sexta-feira, 3 de outubro de 2008

FRIO NA ALMA 3



Novamente a primavera está chegando, mas é enorme demais a angustia em meu peito.
As ameixas em flor rodopiam levadas pelo vento, pétalas minúsculas caem como sereno sobre mim
andorinhas selvagens vagam pelo céu.
borboletas colorem o infinito tornando tudo tão colorido e iluminado, mas meu coração bate angustiado.Os pêssegos exalam um doce perfume, a brisa tão suave leva para longe suas flores como se fosse um redemoinho e, rouxinóis cantam em pradarias verdes salpicadas de cores.O desejo de esquecer reacende a esperança de reatar laços que não foram totalmente rompidos, a busca por respostas me faz perder o sentido e observo ao longe a estrada distante que leva meus sonhos e me perco em pensamentos numa busca quase eterna.
Oh! Como é doce o frescor da relva na primavera
onde quer que meus pés me levem só encontro campos verdes e flores por desabrochar.
O sol com seu brilho forte marca o início de novas pedras. Novos amanhecer e descobertas que devem vir com as abelhas que passeiam, enquanto os pardais perturbam o silêncio das árvores e constróem seus ninhos em recantos secretos. A relva fresca da primavera se deita a meus pés.verdes campos, doces recordações, amargas descobertas, dias de solidão. O brilho do sol tão esplendoroso se encobre, marcando o início de novas pedras na caminhadaNova estação, novo renascer e a constante procura por outras aspirações.E meu coração indeciso se perde no perfume de amores perfeitos silvestres que trazem tantas lembranças de primaveras passadas outros sonhos, outras raízes e cheiros quase iguais. O trinado dos pardais nas árvores me acordam de meus devaneios e me levam a olhar para frente construir meu ninho, me preparar para o futuro não tão distante que se aproxima. O coração fica mudo diante da flor que me recorda outras datas, primaveras passadas que não floresceram.E ficaram tão amargas que irão permanecer sempre na lembrança me instigando a procurar a estação certa para meu coração onde os sentimentos permaneçam seguros de sua escolha, evitando as raízes que não fincaram, sementes que não brotaram Me distraio à procura da estação certaMe obrigo a aceitar os sentimentos e o céu em seu firmamento de nuvens diáfanas confirma o frio da solidão.
Como se houvesse um diálogo mudo entre o clima que envolve o ambiente ao meu redor e minha alma que permanece num frio que nada mais poderá aquece-la.

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