segunda-feira, 20 de maio de 2013

VIVENDO SEM VOCÊ













Todos os dias penso em você no que poderia ter sido se continuássemos a viver nossa paixão. Que paixão? Me pergunto, se você não passa de fruto da minha imaginação e jamais houve romance algum.
Todas as tardes quando o sol entre pela montanha adentro, fico sentada na varanda na mesma cadeira de balanço e imagino que você ainda está ao lado. Uma quimera da ilusão que criei para tentar driblar a solidão que tentar me agarrar.
A noite chega e me surpreende suspirando pelo passado que eu poderia ter vivido.
Não dá para esquecer, não consigo apagar marcas gravadas tão profundamente em mim se eu tivesse amado alguém.
Meus sentimentos ainda são fortes, ferozes, e meu coração ainda pulsa na ânsia por viver um amor de verdade e não uma ilusão e escrever sobre isso, como se fosse verdade..
O coração ainda sofre com lembranças tiradas de livros e filmes românticos. Histórias que não tive finais felizes, outras que fico imaginando se ainda perduram no mundo real de hoje, mas o tempo não me perdoou e não me deu o prazer de sentir in loco tão sensação então nada me resta senão imagina-la.
Sei que não foi por culpa minha que não amo alguém. É que alguém até hoje não chegou até a mim para me amar, pois meu coração é livre e está aberto.
Sei que não posso evitar o que aconteceu.
Me conforto dizendo a mim mesma que o destino foi cruel e vem brincando comigo.
Mas isso não torna menos doloroso o sentimento de perda e desalento que sinto em não viver algo que todos sentem um dia. É como ser incompleta.
Há horas que penso “Agora tudo acabou e tenho que continuar só no mundo”, Sem amor, sendo só uma e não dois, tenho que reaprender a caminhar e seguir só como sempre fui até o fim de meus dias, sem ter para onde olhar.
E sozinha busco minha razão de continuar vivendo. Sem a minha metade.
Sem nunca mais sentir.
Mas amando algo invisível para sempre. Uma esperança.
Mas nessa manhã acordei sozinha. Como sempre só é como tem sido toda minha vida.Intermináveis dias numa busca frenética por minha alma gêmea que espero estar em cada esquina que viro, a cada dia que amanhece...
A solidão é uma parceira tão constante e fiel que nem sinto mais sua presença aniquiladora. Como uma bruma intensa que me impede de ver ao redor. A vida passa igual, monótona e sem cor, um brilho esmaecido que se apaga com o correr dos anos.
E como sempre acontece, nessa manhã acordei mais uma vez sozinha. Novamente...E mais uma vez tive por companhia a esperança, essa eterna amiga que me estende a mão e me diz para não desanimar. Onde está o outro lado da minha moeda?A esperança me aconselha a esperar.Mas esperar não é o que tenho feito por todo esse tempo?Mas parece que o meu tempo não é o tempo de Deus e a paciência fica comigo nessa manhã. Me pergunto, para que tanta luz do sol se meu olhar não precisa mais de luz para procurar?Afinal tenho de aguardar...Para que tanto perfume nas rosas se o cheiro não me consola mais?E continuo esperando... Preciso chegar logo ao final deminha busca.Mas o tic tac do relógio do tempo é mais lento que a ansiedade quetoma conta de minha alma.
E o tempo sabe ser implacável, às vezes que mais comigo que com as outras pessoas. Destruindo meus doces sonhos, corroendo minha carne.Me olho no espelho e somente vejo uma metade de nada, sem identidade, sem porto, sem ter porque viver.Um poço de solidão que ri para seu reflexo que às vezes parece meio distorcido. Não sinto que sou eu ali estampada naquela figura. Olhos cansados, pele que mostra que os anos estão passando sem que nada aconteça. Dizem que tenho que ter paciência e esperar.
Esperar é o bastante? O tempo irá dizer.

 

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