AUDIÊNCIA PÚBLICA CONTRA A IMPUNIDADE
Segundo Ministra dos Direitos Humanos
“Queremos apurar não apenas o crime que vitimou o jornalista Rodrigo Neto. Mas
também os crimes que ele levantou, que ele estava investigando e levou a público. Aquilo pelo
qual tentaram cala-lo”
IPATINGA
– Na tarde desta terça-feira (19),
aconteceu uma audiência pública no auditório do12º Departamento de Polícia Civil
no Bairro Iguaçu para tratar das investigações do assassinato do repórter
policial, Rodrigo Neto de Faria, 38, executado no começo da madrugada do dia 08
deste mês ( há 13 dias), com 13 dias, no bairro Canaã. A audiência começou por
volta das 14h e foi presidida pelo deputado Durval Ângelo (PT),
presidente da Comissão de Direitos Humanos da
Assembleia, contando com a presença de várias lideranças políticos,
judiciárias, delegados e repórteres que aguardavam ansiosos a presença da ministra-chefe da
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Maria do Rosário Nunes (PT).
Também
participaram do encontro, membros do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa
Humana (CDDPH), representantes do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, da
Ordem dos Advogados do Brasil e o Conselho Nacional de Direitos Humanos.
O Delegado Emerson Morais,
titular da Delegacia de Homicídios de Belo Horizonte, que vem investigando a morte de Rodrigo Neto,
juntamente com mais três investigadores, que pela primeira vez falou em público
sobre o caso explicando que foi designado pelo chefe de polícia de Minas Gerais Cylton Brandão no mesmo dia que o jornalista foi vitimado, que ele
classificou como hediondo e bárbaro. “Tínhamos a missão de obter
provas objetivas e subjetivas, para um futuro decreto condenatório. Já temos
algumas linhas investigativas que estão em fase embrionárias e prematuras. Para
que em um prazo razoável de investigação
seja dado uma resposta a contento para a sociedade. É uma investigação
complexa, cheia de nuances e que corre sem atropelos. Então a investigação não
pode ter embaraços, atropelos ou contratempos”, adianta o delegado que diz que
as diligências ocorrem diuturnamente .
Durante
a audiência Durval Ângelo cobrou resposta para crimes antigos ocorrido na
região que até hoje estão sem solução e que eram investigados por Rodrigo Neto
como a Chacina de Belo Oriente, crimes do Sindicato do crime da região que
matavam pessoas que iam para os Estados Unidos e ficavam como fiadores das
famílias, os crimes recentes ocorridos
em Santana do Paraíso, do grupo de extermínio que usava a moto verde, há cinco
anos atrás fato que levou a decapitação de um jovem cujo a cabeça foi jogada da
varanda da casa do Capitão, hoje major do PM Leôncio Botelho e tantos outros
crimes que ainda ficaram sem solução.
O
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB nacional, Marcus Vinícius
Furtado Coêlho diz que ainda neste mês o Conselho Federal
da OAB estará com o Ministro da Justiça
José Eduardo Cardozo para pedir que seja estudada a possibilidade de ingresso
da Polícia Federal nas investigações no assassinato de Rodrigo Neto: “e
também vamos pedir ao ministro a abertura de processos administrativos para
exclusão dos policiais envolvidos em extermínio neste estado”, declarou.
A
Ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário
acredita que estão sendo
observados todos os trâmites no curso da investigação mas salienta que não deixará de acompanhar o
inquérito -“Como autoridades federais de um conselho de direitos humanos e a
Polícia Federal poderá estar apoiando com suas iniciativas. Acolhemos também as
reivindicações apresentadas pelo deputado Durval Ângelo. Queremos apurar não
apenas o crime que vitimou o jornalista Rodrigo Neto. Mas também os crimes que
ele levantou, levou a público e que ele estava investigando. Aquilo pelo qual tentaram
cala-lo”, declarou a Ministra que pediu aos profissionais de imprensa presentes
ao evento que se por acaso sofrerem ameaças que denunciem previamente às
autoridades e seus empregadores, os veículos onde trabalham.
“Sabíamos
que ele havia denunciado às autoridades que estava sendo ameaço, por isso essas
situações precisam ficar devidamente registrados”,
afirma Maria do Rosário, dizendo que assim as medidas necessárias serão tomadas.
Delegado responsável pelas apurações do caso Emerson Morais |
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB nacional, Marcus Vinícius Furtado Coêlho |
A
AUDIÊNCIA reuniu autoridades civis e militares locais, do estado e do país
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