Elder D'Ângelo,
subcorregedor da Polícia Civil: “Nós vamos chegar lá, a resposta será dada”
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Subcorregedor assume caso de sumiço de
quatro jovens e testemunha assassinada
Delegado revela que vários telefones
foram grampeados para garantir avanços em investigações
IPATINGA
- O subcorregedor da Polícia Civil em Minas
Gerais, delegado Elder D'Ângelo, que agora também responde pelo 12º
Departamento Regional de Policia Civil do Vale do Aço, vem investigando dois
inquéritos que chegaram a ser matéria produzida pelo Comitê Rodrigo Neto por se
tratar de um dos vários casos denunciados em programas radiofônicos pelo repórter
policial, executado em um churrasquinho no bairro Canaãzinho, em 8 de março. Ele
disse que já pediu ao juiz local uma série de medidas, além de grampear alguns
telefones, ação necessária à elucidação do caso do desaparecimento misterioso dos
jovens Jonathan, Vitinho, Luciano e Wesley, com idades entre 13 e 19 anos, no
bairro Cidade Nova, em Santana do Paraíso, no dia 29 de fevereiro de 2012. Ele
investiga também o assassinato a tiros da testemunha, Rafaela Miranda de Jesus,
de 19 anos, dois meses depois.
Em
entrevista ao jornal VALE DO AÇO, Elder D'Ângelo
disse que os ‘grampos’ de alguns telefones os levaram a outros, e estão sendo
feitos cruzamentos de dados. “São todos telefones de possíveis suspeitos”,
explica.
A história do desaparecimento
Na data
do desaparecimento, Jonathan, Vitinho, Luciano e Wesley estavam em uma casa
fazendo uso de drogas e teriam sido abordados por pelo menos três homens, sendo
posteriormente levados em um carro da Polícia Civil. No dia 7 de março de 2012,
sem se identificar, temendo represálias, a testemunha chegou a conceder
entrevista a um jornal local. Relatou que estava na residência com os garotos.
Rafaela Miranda acabou assassinada no dia 1º de maio de 2012. Os crimes
continuam envoltos em mistério.
A testemunha assassinada contou que quando esteve com as vítimas um homem parou na porta e se identificou como policial civil. “Ele mostrou a arma, disse que era policial civil e pediu para que eu levantasse a blusa e depois me liberou”, relatou. Ainda segundo ela, minutos depois um carro preto da PC parou na porta, dois homens desceram, entraram na casa, amarraram e levaram os jovens dentro do porta-malas.
A testemunha assassinada contou que quando esteve com as vítimas um homem parou na porta e se identificou como policial civil. “Ele mostrou a arma, disse que era policial civil e pediu para que eu levantasse a blusa e depois me liberou”, relatou. Ainda segundo ela, minutos depois um carro preto da PC parou na porta, dois homens desceram, entraram na casa, amarraram e levaram os jovens dentro do porta-malas.
A morte da testemunha
Rafaela Miranda de
Jesus estava na garupa da moto Honda Titan, placa HTC-1877, pilotada por
Antônio Marcos de Almeida, 38 anos, que trafegava sentido ao Centro de Ipatinga,
quando foi assassinada com três tiros, por dois indivíduos, na tarde do dia 1º
de maio de 2012. O crime aconteceu no trecho urbano da BR-381 próximo ao
Panorama Tower Hotel, no bairro Iguaçu. Os tiros partiram de dois indivíduos
que estavam em outra motocicleta.
Na época a Delegacia
de Polícia em Santana do Paraíso informou que Rafaela já havia sido ouvida pela
Corregedoria da Polícia Civil em Belo Horizonte.
Provas técnicas
O subcorregedor Elder D'Ângelo afirma
que já colocou promotor e juiz que estavam responsáveis pelos inquéritos a par
do caso. “Com as escutas telefônicas que estamos fazendo não há como um ou mais
suspeitos escaparem de um indiciamento. Esses suspeitos podem ou não ser
policiais. Nossa linha de investigação é ampla. Só temos depoimentos de testemunhas. Ainda
não temos provas documentais. Vamos precisar de
todas as provas técnicas que estamos levantando no momento. Com tudo isso nas
mãos vamos dar o caso por encerrado. Não fazemos nada de forma precipitada para
colocar os verdadeiros autores na cadeia. Nós vamos chegar lá, a resposta será
dada”, garantiu.
D’Ângelo disse que esses são mais dois casos que se somam aos
14 casos que o Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa -
DIHPP já vem investigando no Vale do Aço. “Não existe crime perfeito. Ele pode
até ser difícil de apurar, mas perfeito ele não é não”, conclui o delegado.
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