quinta-feira, 9 de maio de 2013

Operação da PC prende mais três e apreende cinco armas


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09/05/2013 00:25 - quinta-feira, 09 de maio de 2013. 

Irmão de cabo PM assassinado é um dos novos presos. Apurações relacionadas com execuções ocorridas no Vale do Aço continuam avançando, diz chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e de Proteção à Pessoa. 

FOTO: LAIRTO MARTINS

PARTE DAS EQUIPES de policiais começou a deixar a cidade por volta das 15 horas
IPATINGA - Três homens foram presos em flagrante, cinco armas apreendidas (duas espingardas e três revólveres calibre 38), munições recolhidas e novas informações capazes de ajudar nas investigações de 14 crimes cometidos em Ipatinga e outras cidades do Vale do Aço. Esse é o saldo da operação realizada na região pela Polícia Civil, nesta quarta-feira (08), durante o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. O fato ocorre 60 dias depois do assassinato do repórter policial Rodrigo Neto, 38 anos, executado com três tiros pelo garupa de uma motocicleta ao sair de uma barraca de churrasquinho no final da noite, na Av. Selim José de Sales, no bairro Canaã, em Ipatinga, em 8 de março, e 25 dias após a morte do fotógrafo freelance Walgney Carvalho (com dois tiros, por alguém encapuzado que fugiu numa moto) num pesque-pague de Coronel Fabriciano, no dia 14 de abril.  

Sobre os motivos das novas prisões, os investigadores limitaram-se a informar que elas teriam se dado por porte ilegal de arma. Joaquim Pereira de Souza, 43 anos, irmão do Cabo Amarildo, que foi assassinado no dia da troca de comando do 14º Batalhão PM, em 8 de fevereiro deste ano, foi preso em Ipatinga. Poucos dias após a morte do cabo PM quando ele seguia para uma chácara em Águas Claras, município de Santana do Paraíso, foi morto Sebastião Ludovino, 66, o pai de Daniel Watson, 18, que estaria envolvido no assassinato do policial. O principal suspeito do assassinato, Wesley Neves Santos, 26, o “Timirim”, foi preso em Raul Soares, apenas quatro dias após o crime.
Joaquim Pereira é “reincidente em porte de arma”, resumiu o DIHPP, para justificar ainda mais sua prisão nesta quarta-feira.

O primeiro preso neste quarta-feira foi Ailton Barbosa da Silva, 32 anos, também por porte ilegal de arma, segundo a polícia. Os dois foram recolhidos no Ceresp, não têm direito a pagar fiança e estão à disposição da Justiça.

Chinaider Ferreira, 29, outro suspeito flagrado com arma sem autorização legal para portá-la, teve direito ao pagamento fiança e foi solto porque é réu primário. Chinaider Ferreira e Ailton Barbosa foram presos no município de Santana do Paraíso.
O chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DIHPP), delegado Wagner Pinto, responsável pela equipe que investiga os casos, classificou como “muito proveitosa” a operação.
Segundo ele, o objetivo era coletar provas do envolvimento de pessoas suspeitas dos crimes e, por isso, o cumprimento dos mandados de busca e apreensão representou “uma etapa muito importante para o avanço dos inquéritos”, ressaltou o delegado.

Estrutura
Sob o comando do delegado Wagner Pinto, 50 policiais civis para esta ação específica, iniciaram, logo nas primeiras horas do dia, o cumprimento dos mandados em Ipatinga e em Santana do Paraíso. Destes, cerca de 35 retornaram para  Belo Horizonte por volta das 15h. O restante da equipe continua na região trabalhando nas investigações que prosseguem.
A operação, segundo o delegado, consolida uma nova etapa da investigação sob responsabilidade do DIHPP e que envolve a participação direta de mais quatro delegados, além de investigadores e escrivães. Durante uma conversa informal com a imprensa local, no final do dia, Wagner Pinto não descartou que novas operações e prisões venham a acontecer em breve.

Janete Araújo

WAGNER PINTO, chefe da DIHPP, diz que as investigações dos assassinatos de Rodrigo Neto e Walgney Carvalho estão vencendo etapas
Outras prisões
Seis policiais, sendo um militar e cinco civis, já haviam sido presos temporariamente em abril, suspeitos de envolvimento em crimes. Contudo, um deles, médico perito, foi solto a pedido da própria Polícia Civil. Os inquéritos já somam mais de 500 páginas. Cerca de 50 pessoas, entre testemunhas e suspeitos, já foram ouvidas. Uma delas, que já morou em Ipatinga, prestou depoimento fora do Estado.
Ainda na conversa informal com a imprensa, segundo o chefe da DIHPP, Wagner Pinto, as prisões realizadas na manhã desta quarta-feira têm a ver com as investigações que o órgão vem realizando na região envolvendo 14 casos. Mas ele não quis confirmar se eles estão ligados às execuções de Rodrigo Neto e Walgney Carvalho. Ele ainda descartou a informação que estava sendo ventilada de que o assassino de Rodrigo Neto teria sido preso em Santana do Paraíso durante a operação.

Sobre as investigações dos crimes cometidos contra Rodrigo Neto e Walgney Carvalho, elas prosseguem. “O objetivo é apurar se os crimes têm assassinos e mandantes. Se houve, pegaremos ambos. Tudo vem sendo feito por meio de uma metodologia, vencendo etapas. Não posso declinar o tempo que levaremos para encontrar os responsáveis e concluir as investigações, mas esperamos que seja rápido”, declarou o delegado, sem dizer em que fase andam as investigações no momento.


FOTO: LAIRTO MARTINS 

Ailton Barbosa da Silva, 32 anos foi o primeiro a ser levado para o CERESP
Deputado diz que já tem nome de assassinato de Rodrigo Neto

DA REDAÇÃO - O deputado Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas, em pronunciamento nesta quarta-feira (08), no plenário da Casa, disse que recebeu informações de que o repórter policial Rodrigo Neto, 38 anos, foi assassinado por um policial. “Só não vou anunciar o nome do policial por pedido da corregedoria da Polícia Civil”, ele disse, acrescentando: “Queremos ações efetivas, foram expedidos 12 mandados de prisões para a região, porém não adianta prender somente os praças, queremos que os mandantes, os delegados e os políticos envolvidos nos assassinatos também sejam presos”.
O jornalista Rodrigo Neto foi assassinado no dia 8 de março, em Ipatinga, com três tiros, por um atirador na garupa de uma moto, quando saía de uma barraca de churrasquinho na Av. Selim José de Sales, no bairro Canaã, no final da noite.
Durval disse que vai pedir a federalização da investigação do assassinado de Rodrigo e das 15 chacinas denunciadas por ele no Vale do Aço. Durante o mesmo pronunciamento, voltou a criticar o poder judiciário de Ipatinga e afirmou que “a Justiça Penal da região tem sido conivente com os policiais envolvidos nos crimes”. Nominalmente, ele citou o juiz Antônio Augusto Calais de Oliveira, “que negou o pedido de cinco prisões preventivas a um policial acusado de envolvimento com o crime organizado”.  Ele citou ainda o caso dos irmãos caboclos, “que foram condenados a 19 anos de prisão, mas continuam soltos”.

FOTO: LAIRTO MARTINS

Joaquim Pereira de Souza, 43 anos, irmão do Cabo Amarildo, também recolhido ao Ceresp no fim da tarde
Caso Walgney
O repórter fotográfico Walgney Assis Carvalho, freelancer do jornal VALE DO AÇO, foi morto com dois tiros um na cabeça e outro no peito a tiros 38 dias depois do assassinato de Rodrigo Neto. Segundo Durval, o fotógrafo sabia quem assassinou Rodrigo e foi morto como queima de arquivo. “Já havia comunicado que Walgney estava sendo ameaçado”.

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