DE Sun Tzu
Se você
conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem
batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória
grande, sofrerá; também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo e nem a
si mesmo, perderá; todas as batalhas..."
Na paz,
preparar-se para a guerra; na guerra, preparar-se para a paz. A arte da guerra
é de importância vital para o Estado. É; uma questão de vida ou morte, um caminho tanto para a
segurança como para a ruína. Assim, em nenhuma circunstância deve ser
negligenciada. Desta maneira começa o notá;vel documento chinês, escrito há;
cerca de 2 mil e 500 anos, no qual é registrada a sabedoria de Sun Tzu,
filósofo que se tornou general. Os conselhos de Sun Tzu podem ser usados de
diferentes formas e para diversos campos do conhecimento humano. São muito
úteis, principalmente, para jovens executivos e empreendedores, assim como para
chefes de Estado e comandantes.Em A ARTE DA GUERRA, são discutidos todos
os aspectos da guerra — tá;ticos, hierá;rquicos e humanos, entre outros — numa
linguagem tão poética quanto didá;tica. James Clavell, autor de prestígio
mundial, assina o prefá;cio, onde cita alguns preceitos de A ARTE DA GUERRA
e os contextualiza em nosso cotidiano. Uma obra para ser lida não apenas por
todo comandante ou oficial, mas por qualquer pessoa interessada na paz.
Os
ensinamentos são baseados em disciplina, planejamento, autoconhecimento e
motivação. As estratégias servem para combater o inimigo sem lutar, apenas
estudando e atacando seus pontos fracos, é necessário aproveitar-se dos pontos
em que o inimigo esteja menos preparado, fazendo investidas constantes e
certeiras para perturbá-lo, deixando-o confuso e andando de um lado para outro,
sem saber a verdadeira intenção dessas investidas. Sun Tzu dividiu o livro em
Treze Capítulos:
1º
Capítulo – Análise e Planos: dedicado a importância do planejamento, para
prever-se o resultado de uma guerra, deve-se analisar a situação com base em
cinco fatores: Caminho - várias mentes com um único ideal, o pensamento de
todos em harmonia com seus governantes; Clima – Dia ou noite, frio ou calor;
Terra – Distâncias, dificuldades do terreno para disposição de tropas; Líder –
Qualidades do comandante; Métodos – Organização, distribuição de postos de
comando.
Ter
sempre um conhecimento prévio do seu inimigo e compará-lo ao seu, sempre
surpreenda seu inimigo, “Há momentos que a maior sabedoria é não saber nada”.
2º Capítulo – Operação de Guerra: Procure sempre uma vitória rápida, com uma
batalha longa os recursos tanto financeiros quanto humanos se esgotaram empobrecendo
o estado, “Nunca houve um estado que tenha sido beneficiado por uma guerra
prolongada” 3º Capítulo – Preparando o Ataque: Conquistar a vitória com os
mínimos danos, de Bens e pessoas, dominar um estado ou exército sem destruí-los
acaba sendo uma vantagem econômica no pós-guerra. Um exército tem que ser
rápido ter agilidade e habilidade para atacar as estratégias do inimigo. 4º
Capítulo - Posições e Táticas – Manter a defesa e esperar que o inimigo exponha
as suas fraquezas, a capacidade do ataque esta em seu planejamento, chegar à
vitória sem mortes. 5º Capítulo – Estratégia do confronto direto e indireto:
Saber comandar e organizar um exército independente da quantidade de seus
homens, o comandante deve ser rígido e imparcial, durante uma batalha o general
pode escolher uma tática frontal que confrontará o inimigo, mas se adotar uma
tática surpresa ele conquistará a vitória, as táticas podem ser combinadas de
forma infinita. 6º Capítulo – Pontos Fortes e pontos fracos: Procurar manipular
o inimigo através de armadilhas, um comandante experiente não se deixa
manipular pelo inimigo. 7º Capítulo – Manobras: Define-se em estabilizar a
organização das tropas no campo e nas manobras de combate. 8º Capítulo –
Eventualidades: Trata-se das mudanças que ocorrem ao longo da batalha, portanto
o comandante deve adequar-se a todas as circunstâncias. 9º Capítulo – O
exército em movimento: Um comandante tem que procurar conhecer bem o terreno
para evitar más situações, pois o conhecimento pode garantir a vitória. 10º
Capítulo - O Terreno: se o comandante tiver conhecimento de si próprio do
inimigo do terreno e das condições naturais poderá alcançar a vitória absoluta.
11º Capítulo – Nove tipos de situações: Descreve as táticas apropriadas a cada
tipo de terreno: dispersivo, marginal, contencioso, aberto, convergente,
crítico, difíceis, cercados, desesperado. Ser veloz nos deslocamentos de tropas
é essencial em uma guerra, atacando o inimigo onde não é esperado. 12º Capítulo
– Ataque pelo fogo: O capítulo descreve vários tipos de ataque incendiário e
descreve sobre recompensas aos soldados, pois soldados que enfrentam só
dificuldades e trabalho sem reconhecimento, perdem o respeito ao seu general.
Nunca se deve atacar o inimigo apenas por impulso causado por algum sentimento
de raiva ou ódio. 13º Capítulo – Uso de espiões: A importância de antever os
movimentos do inimigo, esse conhecimento só pode se obtido através dos espiões,
existem cinco tipos de espiões: espiões locais são os próprios habitantes do
país inimigo, agentes internos, funcionários do inimigo, Espiões duplos,
agentes inimigos que são corrompidos e depois induzidos a levar informações
falsas ao inimigo e ao mesmo tempo espionar seus compatriotas, espiões
dispensáveis, agentes do próprio país que levam consigo informações falsas ao
inimigo, espiões indispensáveis, que trazem informações valiosas do inimigo.
As
estratégias do livro são muito usadas por altos executivos no “mundo dos
negócios”, nas concorrências entre empresas, nas disputas de cargos. É Impossível
ler a arte da guerra e não associá-lo ao nosso tempo, cada frase do livro nos
faz pensar em nossos conflitos diários, na vida profissional, pessoal e em
nossas metas que queremos conquistar. Um livro de longa data que ainda continua
extremamente atual.
Apresentação
do Livro
Escrito no séc. IV a.C., há cerca de 2.500 anos, por Sun Tzu, um general e estratega militar
chinês, o livro "A Arte da Guerra" continua ainda hoje a ser admirado
como fonte de ensinamentos na área da estratégia. De facto, muitos consideram
"A Arte da Guerra" como a origem do próprio conceito de estratégia. Apesar de ser um tratado
puramente militar, os conselhos e ensinamentos de Sun Tzu são perfeitamente
adaptáveis ao mundo das empresas e dos negócios; basta para isso
olhar para a concorrência como o inimigo e para o mercado como o campo de batalha.
Capítulos do Livro
O "A Arte da Guerra" é composto por treze
capítulos, que exploram diversos aspectos da estratégia militar, nomeadamente:
1. Planeamento Inicial: coloca a
ênfase na importância do planeamento - antes de iniciar qualquer
acção é necessário determinar cinco aspectos de fulcral importância: o caminho,
o clima, o terreno, a liderança e a disciplina;
2. Condução da Guerra: destaca as
consequências internas da guerra e coloca a ênfase na rapidez e eficiência das acções de forma a
conservar a energia e os recursos e assim minimizar o desgaste
causado;
3. Estratégia Ofensiva: refere a
importância de manter intacto o maior número de coisas possíveis - o melhor
seria mesmo vencer as batalhas mesmo sem lutar; refere ainda a importância do
conhecimento do inimigo e de nós próprios para vencer as batalhas;
4. Disposições Táticas (ou O
Poder da Defesa): coloca a ênfase na disposição das tropas no terreno e declara
que o segredo da vitória está na adaptabilidade e inescrutabilidade.
5. Energia em Potência: é
relevada a força, ou o ímpeto, a estrutura dinâmica do grupo em acção, a coordenação, a coerência da organização e são apresentados diversos
métodos de ataque e defesa;
6. Pontos Fortes e Fracos (ou
Vazio e Cheio): destaca a importância de conservar a própria energia e de, em
simultâneo, induzir o inimigo a esgotar a sua;
7. Manobras: trata da organização
efectiva no campo de batalha e das manobras de combate, ao mesmo tempo que
refere outros assuntos de especial importância para o sucesso;
8. Nove Variáveis Táticas: é
colocada a ênfase na adaptação, vista como um dos pilares da arte de guerrear;
as nove variáveis são:
. Não acampe em terrenos baixos;
. Não ignore a diplomacia em
terreno aberto (comunicante);
. Não permaneça em terreno
desolado;
. Em terreno fechado, planeie uma
fuga;
. Em situação desesperada, lute
até a morte;
. Há estradas que não devem ser
seguidas;
. Há momentos em que não se deve
capturar o inimigo;
. Há cidades que não devem ser
atacadas, territórios que não devem ser disputados;
. Há ocasiões em que as ordens do
comandante não devem ser seguidas.
9. Marchas ou Movimentações do
Exército: trata das manobras estratégicas do exército e fala dos três aspectos
chave da arte do guerreiro: o físico, o social e o psicológico.
10. Terreno: mais uma vez é
colocada a ênfase na adaptabilidade, neste caso às condições do terreno - são
caracterizados os diversos tipos de terreno existentes e apresentadas as formas
mais adequadas de actuar em cada tipo;
11. Nove Classe de Terreno (ou
Nove Regiões): é novamente analisada a questão da adaptação ao terreno. As nove
regiões analisadas são: a região de dispersão, a região leve, a região de
contenda, a região de comunicação, a região de interseção, a região pesada, a
região ruim, a região sitiada e a região de morte (ou mortal).
12. Ataques com Fogo: faz uma
descrição dos cincos tipos de ataque incendiário: o primeiro é atear fogo às
tropas inimigas; depois, às suas provisões; em terceiro, queimar os seus
transportes; quarto, o seu arsenal e; por último as suas vias de
abastecimento.
13. Utilização de Agentes
Secretos: é valorizada a utilização de espionagem como forma de reduzir os
custos da guerra e são caracterizados os cinco tipos de espiões: espião local
que é contratado entre a população da região em que são planeadas as operações;
espião infiltrado que é contratado entre os oficiais de um regime contrário;
espião reverso que é um agente duplo, contratado entre os espiões inimigos;
espião morto que é o que recebe a missão de levar informações falsas ao inimigo
e; espião vivo que é o que vem e vai com informações.
Algumas passagens:
“Derrotar o inimigo em
cem batalhas não é a excelência suprema; a excelência suprema consiste em
vencer o inimigo sem ser preciso lutar.”
“O comandante apóia sua
autoridade nestas virtudes: sabedoria, justiça, benevolência, rigor e coragem.“
“A arte da guerra se
baseia no engano. Portanto, quando és capaz de atacar, deves aparentar
incapacidade e, quando as tropas se movem, aparentar inatividade. Se estás
perto do inimigo, deves fazê- lo crer que estás longe; se longe, aparentar que
se está perto.”
“Se você conhecer o
inimigo e a si mesmo, não precisa temer o resultado de uma centena de
batalhas.”
“Não há mais de cinco
notas musicais, entretanto as combinações das cinco dão origem a mais melodias
do que as que poderão jamis ser ouvidas.”
"Lutar com um
grande exército sob seu comando não é de forma alguma diferente de lutar com um
grupamento reduzido: é meramente uma questão de estabelecer disposições e
instituir sinas.”
PREPARAÇÃO DOS PLANOS
Sun
Tzu disse:
A
arte da guerra é de importância vital para o estado. É uma questão de vida ou
morte, um caminho tanto para a segurança como para a ruína. Assim, em nenhuma
circunstância deve ser negligenciada.
A
arte da guerra é governada por cinco fatores constantes, que devem ser levados
em conta. São: a Lei Moral; O Céu; a Terra; o chefe; o Método e a disciplina.
A
Lei Moral faz com que o povo fique de completo acordo com seu governante,
levando-o a segui-lo sem se importar com a vida, sem temer perigos.
O
Céu significa a noite e o dia, o frio e o calor, o tempo e as estações.
A
Terra compreende as distâncias, grandes e pequenas; perigo e segurança; campo
aberto e desfiladeiros; as oportunidades da vida e morte.
O chefe representa as virtudes da sabedoria, sinceridade,
benevolência, coragem e retidão.
Deve-se
compreender por Método e disciplina a disposição do exército em subdivisões
adequadas, as graduações de posto entre os oficiais, a manutenção de estradas
por onde os suprimentos devem chegar às tropas e o controle dos gastos
militares.
Esses
cinco fatores devem ser familiares a cada general. Quem os conhecer, será
vencedor; quem não os conhecer, fracassará.
Toda
operação militar tem o logro como base.
Por
isso, quando capazes de atacar, devemos parecer incapazes;
ao utilizar nossas forças devemos parecer inativos;
quando estivermos perto, devemos fazer o inimigo acreditar que estamos longe;
quando longe, devemos faze-los acreditar que estamos perto.
ao utilizar nossas forças devemos parecer inativos;
quando estivermos perto, devemos fazer o inimigo acreditar que estamos longe;
quando longe, devemos faze-los acreditar que estamos perto.
Preparar
iscas para atrair o inimigo. Fingir desorganização e esmagá-lo. Se ele está
protegido em todos os pontos, esteja preparado para isso. Se ele tem forças
superiores, evite-o. Se o seu adversário é de temperamento irascível, procure
irritá-lo. Finja estar fraco e ele se tornará arrogante. Se ele estiver
tranqüilo não lhe dê sossego. Se suas forças estão unidas, separe-as. Ataque-o
onde ele se mostrar despreparado, apareça quando não estiver sendo esperado.
O general que faz muitos cálculos vence uma batalha; o que faz pouco, perde. Portanto,
fazer cálculos conduz à vitória e poucos à derrota.
GUERRA EFETIVA
Quando nos empenhamos numa guerra verdadeira, se a
vitória custa a chegar, as armas dos soldados tornam-se pesadas e o entusiasmo
deles enfraquece.
Se sitiamos uma cidade, gastaremos nossa força e se a campanha se prolongar, os
recursos do estado não serão iguais ao esforço. Nunca esqueça: quando suas
armas ficarem pesadas, seu entusiasmo diminuído, a força exaurida e seus fundos
gastos, outro comandante aparecerá para tirar vantagem da sua penúria. Então,
nenhum homem, por mais sábio, será capaz de evitar as conseqüências que
advirão.
ENERGIA
A confusão simulada requer uma disciplina perfeita;
o medo fingido exige coragem;
a fraqueza aparente pressupõe força.
Esconder a ordem sob a capa da desordem é apenas uma questão de subdivisão;
ocultar a coragem sob um ar de timidez pressupõe um fundo de energia latente;
mascarar a força com a fraqueza é ser influenciado por disposições táticas.
o medo fingido exige coragem;
a fraqueza aparente pressupõe força.
Esconder a ordem sob a capa da desordem é apenas uma questão de subdivisão;
ocultar a coragem sob um ar de timidez pressupõe um fundo de energia latente;
mascarar a força com a fraqueza é ser influenciado por disposições táticas.
(Essa
parte do livro é fantástica! Me lembraram algumas regras dos samurais que li
uma vez em um quadro no consultório de um médico)
Assim,
aquele que for hábil em manter o inimigo em movimento, conserva uma aparência
decepcionante, de acordo com a qual o inimigo irá agir. Sacrifica uma coisa que
o inimigo poderá pegar; lançando iscas, ele o mantém em ação; então, com um
corpo de homens selecionados, fica à sua espera.
O
guerreiro inteligente procura o efeito da energia combinada e não exige muito
dos indivíduos. Leva em conta o talento de cada um e utiliza cada homem de
acordo com sua capacidade. Não exige perfeição dos sem talento.
PONTOS FORTES E FRACOS
Mesmo
que o inimigo seja mais forte em tropas, podemos impedi-lo de combater. Planeje
de forma a descobrir seus planos e a sua probabilidade de sucesso. Provoque-o e
descubra a base da sua atividade ou inatividade. Force-o a revelar-se, de forma
a exibir seus pontos vulneráveis. Compare meticulosamente o exército adversário
com o seu, de forma a saber onde a força é superabundante e onde é deficiente.
O que o vulgo não pode compreender é como a vitória pode
ser obtida por ele a partir das próprias táticas do inimigo.
Na
guerra, pratique a dissimulação e terá sucesso. Mova-se apenas se houver uma vantagem
real a ser obtida. Deixe que sua rapidez seja a do vento; sua solidez a da
floresta.
Pondere
e delibere antes de fazer um movimento. Vencerá quem tiver aprendido o
artifício do desvio. Essa é a arte de manobrar.
O EXÉRCITO EM MARCHA
Se,
ao treinar soldados, as ordens forem diariamente reforçadas, o exército será
bem disciplinado; do contrário, sua indisciplina será nefasta.
Se um general demonstra confiança em seus soldados, mas insiste sempre em que suas ordens sejam obedecidas, a vantagem será mútua. A vacilação e a meticulosidade exagerada são os meios mais eficazes de solapar a confiança de um exército
Se um general demonstra confiança em seus soldados, mas insiste sempre em que suas ordens sejam obedecidas, a vantagem será mútua. A vacilação e a meticulosidade exagerada são os meios mais eficazes de solapar a confiança de um exército
TERRENO
O general que avança sem desejar fama e recuar sem temer
o descrédito,
cujo único pensamento é proteger seu país e prestar um bom serviço ao soberano,
é a jóia do reino.
Trate seus soldados como seus filhos e eles o seguirão
aos vales mais profundos; trate-os como filhos queridos e o defenderão com o
próprio corpo até a morte.
Se,
porém, você for indulgente, mas incapaz de fazer valer sua autoridade; bondoso,
porém incapaz, além disso, de dominar a desordem, então seus soldados ficarão
iguais a crianças estragadas; ficarão inúteis para o que for.
O
soldado experiente, uma vez em marcha, nunca fica desorientado; uma vez que
levantou acampamento, nunca fica perplexo. Daí o ditado: se você conhece o
inimigo e a si mesmo, sua vitória não será posta em dúvida; se você conhece o
Céu e a Terra, pode torná-la completa.
AS NOVE SITUAÇÕES
Em
terreno dispersivo, não lute.
Em terreno fácil, não pare.
Em terreno controverso, não ataque.
Em terreno aberto, não tente barra o caminho do inimigo.
Em terreno de estradas cruzadas, una-se aos seus aliados.
Em terreno sério, saqueie.
Em terreno difícil, marche sempre.
Em terreno cercado, recorra a estratagemas.
Em terreno fácil, não pare.
Em terreno controverso, não ataque.
Em terreno aberto, não tente barra o caminho do inimigo.
Em terreno de estradas cruzadas, una-se aos seus aliados.
Em terreno sério, saqueie.
Em terreno difícil, marche sempre.
Em terreno cercado, recorra a estratagemas.
A
rapidez é a essência da guerra. Tire partido da falta de preparação do inimigo,
marche por caminhos onde não é esperado e ataque pontos desprotegidos.
Seja
sutil! Seja sutil!
E a melhor frase de Sun Tzu: “As armas são sempre motivo
de maus pressentimentos…”
Capítulo I - Estimativas ou Cálculos
A guerra é um assunto de vida ou morte para um Estado, deve então ser seriamente estudada.
Cinco fatores são fundamentais:
1) A moral: um soberano deve ter a confiança de seu povo para conseguir levá-lo à guerra e arriscar suas vidas.
2) O clima: compreensão e bom uso das estações do ano.
3) O terreno: as condições físicas da geografia local, o cálculo das distâncias.
4) O comando: as cinco qualidades básicas de um general, a saber, a coragem, o rigor, a sabedoria, a sinceridade e a humanidade.
5) A Doutrina: tudo que concerne à manutenção e administração das tropas.
O conhecimento desses cinco fatores possibilitará a previsão de que lado vencerá. Aquele que melhor souber usá-los poderá criar situações que o levem à vitória.
Sete cálculos respondem sobre a vitória.
1) Quem pode unir povo e exército?
2) Quem tem um melhor comandante?
3) Quem tem vantagem sobre o terreno e o clima?
4) Quem pode garantir mais ordem e disciplina?
5) Quem tem um exército superior?
6) Quem tem homens mais treinados?
7) Quem tem um sistema mais justo de recompensa e punição?
Com muitos cálculos pode-se vencer, com poucos não. Mas sem eles as chances são nulas.
Toda guerra baseia-se no ardil, um bom comandante sempre dissimulará as suas reais condições com o intuito de ludibriar o inimigo e criar as condições de vitória.
Capítulo II - A Condução da Guerra ou Planejamento
Os custos de uma guerra são muito elevados para qualquer Estado, a manutenção das tropas por longos períodos de tempo leva um reino à ruína. Assim, a chave da guerra está na vitória e não na sua prolongação.
Capítulo III - Estratégia Ofensiva
Na guerra, o objetivo é tomar o Estado intacto. A habilidade consiste em derrotar o inimigo sem lutar.
Portanto deve-se primeiro atacar a estratégia do inimigo; em seguida deve-se romper as alianças dele; o melhor passo seguinte é atacar seus exércitos.
A pior atitude é cercar uma cidade, pois isso consome recursos e tempo.
Aquele que consegue tomar o império intacto, não cansa suas tropas e domina a arte da estratégia ofensiva.
No uso das tropas assim é que se deve proceder:
a) Quando suas tropas estiverem na proporção de dez para um em relação ao inimigo, cerca-o.
b) Quando tiver cinco para um, ataca-o.
c) Se a força dele é o dobro da sua, divide-o.
d) Se sua força for numericamente mais fraca, certifique-se da possibilidade de retirada.
e) Havendo equilíbrio de forças, vá à combate. Prevalecendo a igualdade, tente enganá-lo.
O comando das tropas cabe exclusivamente ao general, existem três modos de um governante atrapalhar seu exército:
a) Quando não sabe quando atacar ou recuar e interfere nas ordens do general.
b) Quando ignora os assuntos militares e se intromete na administração dos exércitos.
c)Quando participa do exercício da responsabilidade, dividindo a cadeia de comando e confundindo os oficiais.
Existem, assim, cinco modos de ganhar:
a) Saber quando combater ou não.
b) Saber utilizar a força máxima de um exército, numeroso ou não.
c) Possuir tropas firmes no apoio ao seu comandante.
d) Ser prudente e aguardar uma imprudência do inimigo.
e) Possui generais hábeis e independentes.
Estas cinco matérias, garantem a vitória, pois aquele que conhece a si e ao inimigo, será invencível; aquele que conhece a si mas desconhece o inimigo terá chances iguais de vitória e derrota; aquele que desconhece a si e ao inimigo, corre risco constante.
Capítulo IV - Disposições ou O Poder da Defesa
Os homens letrados na guerra podem fazerem-se invencíveis, mas não podem ter certeza da vulnerabilidade do inimigo. Assim, é possível saber vencer, mas não se garante conseguir vencer.
A invencibilidade reside na defesa; a possibilidade de vitória, no ataque. Aquele que está em inferioridade de forças, defende-se; aquele que é superior, ataca.
Quem domina os elementos da arte da guerra, não será aclamado por suas vitórias no campo de batalha, pois vence sem cometer erros, combate um inimigo já derrotado. Isso o vulgo não compreende, nem valoriza. O perito se torna primeiro invencível e espera a falha do inimigo.
Os elementos da arte da guerra são:
1) A medida do espaço: possibilita o cálculo dos custos.
2) O cálculo dos custos: garante as estimativas de forças.
3) As estimativas: levam à comparação das forças.
4) As comparações dos números, possibilitam o cálculo das probabilidades de vitória.
5) As probalilidades de vitória. Assim um exército luta como a água que corre do desfiladeiro.
Capítulo V - Energia ou Formação
Dirigir muitos é o mesmo que dirigir poucos, é uma questão de organização.
Do mesmo modo, comandar muitos é o mesmo que comandar poucos, é uma questão de comunicação.
Numa guerra, os exércitos se valem de ataques diretos e indiretos (ataques-surpresa). Mesmo só existindo esses dois tipos, suas combinações são infinitas. Aquele que bem souber usá-los e neutralizá-los será imprevisível como o céu e a terra e inexaurível como os grandes rios.
O exército que se mantém em prontidão, será mortífero ao desferir o golpe. O general que for habilidoso extrairá a vitória da situação, aproveitando o potencial de seus homens, mas jamais atribuirá o fardo da vitória unicamente a eles. Utiliza seus homens como quem rola pedras e paus da ribanceira.
Capítulo VI - Pontos Fortes e Fracos
O bom general deve ocupar o campo de batalha antes do inimigo. Aquele que primeiro toma a iniciativa leva vantagem. Atraia o inimigo para onde deseja que ele vá. Faça ameaças para que ele não chegue onde deseja ir.
Se o opositor estiver tranqüilo, agite-o; se alimentado, faça-o passar fome; se imóvel, faça-o mover-se. Esgote-o, depois confunda-o. Enquanto o inimigo divide-se, devemos nos concentrar.
Quem tem poucos prepara-se para o inimigo; quem tem muitos, força o inimigo a prepara-se contra ele.
O exército é como a água, ataca os fracos e evita os poderosos. Molda-se a situação do inimigo como a água ao terreno. Assim como a água não tem forma constante, também a guerra comporta-se desta maneira.
Capítulo VII - Manobra
Quando tropas se movimentam, devem tornar o caminho tortuoso no mais direto. Deve-se tomar uma rota indireta e lançar uma isca para o inimigo. Assim é possível sair depois e chegar primeiro ao campo de batalha. Mas deve-se ter em mente que tanto a vantagem quanto o perigo são inerentes à manobra.
Tropas que se movimentam com todos seus equipamentos e provisões são lentas. Se partir e deixar para trás suas provisões, andará mais rápido, mas poderá perder sua bagagem. Tropas que movem-se rapidamente, sem suas bagagens e sem descanso, chegarão mais rapidamente, porém se desorganizarão. Os mais fortes deixarão os mais fracos para trás e somente um décimo das tropas chegará ao campo de batalha. Não se vence uma batalha onde se entrou rapidamente. Um exército sem provisões se esgota.
Aquele que conduz o exército deve conhecer as condições das montanhas, dos desfiladeiros, das florestas, dos pântanos e dos brejos para ter sucesso. Aquele que não usa guias locais não terá acesso às vantagens do terreno.
Na velocidade, sê rápido como o vento. Na quietude, silencioso como a floresta. Na agressão, feroz como o fogo. Na defesa, incólume como a montanha. Ao esconder-se, sê como as nuvens negras; ao atacar, como um raio.
Capítulo VIII - As Nove Variáveis
Não acampe em terrenos baixos.
Não ignore a diplomacia em terreno aberto (comunicante).
Não permaneça em terreno desolado.
Em terreno fechado, planeje uma fuga.
Em situação desesperada, lute até a morte.
Há estradas que não devem ser seguidas.
Há momentos em que não se deve capturar o inimigo.
Há cidades que não devem ser atacadas, territórios que não devem ser disputados.
Há ocasiões em que as ordens do comandante não devem ser seguidas.
Mesmo aquele que conhece o terreno, fracassará se não conhecer as nove variáveis. Sempre deve levar em contra os fatores favoráveis e desfavoráveis.
Na guerra, não se deve esperar que o inimigo venha, mas estar pronto quando ele chegar. Não presumir que ele atacará, mas tornar-se invencível antes.
Existem cinco fraquezas que devem ser evitadas num comandante. Quando é descuidado, é fácil matá-lo. Quando é covarde, é fácil capturá-lo. Quando é irascível, é fácil provocá-lo. Quando é honrado, é fácil insultá-lo. Quando é benevolente, é fácil preocupá-lo.
Capítulo IX - Marchas ou Mobilização
Ao posicionar tropas fique longe das montanhas e perto dos vales. Ocupe a parte mais alta do terreno. Nunca lute montanha acima. Essa é a estratégia para regiões montanhosas.
Ao atravessar um rio, distancia-se da margem rapidamente. Nunca ataque quando o inimigo estiver atravessando o rio, espere que metade de suas tropas tenha atravessado para atacar. Não espere o adversário perto da margem, busque o terreno próximo mais elevado. Essa é a estratégia para regiões de rios.
Num terreno pantanoso, atravesse-o rapidamente. Ao encontrar o inimigo, estejas perto da grama e com a floresta às costas. Essa é a estratégia para o pântano.
Num terreno plano, posicione sua retaguarda e o flanco direito no terreno mais alto. Essa é a estratégia para regiões planas. Eis os quatro tipos de guerra.
Quando os emissários são humildes, mas os preparativos continuam, o inimigo avançará. Quando as tropas mostram-se apressadas e o emissário é arrogante, o inimigo se retirará. Quando os emissários são bajuladores, deseja-se uma pausa. Se, sem alguma razão, pedem trégua, é porque planejam algo.
Capítulo X - Terreno
Há os seguintes tipos de terreno:
O terreno fácil é uma área acessível para você e para seu inimigo. Aquele que ocupar sua parte mais alta e guardar a via de abastecimento levará vantagem.
O terreno difícil é área que é fácil de entrar e difícil de sair, é simples atacar tropas que não estão preparadas neste terreno. Aquele que bloquear o caminho de saída terá vantagem.
O terreno neutro é aquele em que é complexo tanto para você como para o opositor lançarem a ofensiva. Deve-se bater em retirada neste terreno e esperar que o inimigo o persiga para se poder atacá-lo.
O terreno estreito nunca deve ser atacado se já se tiver armado sua defesa, mas se não estiver pronta é possível atacá-lo.
No terreno íngreme deve-se ocupar a parte mais alta primeiro e aguardar o inimigo.
Em terreno distante é difícil tomar a iniciativa de combate para ambos os lados.
Estes seis tipos de terreno devem ser estudados e compreendidos por todos.
Existem erros de comando que podem desestabilizar um exército:
Uma força equilibrada porá uma força dividida em fuga.
Soldados bem treinados comandados por oficiais fracos geram insubordinação.
Chefes rigorosos e soldados fracos geram o colapso no exército.
Soldados vingativos e desobedientes levam o exército à destruição.
Quando os soldados não tem disciplina e as ordens não são claras surge a desorganização no exército.
Quando o comandante é incapaz de avaliar o inimigo e o enfrenta em desigualdade, o resultado será a debandada das forças.
Essas seis causas de derrota devem ser estudadas e o comandante deve ser responsabilizado.
O bom general é a principal jóia do estado. Pois ele sabe considerar esses fatores.
Capítulo XI- As Nove Variedades de Terreno ou As Nove Situações Clássicas
Quando se luta dentro do próprio território, esta é uma situação cômoda. Não ataque antes que o inimigo tiver penetrado bastante em seu território.
Quando se luta em território inimigo mas não se avançou bastante, esta é uma situação simples. Nesta situação, nunca pare de avançar.
Um terreno de ocupação vantajosa tanto para mim como para o inimigo está numa situação crítica. Deve-se sempre avançar primeiro e nunca atacar se o inimigo estiver na vantagem.
Um terreno acessível para ambos estará numa situação aberta. Nele também é melhor avançar primeiro e fortalecer as defesas e comunicações.
Um terreno que oferece fronteira com vários Estados encontra-se numa situação de controle. Nele deve-se usar da diplomacia para fortalecer os vínculos com os estados vizinhos.
Quando se luta bem no interior do estado inimigo e se deixou para trás muitas cidades inimigas esta é uma situação séria. Certifique-se que não faltará provisões.
Lutar em terreno pantanoso, de altas florestas ou de desfiladeiros, está-se numa situação perigosa. É mister nunca permanecer mais do que o necessário.
Lutar em terreno de acesso estreito e saída distante caracteriza uma situação difícil. Planeje como sair de uma armadilha.
Um terreno onde a única chance está na batalha, cria uma situação desesperada. A única saída é lutar até a morte.
Aquele que tem uma boa estratégia ataca por todos os lados.
Evita a comunicação entre as tropas inimigas, confude-as. Ataque quando for favorável.
Se atacado por inimigo superior, descubra que ponto ele visa e ocupa-o com todas as suas forças. Ele cederá.
Aproveite-se do despreparo do inimigo, mova-se em direções inesperadas e ataque locais desprotegidos.
Lembre-se, na guerra a velocidade é crucial.
O bom líder militar comanda um milhão de homens como se comandasse um só.
E num campo de batalha dispõe as tropas de modo a não haver outra saída senão lutar pela própria vida.
Atraia o inimigo sendo tímido como uma donzela. Depois ataque-o rapidamente como uma lebre.
Capítulo XII- Ataques com Fogo
Há cinco métodos para ataques com fogo. O primeiro é atear fogo nas tropas inimigas. Depois, em suas provisões. Em terceiro, queimar seus transportes. Quarto, seu arsenal e por último suas vias de abastecimento.
Em uma guerra só os interesses do Estado contam. Um governante não deve declarar guerra por estar encolerizado. Um general não pode ir à guerra por estar ressentido. Pois um homem zangado pode tornar-se feliz. Um homem pesaroso pode ficar satisfeito. Mas um país destruído não pode ser recuperado. Um homem morto não pode reviver.
Capítulo XIII - O Serviço Secreto ou O Emprego de Agentes Secretos
Considerando os custos que a guerra traz e o tempo que ela consome, é imprudência recusar-se a comprar informações sobre o opositor.
É impossível vencer sem ter informações prévias do inimigo. Elas não podem ser obtidas através de conjecturas, superstições ou forças sobrenaturais. Só podem ser obtidas com aqueles que conhecem bem a situação do inimigo.
Os cinco tipos de espiões. O espião local é o camponês nativo. O espião interno é aquele que é oficial do inimigo. O espião convertido é aquele que servia ao inimigo e foi comprado. Espiões mortais são aqueles que sacrificamos dando informações falsas ao inimigo. Espiões seguros são aqueles que podem retornar para relatar as informações coletadas.
Nenhum oficial é mais querido que o espião. Nem melhor recompensado. Ele desfruta da confiança do comandante.
Apenas os generosos e humanos obtêm todas as informações de um espião. Apenas os cautelosos e engenhosos podem precisar a exatidão das informações recebidas.
Planos de espionagem revelados antes de postos em prática devem ser punidos coma morte do espião e do informante.
A guerra é um assunto de vida ou morte para um Estado, deve então ser seriamente estudada.
Cinco fatores são fundamentais:
1) A moral: um soberano deve ter a confiança de seu povo para conseguir levá-lo à guerra e arriscar suas vidas.
2) O clima: compreensão e bom uso das estações do ano.
3) O terreno: as condições físicas da geografia local, o cálculo das distâncias.
4) O comando: as cinco qualidades básicas de um general, a saber, a coragem, o rigor, a sabedoria, a sinceridade e a humanidade.
5) A Doutrina: tudo que concerne à manutenção e administração das tropas.
O conhecimento desses cinco fatores possibilitará a previsão de que lado vencerá. Aquele que melhor souber usá-los poderá criar situações que o levem à vitória.
Sete cálculos respondem sobre a vitória.
1) Quem pode unir povo e exército?
2) Quem tem um melhor comandante?
3) Quem tem vantagem sobre o terreno e o clima?
4) Quem pode garantir mais ordem e disciplina?
5) Quem tem um exército superior?
6) Quem tem homens mais treinados?
7) Quem tem um sistema mais justo de recompensa e punição?
Com muitos cálculos pode-se vencer, com poucos não. Mas sem eles as chances são nulas.
Toda guerra baseia-se no ardil, um bom comandante sempre dissimulará as suas reais condições com o intuito de ludibriar o inimigo e criar as condições de vitória.
Capítulo II - A Condução da Guerra ou Planejamento
Os custos de uma guerra são muito elevados para qualquer Estado, a manutenção das tropas por longos períodos de tempo leva um reino à ruína. Assim, a chave da guerra está na vitória e não na sua prolongação.
Capítulo III - Estratégia Ofensiva
Na guerra, o objetivo é tomar o Estado intacto. A habilidade consiste em derrotar o inimigo sem lutar.
Portanto deve-se primeiro atacar a estratégia do inimigo; em seguida deve-se romper as alianças dele; o melhor passo seguinte é atacar seus exércitos.
A pior atitude é cercar uma cidade, pois isso consome recursos e tempo.
Aquele que consegue tomar o império intacto, não cansa suas tropas e domina a arte da estratégia ofensiva.
No uso das tropas assim é que se deve proceder:
a) Quando suas tropas estiverem na proporção de dez para um em relação ao inimigo, cerca-o.
b) Quando tiver cinco para um, ataca-o.
c) Se a força dele é o dobro da sua, divide-o.
d) Se sua força for numericamente mais fraca, certifique-se da possibilidade de retirada.
e) Havendo equilíbrio de forças, vá à combate. Prevalecendo a igualdade, tente enganá-lo.
O comando das tropas cabe exclusivamente ao general, existem três modos de um governante atrapalhar seu exército:
a) Quando não sabe quando atacar ou recuar e interfere nas ordens do general.
b) Quando ignora os assuntos militares e se intromete na administração dos exércitos.
c)Quando participa do exercício da responsabilidade, dividindo a cadeia de comando e confundindo os oficiais.
Existem, assim, cinco modos de ganhar:
a) Saber quando combater ou não.
b) Saber utilizar a força máxima de um exército, numeroso ou não.
c) Possuir tropas firmes no apoio ao seu comandante.
d) Ser prudente e aguardar uma imprudência do inimigo.
e) Possui generais hábeis e independentes.
Estas cinco matérias, garantem a vitória, pois aquele que conhece a si e ao inimigo, será invencível; aquele que conhece a si mas desconhece o inimigo terá chances iguais de vitória e derrota; aquele que desconhece a si e ao inimigo, corre risco constante.
Capítulo IV - Disposições ou O Poder da Defesa
Os homens letrados na guerra podem fazerem-se invencíveis, mas não podem ter certeza da vulnerabilidade do inimigo. Assim, é possível saber vencer, mas não se garante conseguir vencer.
A invencibilidade reside na defesa; a possibilidade de vitória, no ataque. Aquele que está em inferioridade de forças, defende-se; aquele que é superior, ataca.
Quem domina os elementos da arte da guerra, não será aclamado por suas vitórias no campo de batalha, pois vence sem cometer erros, combate um inimigo já derrotado. Isso o vulgo não compreende, nem valoriza. O perito se torna primeiro invencível e espera a falha do inimigo.
Os elementos da arte da guerra são:
1) A medida do espaço: possibilita o cálculo dos custos.
2) O cálculo dos custos: garante as estimativas de forças.
3) As estimativas: levam à comparação das forças.
4) As comparações dos números, possibilitam o cálculo das probabilidades de vitória.
5) As probalilidades de vitória. Assim um exército luta como a água que corre do desfiladeiro.
Capítulo V - Energia ou Formação
Dirigir muitos é o mesmo que dirigir poucos, é uma questão de organização.
Do mesmo modo, comandar muitos é o mesmo que comandar poucos, é uma questão de comunicação.
Numa guerra, os exércitos se valem de ataques diretos e indiretos (ataques-surpresa). Mesmo só existindo esses dois tipos, suas combinações são infinitas. Aquele que bem souber usá-los e neutralizá-los será imprevisível como o céu e a terra e inexaurível como os grandes rios.
O exército que se mantém em prontidão, será mortífero ao desferir o golpe. O general que for habilidoso extrairá a vitória da situação, aproveitando o potencial de seus homens, mas jamais atribuirá o fardo da vitória unicamente a eles. Utiliza seus homens como quem rola pedras e paus da ribanceira.
Capítulo VI - Pontos Fortes e Fracos
O bom general deve ocupar o campo de batalha antes do inimigo. Aquele que primeiro toma a iniciativa leva vantagem. Atraia o inimigo para onde deseja que ele vá. Faça ameaças para que ele não chegue onde deseja ir.
Se o opositor estiver tranqüilo, agite-o; se alimentado, faça-o passar fome; se imóvel, faça-o mover-se. Esgote-o, depois confunda-o. Enquanto o inimigo divide-se, devemos nos concentrar.
Quem tem poucos prepara-se para o inimigo; quem tem muitos, força o inimigo a prepara-se contra ele.
O exército é como a água, ataca os fracos e evita os poderosos. Molda-se a situação do inimigo como a água ao terreno. Assim como a água não tem forma constante, também a guerra comporta-se desta maneira.
Capítulo VII - Manobra
Quando tropas se movimentam, devem tornar o caminho tortuoso no mais direto. Deve-se tomar uma rota indireta e lançar uma isca para o inimigo. Assim é possível sair depois e chegar primeiro ao campo de batalha. Mas deve-se ter em mente que tanto a vantagem quanto o perigo são inerentes à manobra.
Tropas que se movimentam com todos seus equipamentos e provisões são lentas. Se partir e deixar para trás suas provisões, andará mais rápido, mas poderá perder sua bagagem. Tropas que movem-se rapidamente, sem suas bagagens e sem descanso, chegarão mais rapidamente, porém se desorganizarão. Os mais fortes deixarão os mais fracos para trás e somente um décimo das tropas chegará ao campo de batalha. Não se vence uma batalha onde se entrou rapidamente. Um exército sem provisões se esgota.
Aquele que conduz o exército deve conhecer as condições das montanhas, dos desfiladeiros, das florestas, dos pântanos e dos brejos para ter sucesso. Aquele que não usa guias locais não terá acesso às vantagens do terreno.
Na velocidade, sê rápido como o vento. Na quietude, silencioso como a floresta. Na agressão, feroz como o fogo. Na defesa, incólume como a montanha. Ao esconder-se, sê como as nuvens negras; ao atacar, como um raio.
Capítulo VIII - As Nove Variáveis
Não acampe em terrenos baixos.
Não ignore a diplomacia em terreno aberto (comunicante).
Não permaneça em terreno desolado.
Em terreno fechado, planeje uma fuga.
Em situação desesperada, lute até a morte.
Há estradas que não devem ser seguidas.
Há momentos em que não se deve capturar o inimigo.
Há cidades que não devem ser atacadas, territórios que não devem ser disputados.
Há ocasiões em que as ordens do comandante não devem ser seguidas.
Mesmo aquele que conhece o terreno, fracassará se não conhecer as nove variáveis. Sempre deve levar em contra os fatores favoráveis e desfavoráveis.
Na guerra, não se deve esperar que o inimigo venha, mas estar pronto quando ele chegar. Não presumir que ele atacará, mas tornar-se invencível antes.
Existem cinco fraquezas que devem ser evitadas num comandante. Quando é descuidado, é fácil matá-lo. Quando é covarde, é fácil capturá-lo. Quando é irascível, é fácil provocá-lo. Quando é honrado, é fácil insultá-lo. Quando é benevolente, é fácil preocupá-lo.
Capítulo IX - Marchas ou Mobilização
Ao posicionar tropas fique longe das montanhas e perto dos vales. Ocupe a parte mais alta do terreno. Nunca lute montanha acima. Essa é a estratégia para regiões montanhosas.
Ao atravessar um rio, distancia-se da margem rapidamente. Nunca ataque quando o inimigo estiver atravessando o rio, espere que metade de suas tropas tenha atravessado para atacar. Não espere o adversário perto da margem, busque o terreno próximo mais elevado. Essa é a estratégia para regiões de rios.
Num terreno pantanoso, atravesse-o rapidamente. Ao encontrar o inimigo, estejas perto da grama e com a floresta às costas. Essa é a estratégia para o pântano.
Num terreno plano, posicione sua retaguarda e o flanco direito no terreno mais alto. Essa é a estratégia para regiões planas. Eis os quatro tipos de guerra.
Quando os emissários são humildes, mas os preparativos continuam, o inimigo avançará. Quando as tropas mostram-se apressadas e o emissário é arrogante, o inimigo se retirará. Quando os emissários são bajuladores, deseja-se uma pausa. Se, sem alguma razão, pedem trégua, é porque planejam algo.
Capítulo X - Terreno
Há os seguintes tipos de terreno:
O terreno fácil é uma área acessível para você e para seu inimigo. Aquele que ocupar sua parte mais alta e guardar a via de abastecimento levará vantagem.
O terreno difícil é área que é fácil de entrar e difícil de sair, é simples atacar tropas que não estão preparadas neste terreno. Aquele que bloquear o caminho de saída terá vantagem.
O terreno neutro é aquele em que é complexo tanto para você como para o opositor lançarem a ofensiva. Deve-se bater em retirada neste terreno e esperar que o inimigo o persiga para se poder atacá-lo.
O terreno estreito nunca deve ser atacado se já se tiver armado sua defesa, mas se não estiver pronta é possível atacá-lo.
No terreno íngreme deve-se ocupar a parte mais alta primeiro e aguardar o inimigo.
Em terreno distante é difícil tomar a iniciativa de combate para ambos os lados.
Estes seis tipos de terreno devem ser estudados e compreendidos por todos.
Existem erros de comando que podem desestabilizar um exército:
Uma força equilibrada porá uma força dividida em fuga.
Soldados bem treinados comandados por oficiais fracos geram insubordinação.
Chefes rigorosos e soldados fracos geram o colapso no exército.
Soldados vingativos e desobedientes levam o exército à destruição.
Quando os soldados não tem disciplina e as ordens não são claras surge a desorganização no exército.
Quando o comandante é incapaz de avaliar o inimigo e o enfrenta em desigualdade, o resultado será a debandada das forças.
Essas seis causas de derrota devem ser estudadas e o comandante deve ser responsabilizado.
O bom general é a principal jóia do estado. Pois ele sabe considerar esses fatores.
Capítulo XI- As Nove Variedades de Terreno ou As Nove Situações Clássicas
Quando se luta dentro do próprio território, esta é uma situação cômoda. Não ataque antes que o inimigo tiver penetrado bastante em seu território.
Quando se luta em território inimigo mas não se avançou bastante, esta é uma situação simples. Nesta situação, nunca pare de avançar.
Um terreno de ocupação vantajosa tanto para mim como para o inimigo está numa situação crítica. Deve-se sempre avançar primeiro e nunca atacar se o inimigo estiver na vantagem.
Um terreno acessível para ambos estará numa situação aberta. Nele também é melhor avançar primeiro e fortalecer as defesas e comunicações.
Um terreno que oferece fronteira com vários Estados encontra-se numa situação de controle. Nele deve-se usar da diplomacia para fortalecer os vínculos com os estados vizinhos.
Quando se luta bem no interior do estado inimigo e se deixou para trás muitas cidades inimigas esta é uma situação séria. Certifique-se que não faltará provisões.
Lutar em terreno pantanoso, de altas florestas ou de desfiladeiros, está-se numa situação perigosa. É mister nunca permanecer mais do que o necessário.
Lutar em terreno de acesso estreito e saída distante caracteriza uma situação difícil. Planeje como sair de uma armadilha.
Um terreno onde a única chance está na batalha, cria uma situação desesperada. A única saída é lutar até a morte.
Aquele que tem uma boa estratégia ataca por todos os lados.
Evita a comunicação entre as tropas inimigas, confude-as. Ataque quando for favorável.
Se atacado por inimigo superior, descubra que ponto ele visa e ocupa-o com todas as suas forças. Ele cederá.
Aproveite-se do despreparo do inimigo, mova-se em direções inesperadas e ataque locais desprotegidos.
Lembre-se, na guerra a velocidade é crucial.
O bom líder militar comanda um milhão de homens como se comandasse um só.
E num campo de batalha dispõe as tropas de modo a não haver outra saída senão lutar pela própria vida.
Atraia o inimigo sendo tímido como uma donzela. Depois ataque-o rapidamente como uma lebre.
Capítulo XII- Ataques com Fogo
Há cinco métodos para ataques com fogo. O primeiro é atear fogo nas tropas inimigas. Depois, em suas provisões. Em terceiro, queimar seus transportes. Quarto, seu arsenal e por último suas vias de abastecimento.
Em uma guerra só os interesses do Estado contam. Um governante não deve declarar guerra por estar encolerizado. Um general não pode ir à guerra por estar ressentido. Pois um homem zangado pode tornar-se feliz. Um homem pesaroso pode ficar satisfeito. Mas um país destruído não pode ser recuperado. Um homem morto não pode reviver.
Capítulo XIII - O Serviço Secreto ou O Emprego de Agentes Secretos
Considerando os custos que a guerra traz e o tempo que ela consome, é imprudência recusar-se a comprar informações sobre o opositor.
É impossível vencer sem ter informações prévias do inimigo. Elas não podem ser obtidas através de conjecturas, superstições ou forças sobrenaturais. Só podem ser obtidas com aqueles que conhecem bem a situação do inimigo.
Os cinco tipos de espiões. O espião local é o camponês nativo. O espião interno é aquele que é oficial do inimigo. O espião convertido é aquele que servia ao inimigo e foi comprado. Espiões mortais são aqueles que sacrificamos dando informações falsas ao inimigo. Espiões seguros são aqueles que podem retornar para relatar as informações coletadas.
Nenhum oficial é mais querido que o espião. Nem melhor recompensado. Ele desfruta da confiança do comandante.
Apenas os generosos e humanos obtêm todas as informações de um espião. Apenas os cautelosos e engenhosos podem precisar a exatidão das informações recebidas.
Planos de espionagem revelados antes de postos em prática devem ser punidos coma morte do espião e do informante.
Trecho de A Arte da
Guerra, de Sun Tzu
Capítulo
V
Estratégia do Confronto Direto e Indireto
Estratégia do Confronto Direto e Indireto
"Comandar
muitos é o mesmo que comandar poucos. Tudo é uma questão de organização."
Sun Tzu
disse:
"Comandar muitos é o mesmo que comandar poucos. Tudo é uma questão de organização. Controlar muitos ou poucos é uma mesma e única coisa. É apenas uma questão de formação e sinalizações".
"Comandar muitos é o mesmo que comandar poucos. Tudo é uma questão de organização. Controlar muitos ou poucos é uma mesma e única coisa. É apenas uma questão de formação e sinalizações".
Lembre-se
dos nomes de todos os oficiais e subalternos. Inscreva-os num catálogo,
anotando-lhes o talento e suas capacidades individuais, a fim de aproveitar o
potencial de cada um. Quando surgir oportunidade aja de tal forma que todos os
que deves comandar estejam persuadidos que seu principal cuidado é preservá-los
de toda desgraça.
As tropas
que farás avançar contra o inimigo devem ser como pedras atiradas em ovos. De
ti até o inimigo, não deve haver outra diferença senão a do forte ao fraco, do
cheio ao vazio. São as operações chamadas "diretas" e
"indiretas" que tornam um exército capaz de deter o ataque das forças
inimigas e não ser derrotado.
Em
batalha, use geralmente operações "diretas" para fazer o inimigo
engajar-se na luta e as operações "indiretas" para conquistar a
vitória.
Em poucas
palavras, o que consiste a habilidade e a perfeição do comando das tropas
é o conhecimento das luzes e das trevas, do aparente e o secreto. É nesse
conhecimento hábil que habita toda a arte. Assim, o perito ao
executar o ataque "indireto" assemelha-se ao céu e as
terras, cujos movimentos nunca são aleatórios, são como os rios
e mares inexauríveis. Assemelham-se ao sol e à lua, eles
tem tempo para aparecer e tempo para desaparecer. Como as quatro estações,
ele passa, mas apenas para voltar outra vez.
Não há
mais que cinco notas fundamentais, mas, combinadas, produzem mais sons do que é
possível ouvir; não há mais que cinco cores primárias, mas, combinadas,
produzem mais sombras e matizes do que é possível ver; não há mais que cinco
sabores, mas, combinados, produzem mais gostos do que é possível saborear.
Da mesma
forma, para ganhar vantagem estratégica na batalha, não há mais que as
operações "diretas" e "indiretas", mas suas combinações são
ilimitadas dando origem a uma infindável série de manobras. Essas forças
interagem, um método sempre conduz ao outro. Assemelham-se, na prática, a uma
cadeia de operações interligadas, como anéis múltiplos, ou como a roda em
movimento, que não se sabe onde começa e onde termina.
Na arte
militar, cada operação tem partes que exigem a luz do dia, e outras que pedem
as trevas do segredo. Não posso determiná-las de antemão. Só as circunstâncias
podem ditá-las. Opomos grandes blocos de pedra às corredeiras que queremos
represar, empregamos redes frágeis e miúdas para capturar pequenos pássaros,
entretanto, o caudal rompe algumas vezes seus diques após tê-los minado aos
poucos.
Quando
uma ave de rapina se abate sobre sua vítima, partindo-a em pedaços, isso se
deve à escolha do momento preciso. A qualidade da decisão é como a calculada
arremetida de um falcão, que lhe possibilita atacar e destruir sua vítima.
Portanto, o bom combatente deve ser brutal no ataque e rápido na decisão.
Embaralhada
e turbulenta, a luta parece caótica. No tumulto de um combate pode parecer haver
confusão, mas não é bem assim, entre a confusão e o caos uma formação de tropas
pode parecer perdida e mesmo assim impenetrável, sua disposição é na verdade
circular e não podem ser derrotadas. A confusão simulada requer uma disciplina
perfeita, afinal, o caos estimulado se origina do controle, o medo fingido
exige coragem, a fraqueza aparente se origina da força. Ordem e desordem é uma
questão de número, de logística; coragem e medo é uma questão de configuração
estratégica do poder, vantagem estratégica; força e fraqueza é uma questão de
disposição das forças, posição estratégica.
O sábio
comandante possui verdadeiramente a arte de liderar aqueles que souberam e
sabem potencializar sua força, que adquiriram uma autoridade ilimitada, que não
se deixam abater por nenhum acontecimento, por mais desagradável que seja.
Aqueles que nunca agem com precipitação, que se conduzem, mesmo quando
surpreendidos com o sangue-frio, que tem habitualmente nas ações meditadas e
nos casos previstos antecipadamente. Aqueles que agem sempre com rapidez, fruto
da habilidade, aliada a uma longa experiência. Assim, o ímpeto de quem é hábil
na arte da guerra é irrefreável e seu ataque é regulado com precisão.
O
primeiro imperador Han (256-195 a.C.), desejando esmagar seu oponente Hsiung-nu,
enviou espiões para conhecer sua condição. Mas este, sabedor do fato, ocultou
com cuidado todos os soldados fortes e todos os cavalos bem alimentados,
deixando apenas homens doentes e gado magro à vista. O resultado foi que os
espiões, por unanimidade, recomendaram ao imperador que atacasse.
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