sexta-feira, 3 de outubro de 2008



TEMPESTADE HUMANA 2


Delírio...sonhos...sofrimento...Olhar fixo nas ondas do mar interior.Ondas turbulentas de emoçãoque batem nos rochedos,maré alta tão revoltacaindo na areia da praia com força.oprimindo...espumando...se contorcendo.ondas gigantes que se lançam nas pedras dos sentimentos gritam em agonia,soltam lágrimas salgadas,espalham cheiro de suor,ventos que uivame depois, a turbulência se transforma numa tenebrosa escuridãocom nuvens elétricas tão tensas,A TEMPESTADE! E os tumultos internos se expandem,vão e voltam raivosamente contra a pequena praiao céu escuro uiva uma canção melodramática...dolorosamente espasmódica,cheia de lamentos...cinicamente passiva para a observação externa menos atenta.No rosto a tranquilidade demonstrada é tão falsa e ensaiada. Não apresenta a crueldade e devastidão da chuva forte que castiga as profundezas do ser.Mas a alma transborda...num tufão de mágoas...furacão de ódio...com ventos ferozes de frustação.Que aumentam o volume da água caudalosa até o insuportável.águas que se debatem em ondas ainda mais furiosas,formam uma maré alta perigosa...Água que insiste em bater no rochedo do peitocrava-lhe as unhas as afidas.O ventre se contraí,o peito arfa desesperado numa respiração irregular...Enquanto o rosto sorri.O mar enfurecido e embrutecido pela tempestade quer arracar o que não mais existe.Cresce a insegurança.Os dentes rangem com medo de deixar a boca se abrir e falar.Se expressar e ofender.Pensamentos se tornam confusosEsperam ver esse dia terminar, a calma abaixar o nível das águas turbulentas e venenosas.Como se fosse música e leve brisa que levam para longe a impetuosidade da tempestadeDeixando as estrelas e lua tomarem conta do céuque quer ser novamente de veludo negronuma noite calma.Deixando o horror dessa tormenta apenas na lembrança.Naquele momento em o ser humano vence seus medos e emoções.
Janete Araújo

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