quarta-feira, 22 de outubro de 2008


MEU GRITO 2

Explode minha alma num grito estridente, agudo e quase sobre humano que está preso há muito tempo em minha garganta e quase me impede de respirar.
Viajo nas asas de meus sonhos e deixo fluir os pensamentos, coisas íntimas e secretas passeiam por minha mente quando começo assim, a usar a imaginação. São coisas que no fundo de minha alma desejo que se realizem, mas jamais vou confessar isso para alguém, nem mesmo para mim, estando consciente.Grito num revolta sinistra, antiga e calada sem meias palavras, a alma arde numa chama vivaz, quer se libertar das amarras e viver solta nas montanhas da vida, num horizonte sem fim.
O ser humano é tão complexo em seu ato de desejar, acredita que o bem e o mal lhe rondam sempre o corpo e acaba por evitar se comprometer, nunca expondo suas opiniões e emoções mais profundas, pois tem medo da escuridão do desconhecido, medo da maldade e julgamento alheios, mas desejo mais que isso, mesmo quando todos pensam que já posso ter alcançado algum objetivo final em minha vida do qual ainda não me dei conta, eu grito, quero mais! Meu coração se torna ganancioso e quer ir além, superar limites e não quer se contentar apenas com o que já tenho. E essa ansiedade faz meu peito explodir e volta a vontade de gritar. Mas tenho que aguardar, pois tudo, dizem, tem seu tempo e hora para acontecer... Vejo em meus sonhos Nuvens diáfanas, revoada de pássaros e plenitude sem limites. Suspiro então de indignação e ansiedade por essa conquista que demora tanto em me chegar. A espera corrói meus sentidos, flecha minhas veias e consome meu sono que fica inquieto. Se torna doloroso respirar. A insatisfação cria raízes em mim que tenho medo de se tornarem profundas e eternas.
O coração começa a ser enlaçado por garras que apertam, sugando minha vivacidade, essência de meus dias felizes, mas guardo a esperança de recomeçar.E para isso vivo e treino meu canto de glória que vai substituir no futuro, meu grito presente.
Passo então a viver numa interminável roda de insatisfação, que quase nunca deixo transparecer nem mesmo para mim, pois durmo em vigília para não sofrer tanto. Por fraqueza? Incerteza, emoções que luto para não apresentar a outras pessoas, pois é pensando nos outros que visto essa máscara de civilidade e aparentando tranquilidade me mostro ao mundo com uma segurança que na verdade estou longe de sentir ou alcançar. Mas disfarço, as pessoas nem sempre compreendem os medos alheios, já que não podem senti-los lhes corroendo por dentro, as entranhas.
Admitir que estou com medo, jamais! Afinal, em meu mundo imaginário, o céu é o limite, meus sonhos são vastos, os desejos reais, mas a vida pode ser cruel, e o terror de cometer erros e falhar diante de alguém estará sempre sob controle. Um sentimento que nunca poderei deixar extravasar ou extrapolar. E a agonia do disfarce me dói tanto que me seguro e mordo os lábios para não gritar!O futuro agora não parece tão distante, espero que o grito perca a força, não alcance minha montanha amada e secreta. Um recanto de privacidade que criei para superar as incertezas, um lugar onde posso ser eu mesma e fazer o que quero.
Por fora, sigo as regras que me impõem as pessoas ao meu redor.Meu canto toma forma, se prepara para sair, se expandir, se fundir ao meu corpo e dar voz à minh'alma.
Renascer das cinzas, é o que espero. Calada, quieta. apenas aguardo com paciência limitada. O tempo e o lugar certos. Para renascer como uma fênix.













Nenhum comentário:

Postar um comentário