- CIDADES
Janete Araújo
Nívio Pinto de Lima, Coordenador Regional do DER-MG, adianta que novas ações devem ser adotadas “para acabar com esse tipo de serviço que expõe o usuário a vários riscos”
IPATINGA- Segundo estimativa do Coordenador Regional do Departamento de Estrada de Rodagem – DER-MG, Nívio Pinto de Lima, já houve cerca de 600 clandestinos aliciando passageiros nos terminais rodoviários de Ipatinga, Coronel Fabriciano, Timóteo e Caratinga, sempre agindo nas linhas onde existe maior movimento de passageiros. Ele afirma que devido à ação quase que diária do órgão, que realiza blitzes em parceria com a Polícia Militar, esse número hoje está reduzido a cerca de uns 100 clandestinos. Contudo, são grandes as dificuldades para fazer cessar o expediente ilegal.Nívio Pinto de Lima, Coordenador Regional do DER-MG, adianta que novas ações devem ser adotadas “para acabar com esse tipo de serviço que expõe o usuário a vários riscos”
Nívio diz que “são sempre as mesmas pessoas. As mesmas figurinhas carimbadas que agem em grupo. Enquanto um grupo é composto de aliciadores que ficam próximos às rodoviárias, o outro fica vigiando os locais das fiscalizações e se comunica por celular”, explica.
Mesmo com o uso desse subterfúgio, o coordenador regional do DER-MG estima que por dia são flagrados entre cinco a dez clandestinos que incluem vans, ônibus, táxis e veículos particulares. “Eles agem de maneira agressiva, abordando o passageiro de tal forma que quase o obriga a dizer sim. Isso os intimida. Aí oferecem viagens para Belo Horizonte, Governador Valadares, Caratinga, tocando no ponto fraco da pessoa que é financeiro, dizendo que fazem a viagem por R$ 25 ou R$ 30”, explica.
Contraindicações
Nívio Pinto ressalta que o que o passageiro se esquece nesta hora é da sua segurança, pois se aquele veículo é parado em blitz no meio da estrada, o passageiro tem que descer e ficar ali esperando um ônibus de linha regular, além de pagar outra passagem. Mais: corre outros riscos, como a superlotação e os clandestinos, diferentemente dos motoristas das linhas regulares, não seguem horários e trafegam em altíssima velocidade, pois para eles é importante fazer até dez viagens em um único dia para ter lucro. ‘Por isso existe tão alto índice de acidentes envolvendo vans. Quando são investigadas, trata-se de clandestinos”, diz.
Nívio observa ainda que os clandestinos não recolhem impostos como IPVA, DPVAT, imposto tal qual linha de ônibus e outros documentos. E os motoristas não recebem treinamento para transportar passageiros.
O coordenador diz que as fiscalizações são feitas de forma aleatória, sempre acompanhadas pela PM. “O DER de Governador Valadares faz o cerco lá, em Fabriciano fechamos o miolo do Vale do Aço e o DER de Itabira cerca em João Monlevade. Assim esse eixo da BR-381 está sendo fechado, mas sempre escapa algum, pois para caracterizar transporte clandestino precisamos que algum passageiro comprove”, observa.
Depois de realizada a autuação, é feito o inquérito, o veículo vai para a delegacia e o caso vira processo. Mas Nívio Pinto diz que existe o problema que acaba com todo o trabalho realizado até aí. É quando os clandestinos pagam uma multa na delegacia, liberam o veículo e entram com uma liminar na justiça. “Entramos com ação na justiça e geralmente os juízes acatam nosso pedido, derrubando a liminar”, salienta.
FOTO: LAIRTO MARTINS
DIARIAMENTE ainda são flagrados entre cinco a dez clandestinos que incluem vans, ônibus, taxis e veículos particulares
MegablitzesDIARIAMENTE ainda são flagrados entre cinco a dez clandestinos que incluem vans, ônibus, taxis e veículos particulares
Hoje o DER regional de Coronel Fabriciano, que já teve sete fiscais, conta com somente três. É esperado que até julho saia o edital do concurso e no final do ano o quadro seja recomposto.
Nívio espera ainda total apoio da Polícia Civil em manter os veículos clandestinos apreendidos e avisa que isso já vem sendo negociado entre o DER de Minas Gerais e o Chefe da PC do estado. Outra medida aguardada é que o judiciário não conceda tão facilmente liminares aos motoristas clandestinos e agilizem as ações do DER cancelando essas liminares.
“Também já estamos montando megablitzes conjuntas que juntarão a nossa fiscalização com o DER de Belo Horizonte, Manhumirim, Guanhães, Itabira, Valadares e a PM Rodoviária. Aí sim pegaremos todo mundo, pois eles não terão para onde ir com todas essas medidas”, conclui Nívio Pinto.
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