quinta-feira, 23 de maio de 2013

 
 
 
PROFISSÃO REGULAMENTADA
Mototaxistas devidamente paramentados têm 90% de aceitação da população
 
IPATINGA -  A Associação dos Mototaxistas, Motofretistas e Motociclistas do Vale do Vale do Aço- Motvaço foi fundada em 08 de junho de 2011 e desde então vem lutando pela regulamentação de toda a classe em toda a região.  A entidade conta atualmente existem 43 pontos cadastrados, sendo 40 em Ipatinga e três em Coronel Fabriciano, mas nenhum em Timóteo, o que soma um total de 728 mototaxistas e motofretistas associados. O tesoureiro e diretor-secretário da Associação, Carlos Roberto da Silva Costa afirma que a associação se reúne com os mototaxista  que ainda não são associados para mostrar a eles as vantagens dessa prestação de serviço que eles fazem ser feita dentro da lei. “Essa é a nossa bandeira de luta. Estamos trabalhando para aumentar esse número. Já fomos procurados por mototaxistas de Timóteo, mas não houve adesão. É preciso que os donos dos pontos se conscientizem da necessidade de trabalhar de forma regularizada e para isso ele precisa nos procurar”, observa  Carlos Roberto.   A sede da Motvaço funciona de segunda a sexta-feira, das 08h às 17h na Rua Judite, 1010 no Bairro Betânia,  em Ipatinga, o contato também pode ser feito pelo telefone 3827 0260 e a associação está sempre aberta para prestar informações e atender aqueles mototaxistas que hoje trabalham na clandestinidade, mas desejam se associar à entidade e trabalhar de forma regulamentada.
Ele ainda acrescenta que a partir do dia 31 de agosto será cobrada a utilização da placa vermelha e do curso obrigatório.  O veículo que descumprir a determinação pode ser apreendido e o proprietário é multado. Carlos Roberto explica  que os associados da Motvaço já se anteciparam e já utilizam todos os acessórios que estão sendo cobrados em blitze e as demais cobranças que serão obrigatórias a partir de agosto.
 
Benefícios oferecidos
 
A Motvaço faz a doação para os associado dos itens obrigatórios como  a antena  corta pipa e mata cachorro pela  Lei 12.009 de julho2009 que  estabelece as normas de regulamentação da profissão baseada nas resoluções 356 e 350. Mas também já foram repassados sem custo para a classe no mês passado, 300  coletes, e estão para chegar  nos próximos dias outros 200 que no mercado são vendidos a R$ 140, mas que a Motvaço vai vender entre R$ 60 e R$70.  “Esses benefícios  que são oferecidos aos mototaxistas associados à Motvaço são fruto da contribuição mensal de cada um dos pontos de mototaxi que são cadastrados na entidade”, explica o tesoureiro e diretor-secretário da Associação.
Outros serviços oferecidos pela  entidade são os convênios mantidos para seus associados com psicológos, advogados, dentistas, restaurantes, professores para aulas de reforço escolar, seguro geral como receber  no caso de acidentes  garante o recebimento de uma quantia na sua convalescência.
 As palestras da psicóloga  Raquel Rosa de Oliveira CRP 04/31794  são feitas para grupos de 30 a 40 pessoas. Mas ela também faz oficinas e atendimento personalizado individual. O objetivo é enfatizar com os mototaxistas, a segurança e humanização no trânsito, visando não colocar a própria vida e a do cliente em risco  , a comunicação em qualquer lugar onde estiverem trabalhar com o estresse e também observar que eles devem sempre agir como profissionais.
Carlos Roberto da Silva conta ainda que  a moto do mototaxista e o passageiros são assegurados pela Motvaço. Em caso de algum acidente, o passageiro recebe assistência médico-hospitalar. As motos contam com rastreador contra roubo. O melhor é que para o mototaxista não tem custo nenhum, nem mensalidade. “Apenas os pontos pagam um valor mensal que nos possibilita conceder  essas melhorias. Como o curso obrigatório  realizado por instrutores do Detran para todos os mototaxistas associados. Depois de concluído, o profissional terá a profissão de mototaxista e motofretista incluída em sua CNH”.
 
Separando o joio do trigo
 
Carlos Roberto estima que existam 1.500 a 2000 mototaxistas que trabalham na clandestinidade na região. Muitos são menores de 21 anos que fazem essa prestação de serviço, pessoas que têm menos de dois anos de CNH na categoria A, não contam com Atestado de Bons Antecedentes, que trabalham em empresa e nas horas vagas fazem bico, como é exigido para ser associado da Motvaço e também previsto em lei para o profissional realização esse tipo de prestação de serviço.
Em valor de mercado, o curso obrigatórios na Lei12009/ 2009 normalmente custa em torno de R$ 350  a R$ 400, os associados da entidade fazem as duas modalidades, mototaxista e motofretista, a preços módicos, menos de  R$ 220. O curso obrigatório é ministrado por  instrutores do Departamento de Trânsito de Minas Gerais - Detran para todos os mototaxistas associados. Depois de concluído, o profissional terá a profissão de mototaxista e motofretista incluída em sua CNH.
50 horas-aula, sendo 5 delas de prática. No curso, os mototaxistas e motoboys aprendem noções básicas de legislação de trânsito, a importância do uso dos equipamentos de segurança e da prudência no trânsito. Haverá módulos específicos para quem transporta pessoas e para quem transporta mercadorias.
 
Uma profissão de confiança
 
Atualmente o mototaxista assume uma responsabilidade muito maior de que só a de transportar pessoas. Com o tempo ele acabou por se tornar uma espécie de boy, que transporta valores e documentos para empresas, flores, presentes e todo tipo de entrega para lojas e comércio em geral como contam alguns profissionais que estão no ramo há vários anos e são devidamente regulamentos e associados à Motvaço.
Levi Rodrigues do Nascimento é mototaxista há sete anos, conta que o uso do colete é fundamental para a categoria pois conquista a confiança dos clientes, ele mesmo presta serviço para vários consultórios médicos e empresas de Ipatinga e várias empresas. Antes a gente passava na rua e as pessoas não dava sinal pedindo mototaxi, hoje isso mudou. Em blitz também, quando a PM percebe que estamos com colete passamos sem problema”, conta dizendo ainda que passou a prestar serviço também para os Correios e até para a Receita Federal depois que passou a usar os itens exigidos por lei e se associou.
 
Anadir Monteiro Barbosa, é mototaxista há quatro anos e conta que a diferença do profissional regulamentado para o clandestino é oferecer para o cliente a toca higiênica. Além deles se tornarem cativos e nos procurarem sempre, eles sabem que trabalham com um profissional que preza pela limpeza. Aumentei minhas corridas em 70% depois que passei a usar o colete, a oferecer a toca e usar os acessórios obrigatórios”, salienta o mototaxista que também presta serviço para clínicas odontológicas, lojas e empresas. “As vezes passo por um ponto de ônibus e alguém acena, paro e ganho mais um cliente pois a pessoa percebe de longe que se trata de um profissional e não um clandestino. A confiança e credibilidade cresceu em torno de 99%”, acredita  Anadir Monteiro.
Messias Ferreira Dias, trabalha na profissão há dois anos, concorda com o colega e acrescenta: “Para ele o mototaxista tem que andar limpo e prezar pela aparência e nunca ser desleixado ou sujo.  A moto também tem que estar em boas condições, pois o cliente observa muito essa questão de aparência”, explica.   
 
Ernane da Silva está na profissão desde 2005 e lembra que na época sofreu muita discriminação por ser mototaxista.“Antes quem tinha um ponto deixava as motos do lado de fora e ficava lá dentro escondido. Havia muita perseguição. Éramos tratados como marginais. Com a Motvaço tudo isso mudou e somos hoje tratados como profissionais e não temos mais medo de trabalhar livremente. Às vezes não dá para ganhar muito, temos que trabalhar até 12h por dia. Mas hoje ganhamos reconhecimento com a associação e nos profissionalizamos. E o uso da toca higiênica pelo cliente que oferecemos é fundamental”, salienta
 
Wanderley Vieira que desde 2002 milita como mototaxista, e sustenta cinco filhos, com o dinheiro que ganha e também se  recorda desse  período que a profissão foi considerada como ilegal e a categoria chegou a ser perseguida. Agora mudou, ganhamos confiança das pessoas. A Motvaço veio para nos organizar e podemos trabalhar com liberdade. Naquela época isso não existia. Nas blitze paravam a gente. Éramos tratados como marginais ou vagabundos mesmo. E tudo o que queríamos era sustentar a nossa família com dignidade, em um trabalho honesto. Agora temos respeito e segurança”, confessa.  
 

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