segunda-feira, 13 de julho de 2009

DEPRESSÃO - O MAL DO MUNDO MODERNO



Como venho superando a depressão....
Janete Rosa de Araújo*


O distúrbio de humor oriundo do alto grau de estresse e ansiedade á flor da pele, vem ultimamente me rondando, me causando altos e baixos, ligeiras perdas de consciência e, às vezes até minha capacidade de raciocínio lógico e lucidez ficam comprometidos.
E me sentindo frágil e sem noção de breves períodos vividos neste estado de crise emocional, passo a me recolher num mundo próprio, escuro, solitário e cheio de desconfianças.
Ver minha vida sem controle e não poder administrar o que sinto e faço, torna tudo ainda mais assustadorA insegurança que isso me causa danos ainda maiores em minha auto estima e capacidade de discernimento, a mensagem inconsciente que fica martelando em meucérebro, dias após dias, coisas que gostaria de esquecer e que sem nenhum motivo me trazem intranqüilidade, causam uma agonia mental e emocional que me esgota as forças e me deixa quase sem vontade de fazer outra coisa que não seja sofrer e chorar.
O medo sem sentido e atroz de algo trágico que desconheço e que por uma razão invisível temo que ocorra, faz meu coração disparar, o sono desaparece e tenho dificuldade em me alimentar.
Perco então a vontade de estar no mundo, me socializar e me apresentar com tal fraqueza para aqueles que convivo.
Chorar copiosa e constantemente por qualquer motivo, por mais abstrato que possa parecer para quem está imune a tal doença, passa a fazer parte de minha rotina diária.

Uma dor insuportável e inexplicável toma conta de meu peito e me faz sufocar a todo o momento quando a crise está em seu ápice, mas difícil mesmo ficam minhas noites, insones e agonizantes.
Realidade e ilusão se confundem em imagens que não consigo distinguir se há verdade no que vejo, ouço ou falo. Dói demais. A angústia é apenas conseqüência de algo que alguns denominam como “a doença da alma”.
Mas minha alma está em paz! Tenho fé num Deus que me criou e que me faz cada dia suportar e ultrapassar obstáculos que para muitos podem ser considerados insuportáveis. Minha força de vontade já me levou a superar limites nestes meus anos de vida que me fazem ter orgulho do ser humano que me tornei. Eu poderia ter seguido o que a vida me propôs e viver agora num submundo, tão corrompido e underground que jamais encontraria o caminho de volta; mas usei minha capacidade de escolha, meu livre arbítrio para refazer meu destino ser uma pessoas respeitável, viver de meu trabalho honesto e seguir em frente, sendo o que escolhi ser.
Sou uma pessoa melhor? Não. Reconheço, mas luto para não permitir que meu lado mal me domine. Não penso no que poderia ter sido ou me arrependo em nunca ter pensando em ganhar a vida de forma fácil. Quero na verdade é deixar para todos uma experiência, símbolo de algo melhor, pois acredito que se Deus nos colocou na terra, nos deu vida, é porque Ele tem um propósito para cada um de nós, aguarda portanto, que sejamos e façamos parte deste plano maior, que Ele elaborou mas que é desconhecido para nós. E eu disse a Deus, sim eu quero! Eu aceito fazer parte dessa decisão divina, pois não acredito ter algo mais palpável e venerável e confiável que o nosso Criador..>



Então, me pergunto, todas as vezes que sou acometida pela depressão; se tento ser fiel a aquilo que acredito, sendo em minha insignificância crente ao meu Deus, por que essa doença insiste em me assediar, tenta controlar meu espírito? Percebo então que este é parte do projeto de Deus para mim...Controlando minha ansiedade, meu distúrbio de humor, poderei de novo tomar as rédeas de minha vida e, como fênix ressurgir das cinzas mais forte e capaz, ciente de minhas próprias fraquezas e medos, mas também, de posse de meu domínio próprio posso ajudar aqueles que de mim precisam. Minha vida se tornará testemunha de tudo que vivi e deixarei de legado. E poderei enfim dizer: vim, vi, vivi e venci.
Mas com o orgulho quebrado saberei que somente por agora estou livre da depressão, que minha luta se tornará diária a partir deste momento, para me controlar, evitar os demônios que teimam em ficar perto de mim, demônios que me fazem ter ódio, rancor, mágoa e desprezo pelo meu semelhante, que quer que eu cultive a arrogância, o egoísmo, inveja e outros pecados condenados. Sentimentos malignos que consomem a alma de todo ser humano que se deixa dominar. E que no meu caso deixa-los florescer significa me preocupar constantemente, desconfiar da raça humana e deixar todos que fazem parte de minha vida de lado. Afundar-me na solidão e desespero que deixarão minha vida desamparada e, me sentindo assim tão vítima e indefesa, que o estresse e a ansiedade irão tomar posse de mim e me jogar novamente no poço frio e sombrio do qual por tantas vezes já saí e que desesperadamente me convenci que não pretendo nunca retornar.
Mesmo assim eu enfrento esse mal e sendo vencedora todas as vezes, tenho sempre a grata satisfação de fazer novos amigos, verdadeiros e parceiros que me ajudam a superar meus dilemas nestas jornadas.
Aprendi a deixar sempre a porta de meus sentimentos abertos para novas conquistas que passam a ser tão valiosas, de uma preciosidade que guardo com carinho e relembro sempre sorrindo.
Com tudo isso ocorrendo, descobri em mim uma força tão nobre e ferrenha que não pensei ser capaz e faço aqui meu legado, ensinando outros a também adquirirem forças contra a depressão, através de minha experiência que infelizmente não escolhi para minha vida, mas que tenho que suportar até a minha morte.
A cada crise que tenho, percebo que encontro novos caminhos de superação e saio mais rapidamente que na vez anterior.
E freneticamente sigo na busca constante por novos rumos, caminhos que não me levem ao começo, quando a doença teve início. Princípio de uma geração moderna que vive em meio ao caos e concorrência acirrada para ganhar o direito a sobrevivência.
Instruo-me sobre as fraquezas deste meu inimigo interno e usando de bom senso percebo que se eu me livrar de velhos hábitos, manias e roupas velhas que já não me servem mais, faz parte desse retorno ao meu livre arbítrio.
Saúde e liberdade podem andar juntas de forma harmoniosa se eu quiser, pois somente sendo autora de meu viver posso fortalecer minha auto confiança, me afastar das crises e reescrever minha história.
Sorrio mais, me divirto mais, visito pessoas e dou mais atenção aos pequenos detalhes após tudo.
É que à vontade de viver me aguça os sentidos e traz de volta aromas há muito esquecidos, sabores inimagináveis. E ter controle sobre a vidas deixa tudo mais colorido e vibrante.
A vida passa a ser uma aventura constante a partir daí.
Sei que não cheguei ao fim dessa história de minha luta contrao transtorno da mudança de humor, mas sempre me lembrarei que renascer é preciso, e que depende exclusivamente de mim, tornar minha vida melhor e que o amanhã vai estar lá me esperando, só tenho que ter uma reserva de força e energia para fazer as coisas acontecerem.
*Janete Araújo -jornalista MG09591-JP/DRTMG
Cel. Fabriciano

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