quinta-feira, 9 de maio de 2013



Elder D'Ângelo, subcorregedor da Polícia Civil: “Nós vamos chegar lá, a resposta será dada”
Subcorregedor assume caso de sumiço de
quatro jovens e testemunha assassinada

Delegado revela que vários telefones foram grampeados para garantir avanços em investigações

IPATINGA - O subcorregedor da Polícia Civil em Minas Gerais, delegado Elder D'Ângelo, que agora também responde pelo 12º Departamento Regional de Policia Civil do Vale do Aço, vem investigando dois inquéritos que chegaram a ser matéria produzida pelo Comitê Rodrigo Neto por se tratar de um dos vários casos denunciados em programas radiofônicos pelo repórter policial, executado em um churrasquinho no bairro Canaãzinho, em 8 de março. Ele disse que já pediu ao juiz local uma série de medidas, além de grampear alguns telefones, ação necessária à elucidação do caso do desaparecimento misterioso dos jovens Jonathan, Vitinho, Luciano e Wesley, com idades entre 13 e 19 anos, no bairro Cidade Nova, em Santana do Paraíso, no dia 29 de fevereiro de 2012. Ele investiga também o assassinato a tiros da testemunha, Rafaela Miranda de Jesus, de 19 anos, dois meses depois.
Em entrevista ao jornal VALE DO AÇO, Elder D'Ângelo disse que os ‘grampos’ de alguns telefones os levaram a outros, e estão sendo feitos cruzamentos de dados. “São todos telefones de possíveis suspeitos”, explica.

A história do desaparecimento
Na data do desaparecimento, Jonathan, Vitinho, Luciano e Wesley estavam em uma casa fazendo uso de drogas e teriam sido abordados por pelo menos três homens, sendo posteriormente levados em um carro da Polícia Civil. No dia 7 de março de 2012, sem se identificar, temendo represálias, a testemunha chegou a conceder entrevista a um jornal local. Relatou que estava na residência com os garotos. Rafaela Miranda acabou assassinada no dia 1º de maio de 2012. Os crimes continuam envoltos em mistério.
A testemunha assassinada contou que quando esteve com as vítimas um homem parou na porta e se identificou como policial civil. “Ele mostrou a arma, disse que era policial civil e pediu para que eu levantasse a blusa e depois me liberou”, relatou. Ainda segundo ela, minutos depois um carro preto da PC parou na porta, dois homens desceram, entraram na casa, amarraram e levaram os jovens dentro do porta-malas.

A morte da testemunha
Rafaela Miranda de Jesus estava na garupa da moto Honda Titan, placa HTC-1877, pilotada por Antônio Marcos de Almeida, 38 anos, que trafegava sentido ao Centro de Ipatinga, quando foi assassinada com três tiros, por dois indivíduos, na tarde do dia 1º de maio de 2012. O crime aconteceu no trecho urbano da BR-381 próximo ao Panorama Tower Hotel, no bairro Iguaçu. Os tiros partiram de dois indivíduos que estavam em outra motocicleta.
Na época a Delegacia de Polícia em Santana do Paraíso informou que Rafaela já havia sido ouvida pela Corregedoria da Polícia Civil em Belo Horizonte.

Provas técnicas
O subcorregedor Elder D'Ângelo afirma que já colocou promotor e juiz que estavam responsáveis pelos inquéritos a par do caso. “Com as escutas telefônicas que estamos fazendo não há como um ou mais suspeitos escaparem de um indiciamento. Esses suspeitos podem ou não ser policiais. Nossa linha de investigação é ampla. Só temos depoimentos de testemunhas. Ainda não temos provas documentais. Vamos precisar de todas as provas técnicas que estamos levantando no momento. Com tudo isso nas mãos vamos dar o caso por encerrado. Não fazemos nada de forma precipitada para colocar os verdadeiros autores na cadeia. Nós vamos chegar lá, a resposta será dada”,  garantiu.
D’Ângelo disse que esses são mais dois casos que se somam aos 14 casos que o Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa - DIHPP já vem investigando no Vale do Aço. “Não existe crime perfeito. Ele pode até ser difícil de apurar, mas perfeito ele não é não”, conclui o delegado.

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