terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

TEMPESTADE

Delírio...sonhos...sofrimento...
Olhar fixo nas ondas do mar interior.
Ondas turbulentas de emoção
que batem nos rochedos,
maré alta tão revolta
caindo na areia da praia com força.
oprimindo...
espumando...
se contorcendo.
ondas gigantes que se lançam nas pedras dos sentimentos
gritam em agonia,
soltam lágrimas salgadas,
espalham cheiro de suor,
ventos que uivam
e depois, a turbulência se transforma numa tenebrosa escuridão
com nuvens elétricas tão tensas,
A TEMPESTADE!
E os tumultos internos se expandem,
vão e voltam raivosamente contra a pequena praia
o céu escuro uiva uma canção melodramática...
dolorosamente espasmódica,
cheia de lamentos...
cinicamente passiva para a observação externa menos atenta.
No rosto a tranquilidade demonstrada é tão falsa e ensaiada.
Não apresenta a crueldade e devastidão da chuva forte que castiga as profundezas do ser.
Mas a alma transborda...
num tufão de mágoas...
furacão de ódio...
com ventos ferozes de frustação.
Que aumentam o volume da água caudalosa até o insuportável.
águas que se debatem em ondas ainda mais furiosas,
formam uma maré alta perigosa...
Água que insiste em bater no rochedo do peito
crava-lhe as unhas as afidas.
O ventre se contraí,
o peito arfa desesperado numa respiração irregular...
Enquanto o rosto sorri.
O mar enfurecido e embrutecido pela tempestade quer arracar o que não mais existe.
Cresce a insegurança.
Os dentes rangem com medo de deixar a boca se abrir e falar.
Se expressar e ofender.
Pensamentos se tornam confusos
Esperam ver esse dia terminar, a calma abaixar o nível das águas turbulentas e venenosas.
Como se fosse música e leve brisa que levam para longe a impetuosidade da tempestade
Deixando as estrelas e lua tomarem conta do céu
que quer ser novamente de veludo negro
numa noite calma.
Deixando o horror dessa tormenta apenas na lembrança.
Naquele momento em o ser humano vence seus medos e emoções.

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