segunda-feira, 11 de março de 2013

Morte de repórter une todos pelo fim da impunidade


10/03/2013 00:01 - domingo, 10 de março de 2013.
Comandante do 14º Batalhão PM diz que há notícias de que Rodrigo Neto teria sofrido ameaça de morte, mas isso está sendo investigado pela Polícia Civil
Janete Araújo REPÓRTER IPATINGA- Familiares, amigos de toda a imprensa, autoridades e inúmeros populares superlotaram o cemitério Senhora da Paz para acompanhar o sepultamento Na manhã deste sábado (09), uma multidão comovida acompanhou o enterro do repórter policial Rodrigo Neto de Faria, 38 anos, barbaramente assassinado no início da madrugada de sexta-feira. O imenso espaço para estacionamentos no Cemitério Senhora da Paz foi pequeno para o público que afluiu ao local e, já na portaria, minutos antes das 10h, policiais militares desviavam os veículos para áreas externas. Colegas e ex-colegas de trabalho, familiares, amigos da imprensa escrita, falada e televisionada do Vale do Aço, ouvintes que o acompanhavam em seu programa Plantão Policial, da Rádio Vanguarda, autoridades políticas, fizeram questão de dar o último adeus ao destemido jornalista, calado com três tiros à queima-roupa disparados por um garupa de motocicleta. Marcado para as 10h, o cortejo rumo ao túmulo saiu de uma das capelas-velório do cemitério com cerca de 20 minutos de atraso, diante da grande afluência ao caixão. No momento em que a urna era levada ao carro funerário uma salva de palmas foi dada, e o ato se repetiu pelo menos mais duas vezes na caminhada até o local reservado ao jazigo. Ao fundo, uma van da Rádio Vanguarda tocava a música ‘Canção da América’, de Milton Nascimento. Diante do túmulo, onde a família teve que pedir licença para se aproximar do caixão, uma voz iniciou o cântico “Segura nas mãos de Deus”, antigo hino de autoria do pastor Nelson Moreira da Mota hoje incorporado a várias igrejas de diversas religiões. Também um Pai-Nosso foi rezado em uníssono. Muitos populares que estavam presentes comentavam entre si neste instante: “Ele foi um herói. É preciso que se encontre o assassino”. Lemos: “Se for preciso, estou disposto até a voltar a pegar em armas para solucionar esse caso” Agilidade nas investigações O ex-delegado e hoje Ouvidor da Câmara de Vereadores de Coronel Fabriciano, Francisco Pereira Lemos, que esteve presente ao velório e enterro do repórter disse que o assassinato de Rodrigo Neto não pode ficar impune: “Já tive uma conversa com os colegas da polícia civil e da polícia militar e eles me prometeram uma agilidade nas investigações deste crime. E que vão se empenhar ao máximo para chegar aos autores. O Rodrigo era um repórter combativo admirado por muitos, mas que às vezes incomodava alguns segmentos. E isso é um ataque à liberdade de imprensa. Nós vamos cobrar. Se for preciso até voltar a pegar em armas para solucionar esse caso, estou disposto. Agora é hora de unir nossas forças. Unir o que nós sabemos para descobrir quem fez isso o mais rápido possível. Não vamos deixar que esse crime bárbaro fique impune. Não podemos deixar que o mal vença o bem. É hora do poder público cobrar agilidade nos procedimentos”. Várias hipótesesLairto Martins Edvânio Carneiro: “Não é um caso muito simples, pois se fosse já teria alguém preso no local” À paisana, o tenente-coronel Edvânio Carneiro, comandante do 14º Batalhão PM, também compareceu ao enterro, que tinha vários policiais fardados trabalhando. Ele declarou que as investigações estão sob responsabilidade da Polícia Civil: “Temos nos empenhado para verificar e checar algumas denúncias que têm aparecido. A PM está junto com a Polícia Civil para ajudar em tudo que for necessário. Já conversei com o Delegado Regional e nos colocamos à disposição para auxiliar a desvendar esse crime, para termos o autor ou autores presos o mais rápido possível. Vamos estar o tempo todo com atenção especial voltada para solucionar esse caso. Não há uma única linha de investigação. Estamos trabalhando com várias hipóteses sobre as quais no momento não posso dar detalhes. Não é um caso muito simples, pois se fosse já teria alguém preso no local”, observou. Sobre supostas ameaças de morte recebidas por Rodrigo Neto, o tenente-coronel Edvânio admitiu: “Há notícias neste sentido, que estão sendo investigadas pela Polícia Civil”.

 10/03/2013 00:02 - domingo, 10 de março de 2013.
  “Não existe crime perfeito", diz irmão, cabo da PM Os irmãos de Rodrigo Neto, Emerson Rodrigues Faria, cabo da PM, e Lílian Rodrigues Faria, clamam por justiça após o enterro Rodrigo Neto era o filho do meio de uma família de cinco irmãos, constituída de três mulheres e dois homens. A família veio de Caratinga, onde o pai trabalhou numa empresa de ônibus até se aposentar. Há mais de 20 anos eles se estabeleceram em Ipatinga, com residência no bairro Cidade Nobre. Um dos irmãos mais velhos de Rodrigo, Emerson Rodrigues Faria, cabo da PM, falou ao jornal VALE DO AÇO, ao lado da irmã Lílian, a caçula. Eles pediam justiça. “Quem morreu foi uma pessoa que só fez o bem. Só falava a verdade. Não existe crime perfeito, existe crime mal solucionado. Voltar ele não vai, mas a justiça sendo feita vai confortar um pouco a família, que neste momento está inconsolável”, disse Emerson. Indagado se Rodrigo comentou com ele que estava sendo ameaçado, Emerson disse que o repórter era reservado e sempre preservava a família: “Com certeza, se soubéssemos tomaríamos providências. Não deixaríamos chegar a esse ponto”, afirmou. ílian completou: “Não deixem esse crime impune, porque ele não deixaria. A perda foi muito grande para nós”, destacou a irmã. Ao final de sua fala, os irmãos fizeram um apelo: quem souber de qualquer informação que possa ajudar a solucionar o assassinato, que entre em contato com o jornal VALE DO AÇO, Rádio Vanguarda ou pelo Disque-denúncia anônimo 181.

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