segunda-feira, 6 de maio de 2013

Padre Reginaldo Manzotti em Ipatinga


CULTURA
  
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28/04/2013 03:00 - domingo, 28 de abril de 2013. 


Divulgação

Em entrevista ao jornal VALE DO AÇO, o padre Reginaldo Manzotti falou sobre os desafios da Igreja Católica e da expectativa em se apresentar novamente na região
IPATINGA – No início desta semana o Vale do Aço recebe o padre Reginaldo Manzotti, muito conhecido na região por seu programa diário na Rádio Vanguarda e famoso em todo o Brasil por atrair milhares de fiéis às suas missas. O sacerdote celebra missa às 17h30 desta segunda-feira (29), no bairro Bom Retiro, dentro da programação da festa do trabalhador.

Natural de Paraíso do Norte, Paraná, o padre Reginaldo Manzotti ingressou para o seminário aos 12 anos. Durante o período de formação ele estudou música e notou a necessidade de evangelizar através dos meios de comunicação. O sacerdote se formou em Filosofia e Teologia e ficou conhecido por celebrar missas animadas com músicas ritmadas e coreografias que atraiam milhares de fiéis. Em 2005, o Manzotti fundou a Associação Evangelizar é Preciso, uma obra que objetiva evangelizar pelos meios de comunicação e conta com associados em todo o Brasil.

Atualmente, Pe. Manzotti é diocesano, pároco reitor do Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe e diretor de conteúdo da programação da Rádio AM 1060 (Curitiba). Já escreveu seis livros e já lançou oito CDs e DVs. Apresenta programas de rádio e televisão que são retransmitidos e exibidos em 1.300 emissoras de todo o país. Na internet, o sacerdote possui perfis no Twitter, Facebook e o seu portal na internet, o www.padrereginaldomanzotti.org.br, recebe cerca de 1 milhão de acessos mês.

Em entrevista concedida, por telefone, à reportagem do jornal VALE DO AÇO, o padre Reginaldo Manzotti falou sobre o cedo despertar de sua vocação, do trabalho realizado pelo movimento Evangelizar é Preciso, da responsabilidade de aconselhar os fiéis, dos desafios atuais da Igreja Católica e sobre o que esperar do papado de Francisco. Confira a entrevista abaixo!

JVA - Quando e por que o senhor decidiu se tornar padre?
Pe. Manzotti – Meu despertar foi aos 12 anos, quando notei minha vocação. Meu entusiasmo surgiu porque tinha uma referência muito positiva do sacerdócio.

JVA - Quando e como surgiu o movimento “Evangelizar é Preciso” e o programa de rádio? 
Pe. Manzotti – O movimento começou em 2005, quando eu estava recém-ordenado padre. Naquela época eu já estava com certa notoriedade, então usei isso para construir redes de evangelização e não para ser apenas um padre na mídia. A obra surgiu para levar a palavra de Deus a todos. Hoje a associação cresceu muito, tanto que temos o compromisso de sustentar 10 mil crianças por mês, num trabalho feito em parceria com a Pastoral da Criança.  O programa na rádio surgiu há nove anos. No começo eu tinha o horário das 13h, que não é muito bom, mas logo fui transferido para às 9h devido à receptividade que o programa teve junto ao público.

JVA - O senhor tem consciência de como suas palavras tocam e confortam seus ouvintes? Essa responsabilidade pesa?
Pe. Manzotti – Tenho total consciência do peso e responsabilidade disso, pois sei que posso construir ou descontruir uma pessoa. Quando o ouvinte pede um conselho eu procuro ir para o bem, mas isso não significa passar a mão na cabeça.

JVA – Alguma vez o senhor não conseguiu responder o ouvinte?
Pe. Manzotti – Sim. Mas eu não me sinto nessa obrigação, a vida é cruel e dinâmica e nem sempre há uma resposta para tudo. Minha obrigação é acolher. Também acredito que é preciso ter cuidado com quem responde a tudo e faz isso de forma rápida e simples. A vida é complexa e sempre há variantes. Os programas são ao vivo e geralmente atendo quatro pessoas por dia. E tem gente de todos os estados do Brasil e também do exterior. Em determinada ocasião uma senhora me perguntou por que o filho morreu tão jovem. Não é possível responder a isso, o que posso fazer é ouvir, acolher e rezar.

JVA - Como é sua rotina, já que o senhor acumula as funções de pároco, cantor, compositor, escritor e apresentador? 
Pe. Manzotti – Minha vida é disciplinada e cronometrada. Esse é o peso que pago pelo que caminho que escolhi. De manhã faço questão de cuidar da saúde fazendo RPG (Tratamento de Reeducação Corporal Global), faço os programas da rádio e TV durante o dia, à noite tenho missa, também disponibilizo tempo para responder e-mails e ainda escrevo minha coluna para o jornal “O Dia”, do Rio de Janeiro. A disciplina é a grande amiga do trabalho, e só consigo cumprir minha agenda sendo responsável com os horários.

JVA - Qual das tarefas o senhor gosta mais?

Pe. Manzotti - Ser padre. Rezar missa é a melhor parte do dia, é o que mais gosto de fazer. Essa é minha identidade. Eu estou cantor, estou apresentador, estou escritor. Mas sou padre.

JVA - Como o senhor recebeu a notícia de que teríamos um papa argentino? 
Pe. Manzotti - Fiquei feliz por ser um papa latino-americano, o que veio trazer um rosto diferente para o mundo europeu. Existe uma diferença muito grande entre as culturas europeias e latinas. As formas de se postar, querer e expressar são diferentes. Não sei o que Francisco irá trazer para a Igreja, mas ele já dá sinais de renovação e humildade. Apesar disso não acredito que haja grandes reformas.

JVA - Quais são os maiores desafios da Igreja Católica hoje?
Pe. Manzotti – Fazer a Jornada Mundial da Juventude (evento católico que acontece no Rio em julho) dar frutos, fazer com que os jovens permaneçam na Igreja. Atrair a juventude é uma coisa, fazer com que eles fiquem é outra. Também acredito que outro desafio seja investir mais na formação de novos padres, capacitá-los para que possam responder às necessidades do mundo atual, curar a ferida da Igreja causada por assuntos de pedofilia nos ultimos anos. É preciso trazer pessoas mais resolvidas para a Igreja, investir na questão afetiva, humana e intelectual. Antes as pessoas perguntavam o que é pecado, hoje elas perguntam por que é pecado. É preciso ter padres cultos e preparados para essas questões.

JVA – A que o senhor atribui a violência crescente no Brasil, que chega a ser banalizada muitas vezes?
Pe. Manzotti – Isso é um sinal da banalização do valor da vida. Quando as pessoas começam a brincar de Deus, decidir quem nasce e quem morre,  optar por não ter o filho e decidir pela eutanásia, elas percebem que a vida não é tão importante. A violência é um problema social muito sério que começa na família. É preciso haver uma reestruturação social.

JVA - O senhor é a favor da redução da maioridade penal?
Pe. Manzotti - Não. A Igreja é contra, pois não é trazendo a criminalização para uma data mais baixa que a violência vai acabar.  Os jovens repetem o que veem dos adultos, o que veem em casa. É preciso investir na família e na educação. Falta corpo docente no Brasil, e isso gera pessoas ignorantes, violentas e desestruturadas.

JVA – Mesmo com tantas informações sobre os danos causados pelas drogas é cada vez mais crescente o número de jovens que entra neste mundo. O que a Igreja faz para erradicar este problema? 
Pe. Manzotti – Eu parto da questão do equilíbrio familiar, do nível dos relacionamentos. Não quero ser moralista, mas filhos de pais separados, de pais que se batem e crianças criadas por terceiros não recebem o carinho devido no berço. Está faltando substrato, liderança. A Igreja Católica pode oferecer modelos bons. A Jornada Mundial da Juventude tem grande mérito de mostrar modelos positivos para os jovens.

JVA - Qual sua expectativa para a apresentação em Ipatinga?
Pe. Manzotti – É um grande prazer retornar ao Vale do Aço e poder falar com as pessoas daí. Meu programa é veiculado na Rádio Vanguarda e fui muito bem recebido na última vez em que estive na região. Vou a Ipatinga para celebrar e levar a mensagem de evangelização. 

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