terça-feira, 14 de maio de 2013

Vereador-detetive Elton é recolhido à Casa de Custódia


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14/05/2013 00:04 - terça-feira, 14 de maio de 2013. 
Vereador-detetive Elton é recolhido à Casa de Custódia


A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou ter se apresentado na tarde de ontem, em Belo Horizonte, o atual vereador em Santana do Paraíso pelo PT, Elton Pereira, ex-investigador em Coronel Fabriciano e alvo de mandado de prisão por suposto envolvimento em um dos vários crimes investigados na região com suspeita de participação de policiais. Ele está recolhido à Casa de Custódia na capital. Em sua edição de sábado, o jornal VALE DO AÇO noticiou que Elton havia sido preso, com base em informação do delegado-chefe do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Ontem, uma fonte da PC disse que os policiais estavam diante da casa de Elton, em Paraíso, na noite de sexta-feira, mas ele não foi encontrado.


11/05/2013 00:30 - sábado, 11 de maio de 2013. 
Mais dois policiais Civis são presos pela DHPP 
EXECUÇÕES NO VALE DO AÇO 

Arquivo JVA

Imagem do duplo homicídio descoberto no dia 3 de julho de 2010 no distrito de Ipabinha, em Santana do Paraíso
IPATINGA – Foram presos nesta sexta-feira (11), por agentes do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa – DHPP, que investiga uma série de crimes no Vale do Aço, mais dois policiais civis. Em Nova Lima, para onde havia sido transferido, foi capturado pela manhã o ex-investigador de Coronel Fabriciano, Fabrício Quenupe. Ele já estaria na Casa de Custódia em Belo Horizonte. À noite, a notícia confirmada pelo chefe do DHPP, delegado Wagner Pinto, foi da prisão do inspetor que também atuou em Fabriciano e agora foi eleito vereador em Santana do Paraíso pelo PT, Elton Pereira. Nota oficial encaminhada à imprensa no início da noite pela Polícia Civil diz que Quenupe e Elton estariam envolvidos em pelo menos um dos 16 crimes investigados em Ipatinga e Vale do Aço, com suspeita de participação de policiais e que levaram cerca de 20 pessoas à morte.

Agora já são sete policiais detidos, sendo um militar, o Cabo Victor Emmanuel, e seis civis: além de Quenupe e Elton, Ronaldo de Oliveira, Jimmy Casseano, José Cassiano Guarda e Leonardo Correa. O médico legista José Rafael Americano, detido no dia 19 de abril, foi solto por determinação judicial no dia 23 de abril, solicitada pela própria Polícia Civil, tendo em vista que não teria assinado laudo supostamente irregular que lhe era atribuído. Na última quarta-feira, durante cumprimento de mandados de busca e apreensão em Ipatinga, três pessoas foram presas, sob justificativa de “porte ilegal de armas”: Joaquim Pereira de Souza, irmão do recentemente assassinado cabo Amarildo, mais Chinaider Ferreira e Ailton Barbosa da Silva. Chinaider pagou fiança e foi posto em liberdade.

[imagem23331] Transferências
Quenupe estaria atuando em Nova Lima desde os primeiros meses do ano passado. Sua transferência seria decorrente das denúncias formuladas pelo então presidente e hoje Ouvidor da Câmara de Vereadores de Coronel Fabriciano, delegado aposentado Francisco Pereira Lemos. No dia 7 de março de 2012, Lemos denunciou na imprensa prática de corrupção dentro dos quadros da Polícia Civil. As mesmas denúncias foram protocoladas por Lemos no Ministério Público de Ipatinga, em 12 de março. No mesmo dia ele ficou reunido por cerca de sete horas com representantes da Corregedoria da Polícia Civil, Ministério Público Estadual e 72ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) prestando esclarecimentos sobre o assunto.
Em setembro do ano passado, o então Delegado-chefe do 12º Departamento da PC no Vale do Aço, Walter Felisberto, confirmou que entre os policiais citados nas denúncias de Lemos houve algumas transferências designadas pela Superintendência da PC: “O Delegado Daniel Araújo foi transferido para Belo Horizonte; o Delegado Gustavo Cecílio para Inhapim. A designação do detetive Fabrício Quenupe seria para a cidade de Nova Lima; de Higor Caixeta para Mariana e de Elton Pereira para Sabará”, explicou Walter Felisberto.
Nesta mesma época, procurada pelo jornal VALE DO AÇO, a Promotora da Vara Criminal de Coronel Fabriciano, Juliana da Silva Pinto, disse que alguns dos inquéritos policiais gerados pelas denúncias de Lemos já teriam sido finalizados pela Corregedoria da Polícia Civil, mas a maioria estaria em andamento por se tratarem de denúncias graves que necessitavam de apuração bem detalhada.

[imagem23332] Duplo homicídio
Fabrício Quenupe e Elton Pereira, presos nesta sexta-feira, e o também detetive Ronaldo de Oliveira, preso no último dia 25 de abril, estariam supostamente envolvidos em um duplo homicídio descoberto no dia 3 de julho de 2010, no distrito de Ipabinha, em Santana do Paraíso.
A partir de uma denúncia anônima, a Polícia Civil compareceu ao local, onde foram encontrados os corpos de dois jovens em meio a um matagal à margem de uma estrada de chão deserta, perto do córrego Boa Vista. As vítimas foram executadas com dois tiros na cabeça. Os cadáveres, já em estado de decomposição e sem roupas, foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML) de Ipatinga depois dos trabalhos do perito da Polícia Civil Roberto Ferreira. Um dos rapazes foi identificado como sendo do lavador de carros Marcos Vinícius Lopes de Oliveira, de 18 anos. O outro ficou sem identificação e foi enterrado em cova rasa.

Desaparecimento
Segundo familiares, Marcos desapareceu no dia 25 de junho, depois de ter sido preso pela Polícia Militar perto do cruzamento entre as avenidas Roberto Burle Marx e Guido Marlieri, divisa dos bairros Iguaçu e Jardim Panorama, tentando vender um toca-CD de carro que seria produto de crime. Na ocasião, ainda de acordo com familiares, ele teria sido levado para a 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil (1ª DRPC) de Ipatinga. “Depois que foi preso, Marcos sumiu”, acrescentaram.
No entanto, conforme o tenente Jadielson Nóbrega, assessor de Comunicação do 14º Batalhão da PM de Ipatinga, Marcos foi apenas abordado e não chegou a ser efetivamente preso. “Ele estava vendendo um toca-CD sem nota fiscal, e o militar que o abordou suspeitou que fosse furtado. O material foi apreendido e encaminhado para a 1ª DRPC. Marcos não chegou a ser conduzido. No local mesmo ele foi liberado”, revelou o oficial.
O lavador de carros residia na rua Serra do Mar, no Jardim Panorama, em Ipatinga, e foi oficialmente reconhecido pela avó, a aposentada Maria do Carmo Alves, 65. Uma tia de Marcos garantiu que ele não tinha problemas sérios com a polícia. “Que eu saiba, ele foi preso apenas uma vez, em 2006, por quebrar a lâmpada de um poste”, disse. “Ele foi morto covardemente, com dois tiros na cabeça. Estava sem roupas e deve ter sido humilhado antes”, comentou outro familiar. O outro corpo seria de um homem de prenome Glauco, 22 anos, morador da rua Mar Vermelho, no bairro Canaãzinho. O cadáver era de uma pessoa morena, com idade entre 20 e 30 anos. Havia três tatuagens no corpo: um coelho no antebraço direito, um urso panda no ombro esquerdo e um tubarão nas costas.


Tirando a poeira debaixo do tapete

O promotor Criminal de Ipatinga, Bruno Schiavo, que junto com outros colegas vem acompanhando os 16 casos  investigados pelo DHPP, por cerca de 20 mortes, afirma que essas investigações remontam aos casos não solucionados desde 2007 em toda a região. “Estamos retirando a poeira que estava escondida embaixo do tapete. São inquéritos que devem ser investigados com a devida cautela para os suspeitos não terem como escapar quando forem a julgamento. No final é que será feita qualquer tipo de declaração sobre esses casos. As mortes de Rodrigo Neto e Walgney Carvalho estão sendo investigadas intensamente e os inquéritos são volumosos. Mas também há casos mais antigos. Chegou a hora de investigar absolutamente tudo e que não tinha sido solucionado até agora”, explica. Ainda segundo o promotor, no final não só as mortes de Rodrigo e Carvalho mas todos os 16 casos chegarão a um ponto final, com os devidos suspeitos sendo conhecidos de todos e condenados.
O MP tem tido o papel de acompanhar junto ao DHPP as investigações, buscas e apreensões, reconhecimentos, medidas cautelares pedidas, todo andamento dos inquéritos, verificando provas, depoimentos etc. Todas as prisões das comarcas do Vale do Aço são relatadas a ele ou ao promotor Bruno Cesar Jardini, da Promotoria de Execução Penal, que também faz o Controle Externo das Atividades Policiais Civil e Militar.   

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