmos as rédeas da situação e se não der certo, somos nós que colocamos um
fim em tudo” confidencia Eva.
Penso o
mesmo, mulher logo que conhece uma pessoa partilha tudo com a melhor amiga
contando tudo. Empolgada, pois a amiga conselheira a incentiva ainda mais,
convence, dá palpites. Depois disso cria-se uma ilusão de algo sério, uma
importância e expectativa maior do que realmente aconteceu. E isso tudo toma
forma em nossas cabeças, de algo que para o homem foi diferente, não existiu.
Dessa ilusão criada por nós vem a ansiedade que nos impulsiona a fazer contato,
antes que ele tome a iniciativa, após apenas uma noite de romance.
Lógico
que se foi uma experiência ruim, tudo o que queremos é nos livrar do
inconveniente.
Eva diz que seria bom se no dia seguinte ele
atendesse e falasse a verdade, a ilusão acabaria, e talvez pudesse nascer uma
grande amizade. “Mas por covardia eles preferem o silêncio. Alguns homens são
cavalheiros na ânsia de nos conquistar. Durante um jantar, acontece uma
conversa tão agradável que pensamos que está tudo bem. Eles não dão sinais para
percebermos que aquilo não irá longe. Falam exatamente o que queremos ouvir e
depois somem”, salienta.
Glória
pensa que alguns deixam essas brechas para retornarem depois, quando não houver
nada mais importante para eles fazerem. “Por isso acho que criam uma lista para
acessá-la quando estão carentes”, enfatiza.
Concordo
e percebo que consegui com essa conversa descobrir o sofrimento e a decepção de
uma mulher quando descobre que aquele príncipe que a pegou na porta de casa, no
dia seguinte se transformou em sapo. Que ele só queria curtir, e a mulher
buscava romance. As exceções também são válidas para este caso.
Mas sei
que toda mulher mantém lá no fundo uma esperança de encontrar seu par feito, o
homem ideal que vai ficar com ela para o resto de seus dias. O que está cada
vez mais difícil nos tempos modernos das efemeridades. Mas assim é o amor, é a
esperança de duas pessoas após se conhecerem descobrirem algo que vá os unir
para sempre como nos contos de fadas. E serem felizes para sempre!